África do Sul/Seis líderes africanos vão a Kiev e Moscovo este mês a tentar a paz
Bissau, 06 Jun 23 (ANG) - Os seis líderes africanos que estão a
tentar mediar um acordo d
e paz entre a Ucrânia e a Rússia vão enviar uma missão
aos dois países em meados deste mês, anunciou hoje a presidência sul-africana.
Numa reunião virtual segunda-feira, os líderes africanos
"concordaram em propor elementos" à Rússia e à Ucrânia "para um
cessar-fogo e uma paz duradoura na região", refere um comunicado do
gabinete do Presidente sul-africano, citado pela agência francesa de notícias,
a France-Presse (AFP).
"Os chefes de
Estado (africanos) confirmaram a sua disponibilidade para visitar a Ucrânia e a
Rússia em meados de Junho", acrescenta-se no texto, que não indica uma
data precisa para a visita aos dois países.
Até lá, os ministros dos
Negócios Estrangeiros da República destes países vão "finalizar os
elementos de um roteiro para a paz", refere o comunicado, que diz ainda
que o Chefe de Estado das Comores, Azali Assoumani, participou na reunião de
segunda-feira na sua qualidade de actual Presidente da União Africana.
Em Maio, durante uma
visita a Lisboa, a ministra dos Negócios Estrangeiros sul-africana, Naledi
Pandor, lamentou que haja "mais conversas sobre como apoiar a guerra do
que sobre como terminá-la", referindo-se à invasão russa da Ucrânia.
"Temos um comité de
seis presidentes africanos que vão à Rússia e à Ucrânia falar com os dois
presidentes para tentar encontrar uma solução diplomática, porque há mais
conversas sobre como apoiar a guerra do que sobre como terminá-la, e enquanto
África, gostávamos de desempenhar um papel no fim da guerra", disse Pandor
no final de um encontro com o seu homólogo português, João Gomes Cravinho, no
mês passado.
Os "seis líderes
que concordaram fazer uma equipa com uma missão são os presidentes do Senegal,
Ghana, Uganda, África do Sul, Egipto e República do Congo", disse a ministra.
Lembrando que todos os
problemas podem e devem ser resolvidos pela via do diálogo.
"Estamos muito
preocupados com o impacto do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, temos níveis
preocupantes de insegurança alimentar, com dificuldades no abastecimento de
fertilizantes e de cereais que importamos destes dois países que estão em
guerra, e, por isso, defendemos mais atenção diplomática para acabar com ela o
mais rapidamente possível", defendeu.
O continente africano
foi duramente atingido pelo aumento dos preços dos cereais e pelo impacto da
guerra entre a Rússia e a Ucrânia no comércio mundial, incluindo através do
aumento dos preços da energia. ANG/Angop
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