Navio científico da Mauritânia vai determinar o estado dos recursos haliêuticos da Guiné-Bissau
Bissau, ANG - Um barco de pesquisa oceanográfica da Mauritânia vai, a partir do dia 28 de Setembro e durante um mês, realizar uma campanha de investigação nas águas marítimas da Guiné-Bissau para avaliar os recursos haliêuticos na Zona Económica e Exclusiva (ZEE).
“Esta campanha conjunta com o navio mauritano é financiada pela União Europeia no quadro do acordo de pescas rubricado pelo Estado guineense com a organização europeia”, informou o Director-geral do Centro de Investigação Pesqueira Aplicada (CIPA).
Os resultados finais deste trabalho, segundo Henrique da Silva, vão permitir o país ter conhecimento do estado actual dos seus recursos e poder assim definir a sua politica em termos de atribuições de quotas para os diferentes acordos de pesca com países terceiros.
Disse esperar ter resultados para melhor sabermos gerir os recursos. “Você conhecendo o estado ou disponibilidade que tem sobre os recursos, então você pode aplicar um plano de gestão em função da mesma”.
O DG do CIPA indicou que se o país dispor, eventualmente, de dados concretos, então vai atribuir a quantia para exploração e que não ponha em causa o ecossistema em termos de disponibilidade dos recursos.
Este responsável advogou a necessidade de realização frequente de campanhas de investigação, porque apesar de dados estatísticos fornecidos pelos navios de pesca, denunciou que devido a pirataria, algumas informações ficam de fora das estatísticas.
“Enfim, era salutar se se pudesse fazer estas investigações em períodos diferentes a cada ano no sentido de ter uma ideia mais ou menos da biologia das espécies, saber como estariam a comportar em termos de disponibilidade no espaço e tempo”, acrescentou.
Sobre a criação da frota nacional de pesca disse que o executivo estaria a trabalhar no assunto a fim de poder dotar as sociedades nacionais de capacidade financeira na aquisição de meios para poder exercer com eficácia as suas actividades de pescas.
Por seu lado, o Secretário de Estado do Ambiente e Desenvolvimento Durável (SEADD), que substituiu o seu homologo das Pescas, actualmente em viagem no estrangeiro, lembrou que esta campanha se enquadra na matriz de actividades daquela instituição estatal para o presente ano.
“As campanhas de investigação científica são actividades permanentes, anuais e periódicas, com o objectivo de actualizar o conhecimento sobre Stock de principais pescarias existentes nas águas marítimas nacionais, mormente, na ZEE”, vincou Mário Dias Samy.
O SEADD evocou que a campanha decorre sob égide do CIPA e é suportada financeiramente pelos Fundos de Apoio Sectorial no quadro do Acordo de Pescas entre a Guiné-Bissau e a União Europeia e se enquadra na programação anual do Centro de Investigação pesqueira.
Melhorar/actualizar o conhecimento sobre o Estado de stocks, proceder ao estudo da biomassa e fazer o seguimento regular da evolução das principais pescarias exploradas pelas embarcações pesqueiras, são os objectivos desta campanha segundo Mário Dias Samy.
Técnicos dos dois países é que formam a equipa que, nos próximos 30 dias, irão trabalhar no navio de investigação da mauritanea.
ANG/JAM
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