quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

 Política/Presidente do partido Luz defende necessidade dos recursos do Estado serem utilizados em benefício da  população em geral

Bissau, 08 Fev 23 (ANG) - O Presidente do recém criado partido político da Guiné-Bissau denominado Luz, defendeu , terça-feira, a necessidade dos   recursos de Estado serem aplicados em benifício da  população em geral, e não para satisfação de interesses pessoais.


Lesmes Monteiro falava à saída de uma audiência com o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló,  no âmbito de visitas que realiza à diferentes  instituições estatais, partidos políticos e sindicatos.

 “Achamos que os recursos de Estado devem ser canalizados para a população em geral e que não deve haver pessoas ou instituições que açambarquem os mesmos para os seus benefícios particulares ou para fins que não coincidem com o bem-estar do povo”, defendeu aquele líder partidário.

O Presidente do Partido Luz sustentou que o  Estado deve fazer o seu trabalho no sentido de levar à justiça pessoas que  estão a usar os seus poderes para  “infernizar” a vida do povo guineense.

“Há separação de poderes na Constituição da República da Guiné-Bissau, o que demonstra que não cabe ao Presidente da República fazer a justiça, mas  pode usar a sua influência junto dos tribunais para o efeito ”, disse  Monteiro.

 O líder político disse  que manifestou  as suas preocupações ao Presidente da República sobre a Educação e Saúde que diz serem  o foco principal do partido.

Acrescentou  que abordaram ainda a questão da corrupção, uma vez que segundo ele, a Guiné-Bissau foi destacado como um dos países mais corrupto à nível da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) no Índice de Transparência Internacional.

 “Tivemos a oportunidade de enaltecer o Presidente da República  pelos  progressos que constatamos nos últimos tempos, sobretudo no que toca com a progressão positiva da imagem do país”, disse Monteiro.

Destacou que a  Guiné-Bissau está a inserir, de novo, nos concertos das nações, porque, nos últimos tempos, se  assiste  visitas de vários chefes de Estados, vários responsáveis de diplomacia, o que para Lesmes monteiro constitui um motivo de satisfação do novo partido político do país.

O Presidente do Partido Luz disse  ainda que também tiveram a oportunidade de manifestar o agrado do partido que dirige sobre a melhoria das vias de acesso da capital Bissau,  as construções que estão sendo levadas a cabo pelo Governo,  e a dignificação das Forças Armadas em termosde  materiais, entre tantas outras ações.

“Aproveitamos a ocasião para manifestar a nossa solidariedade enquanto partido, uma vez que estamos no mês de Fevereiro, um mês no qual o ato da tentativa de golpe de Estado de 2022  que ceifou a vida de alguns jovens completou um ano ”, lamentou.

Luz é um novo partido político da Guiné-Bissau que foi legalizado no dia 12 de Dezembro do ano findo, com o objetivo de, segundo Monteiro, lutar para o bem-estar da nação guineense sobretudo no que toca com a governação inclusiva.

O seu líder Lesmes Monteiro, de 37 anos de idade, é jurista e foi um dos ativistas que se notabilizaram durante a presidência de José Mário Vaz (2014-2020), com a promoção de vários protestos de rua, no âmbito de um chamado  “Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados”.

ANG/AALS/ÂC//SG

 UNESCO/Um terço das crianças no mundo sem acesso a água potável na escola

Bissau, 08 Fev 23 (ANG) - Um terço das crianças no mundo não tem água potável na escola, o que afecta a sua saúde e limita a sua capacidade de aprendizagem, segundo um relatório publicado hoje pela UNESCO.


"À escala global, quase uma em cada três escolas não tem água potável (...). Uma em cada três escolas não tem saneamento básico. Quase metade das escolas não tem instalações para lavar as mãos com água e sabão. O progresso é muito lento", de acordo com o documento publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação,  Ciência e  Cultura (UNESCO).

"Crianças em países com baixos rendimentos têm menos probabilidade de frequentar escolas que forneçam esses serviços básicos, sendo que a cobertura é menor em África subsaariana e no Pacífico", referiu o texto.

Esta falta de infraestruturas impede que as escolas ofereçam "um ambiente seguro que proteja as crianças contra doenças, como a covid-19, os parasitas, as doenças respiratórias e a diarreia", declarou à agência de notícias AFP a coordenadora desta publicação da UNESCO, Emilie Sidaner.

Esta situação representa um desafio sobretudo para as raparigas e, por vezes, até para as professoras, que "não podem ir à escola durante o período menstrual", o que dificulta o "acesso equitativo à educação das raparigas", referiu Sidaner, especialista em saúde e alimentação escolar.

No Butão, um quarto das raparigas não vão à escola em determinados momentos durante o período menstrual, o que também é o caso de uma em cada cinco raparigas na Costa do Marfim e uma em cada sete em Burkina Faso, observou a coordenadora do documento.

O impacto também é forte na subnutrição infantil, porque as escolas, sem água potável, não podem preparar refeições para os seus alunos, observou Sidaner.

Para a responsável, "e preciso investir mais em água e saneamento", realçando que a fome retira a concentração e a vontade de aprendizagem dos alunos.

"Se os alunos não são saudáveis, bem alimentados e protegidos na escola, será mais difícil adquirirem os conhecimentos que o ambiente escolar lhes poderia transmitir", lamentou Emilie Sidaner. ANG/Angop

 

 Mali/Rússia promete ajuda ao Sahel no combate ao terrorismo

Bissau, 08 Fev 23 (ANG) - O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, prometeu terça-feira, durante uma visita ao Mali, que vai ajudar os países do Sahel e do Golfo da Guiné a combater o terrorismo nesta região africana.


"A luta contra o terrorismo é, evidentemente, premente para outros países da região, e vamos dar-lhes a nossa ajuda para ultrapassar estas dificuldades, isto diz respeito à Guiné, ao Burkina Faso e ao Chade e, em geral, à região do Sahel, e mesmo aos países vizinhos do Golfo da Guiné", disse o chefe da diplomacia russa.

Falando numa conferência de imprensa no Mali ao lado do seu homólogo, Abdoulaye Diop, o ministro russo descreveu a visita como "histórica", usando a mesma palavra do anfitrião maliano, de acordo com o relato da agência France-Presse.

A visita de Lavrov ao país, que é assolado pela violência do extremismo islâmico e por uma profunda crise multidimensional, é o culminar de uma aproximação aos coronéis malianos desde 2021, quando romperam a sua aliança militar com a França e os seus parceiros.

Lavrov prometeu ao Mali a continuação do apoio militar sob a forma de entregas de armas e o envio de centenas de homens, descritos por várias fontes como instrutores do exército russo ou mercenários da empresa Wagner, um grupo de segurança privado cujas acções têm sido criticadas.

Na visita ao Mali, a segunda a África desde o princípio do ano, Lavrov também prometeu um maior envolvimento russo no continente que, afirmou, enfrenta "abordagens neo-coloniais" por parte dos países do Ocidente.

"Apoiaremos a resolução de problemas no continente africano, assumimos constantemente que os problemas africanos devem ser resolvidos com soluções africanas", salientou na conferência de imprensa, na qual Diop respondeu também às críticas sobre a relação entre os dois países.

"Nós não vamos continuar a justificar-nos pela escolha dos nossos parceiros... A Rússia está aqui a pedido do Mali e a Rússia responde de forma eficaz aos pedidos do Mali" de reforço da capacitação de defesa, concluiu Diop.

ANG/Angop

 

 Sismos/Mais de 11 mil mortos  na Turquia e Síria

Bissau, 08 Fev 23 (ANG) - Os sismos ocorridos, na segunda-feira, na Turquia e na Síria já fizeram mais de 11 mil mortos. Na Síria a situação é considerada mais grave devido ao isolamento das povoações e ao facto de se tratar de uma região muito afectada pela guerra que se prolonga desde 2011.


O último balanço provisório dos sismos que atingiram o sul da Turquia e no norte da Síria dá conta de mais de 9.500 mortos. As operações de resgate nos escombros dos edifícios destruídos decorrem nos dois países, mas as equipas de socorro temem que o número de vítimas mortais aumente significativamente.

Na Turquia, novamente milhares de pessoas tiveram de dormir, nos carros ou na rua, debaixo de temperaturas glaciares, com medo de voltarem a casa por não confiarem na segurança dos edifícios, abalados por um sismo de 7.8 na escala de Richter, na segunda-feira de madrugada, seguido de dezenas de réplicas, a mais forte de magnitude 7.8.

O balanço de mortos, actualizado na manhã desta quarta-feira pelos serviços turcos, ultrapassa os 8.500. As autoridades de Ancara dão ainda conta de milhares de feridos.

Dois dias após a catástrofe, as operações continuam à procura de sobreviventes no meio dos escombros. Os casos de salvamento de sobreviventes são, agora, cada vez mais escassos devido às baixas temperaturas que afectam gravemente o trabalho dos socorristas.

Mais de 12 países já enviaram equipas de ajuda humanitária e salvamento para a Turquia.

Na Síria, onde as autoridades e rebelião já confirmaram mais de 2.600 mortos, a situação é considerada mais complicada devido ao isolamento das povoações afectadas pelo terramoto, uma região devastada por mais de 11 anos de guerra.

As zonas atingidas pelos sismos são maioritariamente controladas pela rebelião, os últimos redutos da oposição ao regime de Damasco, onde se encontram milhares de civis, refugiados e deslocados internos que vivem em tendas e dependem da ajuda humanitária.

Segundo a Organização Mundial de Saúde mais de 23 milhões de pessoas podem vir a necessitar de ajuda de emergência nas zonas afectadas da Turquia e da Síria. 

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que 13 milhões de pessoas na Turquia foram afectadas pelos efeitos destrutivos do sismo e em relação à Síria as Nações Unidas garantem que vão utilizar todas "as vias possíveis" para fornecer ajuda aos sobreviventes das zonas controladas pela oposição. 

Os capacetes brancos, socorristas das zonas rebeldes da Síria, imploram ajuda internacional nesta corrida contra a morte, queixam-se de não terem equipamento suficiente e pedem “à comunidade internacional para assumir as suas responsabilidades face às vítimas civis”.

Entretanto, as autoridades sírias acabam de pedir ajuda à União Europeia. O anúncio foi feito, esta quarta-feira, 8 de Fevereiro de 2023, pelo comissário europeu Janez Lenarcic: “esta manhã, recebemos um pedido de ajuda do governo sirio através do mecanismo de protecção civil. Partilhamos este pedido com os Estados-membros da UE e encorajamos os membros a dar seguimento a este pedido de ajuda.

Francesco Galtieri, chefe do Escritório do coordenador residente das Nações Unidas na Síria, em entrevista à rádio ONU, sublinha que “a família humanitária conseguiu imediatamente aperceber-se da situação dramática" e puderam logo “planear uma primeira resposta em apoio aos hospitais e aos serviços nacionais". Neste momento, estão a ajudar nos serviços hospitalares e na logística de encontrar abrigos para os afectados.

ANG/RFI

 

 França/Aquecimento global ameaça sobrevivência e reprodução de tartarugas marinhas – estudo 

Bissau, 08 Fev 23(ANG) – As tartarugas marinhas, ameaçadas pela caça furtiva, poluição ou perda do habitat, são também prejudicadas pelas alterações climáticas, que atrapalham a reprodução, segundo um estudo divulgado pelo ‘The Royal Society Open Science Journal’.


O estudo alerta para o aumento das temperaturas oceânicas, que coloca em risco a sobrevivência das populações de tartarugas marinhas, aquecendo os locais de nidificação espalhados por praias de todo o mundo.

Das sete espécies de tartaruga marinha, seis integram já a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), duas das quais – a tartaruga-de-pente e a tartaruga-de-Kemp – criticamente ameaçadas.

As tartarugas sofrem uma maior ameaça porque, ao contrário de outras espécies, como pássaros e borboletas, têm um ciclo reprodutivo mais longo e demoram mais a adaptar-se a mudanças.

Assim, as praias onde desovam – que segundo um ciclo imutável são as mesmas onde nasceram – estão cada vez mais degradadas pela subida do nível do mar ou erosão, e ainda pelas alterações climáticas que aquecem a areia.

De acordo com o principal autor do estudo, Jacques-Olivier Laloe, as descobertas revelam a possibilidade “realmente preocupante” de extinções locais poderem ocorrer, especialmente para as tartarugas marinhas que vivem ao redor do Equador.

ANG/Inforpress/Lusa

 

 

 Mali/ “Persona non grata’ não é aplicável a pessoal da ONU”, diz Guterres

Bissau, 08 Fev 23(ANG) – O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lamentou hoje que o Governo de transição do Mali tenha declarado o seu diretor da divisão de direitos humanos como ‘persona non grata’, mas frisou que esse estatuto não é aplicável.


“O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) lamenta profundamente que, em 05 de fevereiro, o Governo de transição do Mali tenha declarado o diretor da divisão de Direitos Humanos da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização no Mali (Minusma) (…) como ‘persona non grata'”, indicou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em comunicado.

Guterres destacou a “necessidade crítica” de as autoridades do Mali protegerem os direitos humanos, com especial destaque para a liberdade de expressão, que considerou “crucial para o funcionamento de uma sociedade democrática”.

O ex-primeiro-ministro português observou então que “a doutrina de ‘persona non grata’ não é aplicável ao pessoal das Nações Unidas” e “é contrária ao quadro jurídico aplicável às Nações Unidas, inclusive no que diz respeito às obrigações decorrentes da Carta da ONU e às relativas aos privilégios e imunidades da ONU e seu pessoal”.

O secretário-geral aproveitou ainda para manifestar total confiança na Minusma e no “compromisso e profissionalismo do seu pessoal” para implementar o mandato da missão de apoiar o Mali e o seu povo, “inclusive na promoção e proteção dos direitos humanos”, segundo o comunicado.

A junta militar no poder no Mali desde o último golpe de Estado anunciou no domingo que Guillaume Ngefa, diretor da divisão de Direitos Humanos da Minusma e representante do alto-comissariado no país, foi declarado ‘persona non grata’.

Quando a decisão foi anunciada, Guillaume Ngefa já estava fora do país, segundo a ONU.

O Governo atribui atividades “desestabilizadoras e subversivas” a Ngefa, incluindo dar voz a supostos representantes da sociedade civil que alimentariam visões “enganosas” do que estaria a acontecer num país cada vez mais próximo da órbita da Rússia.

A Minusma, em comunicado, sublinhou que a proteção dos direitos humanos “é uma componente importante dos esforços de estabilização do Mali” e ofereceu uma “colaboração aberta e transparente” com a junta militar no poder, liderada por Assimi Goita.

A missão da ONU no Mali foi criada em 2013 para ajudar a estabilizar um Estado ameaçado de colapso sob a ofensiva terrorista, proteger os civis, contribuir para o esforço de paz e defender os direitos humanos.

O Mali foi palco de um golpe de Estado em agosto de 2020, liderado pelo coronel Assimi Goïta, que encenou um segundo golpe de Estado em maio de 2021, após desacordos com o primeiro governo de transição, e é atualmente o Presidente para o período de transição no país. 

ANG/Inforpress/Lusa

 

Reuno Unido/Amnistia Internacional pede mobilização imediata após sismos na Síria e Turquia

Bissau, 08 Fev 23 (ANG) - A Amnistia Internacional apelou terça-feira a mobilização da comunidade internacional para apoiar os esforços de salvamento e reconstrução sobretudo no norte da Síria, atingido segunda-feira por um sismo, igualmente sentido na Turquia, depois de vários anos de conflito.


Em comunicado  divulgado, a organização não-governamental (ONG) de direitos humanos lembrou que "quatro milhões de pessoas residentes e deslocados internos do noroeste da Síria já viviam em condições de miséria" e com pouco acesso a cuidados de saúde.

O Governo sírio impõe, desde Agosto de 2022, um bloqueio a civis em áreas predominantemente curdas da região norte de Alepo, impedindo o acesso a combustível e outros bens essenciais.

Em Julho de 2022, a Amnistia Internacional publicou um relatório, no qual detalhou como milhões de deslocados no noroeste da Síria se encontram a viver em campos com condições deploráveis.

O balanço provisório dos sismos na Turquia e na Síria ultrapassa já os cinco mil mortos, estando ainda a decorrer operações de resgate nos escombros dos edifícios destruídos nos dois países.

As equipas de socorro mantêm-se nos locais afectados, com os trabalhos dificultados pelas baixas temperaturas que se registam na região.

Segundo uma estimativa hoje avançada pela Organização Mundial da Saúde, o número de pessoas afectadas pelos terramotos que atingiram o sudeste da Turquia e o norte da Síria pode chegar aos 23 milhões.

A União Europeia já mobilizou 25 equipas de busca e salvamento, envolvendo perto de 1.200 socorristas oriundos de 21 países, incluindo Portugal, para ajudar as autoridades turcas nas operações de resgate. ANG/Angop

 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Legislativas antecipadas/Líder da FREPASNA diz que não vai aceitar mais adiamento de eleições

Bissau,07 Fev 23(ANG) – O Presidente da Frepasna, Baciro Djá disse hoje que não irá aceitar mais um adiamento de eleições legislativas antecipadas marcadas para 04 de Junho próximo.

“No dia 04 de Junho tem que acontecer as eleições legislativas antecipadas na Guiné-Bissau, caso contrário Umaro Sissoco Embaló deixará de ser o Presidente da República”, afirmou o líder da Frepasna.

Baciro Djá falava hoje à imprensa depois de se recensear na mesa número 05, Distrito Eleitoral 18 no Círculo 25, em Bissau.

Aquele político criticou o que diz ser “várias irregularidades cometidas pelo Presidente da República”, começando pela auscultação dos partidos políticos para a marcação da data das eleições, em que “ignorou por completo as formações políticas sem assento parlamentar”.

“A lei disse que o chefe de Estado para marcar as eleições deve ouvir todos os partidos e o Presidente da República não fez assim, tendo auscultado apenas os que têm assento parlamentar”, criticou Baciro Djá, considerando que a iniciativa   violou a Constituição da República.

O líder da Frepasna disse que outra irregularidade cometida pelo chefe de Estado tem a ver com a não marcação da data de eleições no prazo de 90 dias, depois da dissolução do parlamento, como dita a lei magna do país.

Frisou que a lei determina ainda que o recenseamento eleitoral deve iniciar no mesmo dia em todo o território nacional, acrescentando que o Presidente da República antecipou a data tendo recenseado no dia 09 de Dezembro de 2022, em Gabu, e o processo só arrancou no dia 10 do mesmo mês.

“A única coisa que nos pode fazer respeitar o Presidente da República é quando ele está a respeitar a Constituição da República e não temos dúvidas de que Umaro Sissoco Embaló venceu as eleições presidenciais de Dezembro de 2019, de forma inequívoca com mais de 42 mil votos de diferença com o seu adversário direto”, salientou.

Baciro Djá diz que, contudo, esse fato não lhe dá direito de pisar a lei magna do país, frisando que, caso contrário, vai-se entrar na anarquia, o que, segundo diz, não pode acontecer num Estado democrático.

“As pessoas próximas do Presidente da República devem lhe aconselhar a abdicar-se  das violações constantes da Constituição da República, porque o facto de o povo votar nele não lhe dá direito de fazer o que entender”, diz Baciro Djá.

O líder da Frepasna disse que o processo de recenseamento eleitoral está a decorrer na normalidade e que, de facto, está a atingir os objetivos preconizados.

“Queremos felicitar a população da Guiné-Bissau pelo civismo, capacidade de resiliência e pela confiança que ainda depositam na democracia”, referiu.

Djá apela as pessoas para irem recensear-se em massa, para que possam votar nas próximas eleições “em consciência e na mudança”. ANG/ÂC//SG

Impedimento de viagem ao DSP/Advogado  anuncia recurso ao Tribunal Africano de Direitos Humanos para  reverter a situação

Bissau, 07 Fev 23 (ANG) O advogado do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde(PAIGC), Carlos Pinto Pereira afirmou hoje que dentro de dias vão apresentar uma ação junto ao Tribunal Africano dos Direitos dos Homens sobre o impedimento, mais uma vez, de viagem ao cidadão Domingos Simões Pereira pelas autoridades nacionais.

Pinto Pereira fez estas declarações em entrevista exclusiva a ANG, e diz que  vão recorrer a justiça no exterior para fazer apreciar o que diz ser “violação sistematica de direito do cidadão e Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira”, de poder viajar livremente, uma vez que já esgotaram todos os meios internos .

Pereira disse que, o que está em causa, é o cumprimento de uma decisão judicial que está acima de todos e que todos  devem respeitar, mas que “ infelizmente não está a ser o caso”.  

“Existem duas decisões da justiça tomadas pelo Tribunal da Relação, que é o orgão competente e as mesmas decisões transitaram em julgado, mas foi criado o que chamaram de “incidente de inconstitucionalidade” feito pelo anterior Procurador-Geral da República, Bacar Biai que suspende a anterior decisão judicial .

Segundo o advogado, não é correcto tal “incidente de inconstitucionalidade por não ter sido feito por um juíz e Carlos Pinto Pereira alega que  a antiga decisão que concede liberdade de viagem ao seu constituinte só  pode ser alterado por uma outra decisão de juíz, mas que as autoridades nacionais entenderam o contrário.

“Estamos a falar de uma questão de direitos fundamentais, libertade de circulação que está consagrado, de fato, na nossa Constituição e nas demais leis, e a decisão judicial o diz claramente que Domingos Simões Pereira é livre de circular dentro e fora do país, mas enfim as autoridades recusaram pura e simplesmente cumprir a decisão  judicial, apesar de até agora não existir outra decisão judicial que diz o contrário”,sustentou Pinto Pereira.

Questionado sobre o paradeiro do seu outro cliente o ex-Primeiro-ministro, Aristides Gomes o advogado limitou-se a confirmar que este está no país refugiado num lugar que não pode identificar.

Na  semana passada, o lider dos libertadores foi impedido pelas autoridades de viajar para o estrangeiro, mais uma vez.  Domingos Simões Pereira deveria estar em Lisboa para receber o diploma de formação em Doutoramento em Ciências Políticas e Relações Internacionais na Universidade Católica.  ANG/MSC//SG

 

Desporto/”Quero levar o judo e a bandeira da Guiné-Bissau aos JO em Paris-202”, diz Bubacar Mané

Bissau, 07 Fev 23 (ANG) - A corrida para os Jogos Olímpicos de Paris-2024 está lançada em várias modalidades e para vários atletas. Durante o fim-de-semana passado decorreu na capital francesa o Grand Slam de Judo, uma das mais prestigiadas provas do circuito mundial.

A África Lusófona, a pouco menos de um ano e meio das Olimpíadas, esteve presente no torneio parisiense de judo para pontuar para o apuramento para os Jogos Olímpicos.

Quatro atletas angolanos, três moçambicanos e um guineense actuaram na prova para tentar almejar pontos.

A RFI falou com Bubacar Mané, o único representante da Guiné-Bissau, que participou no Grand Slam.

O atleta de 36 anos, que vive no Sul da França, decidiu vestir as cores guineenses em homenagem aos avós, ele que já teve uma primeira carreira no judo antes de escolher uma via profissional mais tranquila numa empresa.

A corrida para os Jogos Olímpicos de Paris-2024 está lançada em várias modalidades e para vários atletas. Durante o fim-de-semana passado decorreu na capital francesa o Grand Slam de Judo, uma das mais prestigiadas provas do circuito mundial.

A África Lusófona, a pouco menos de um ano e meio das Olimpíadas, esteve presente no torneio parisiense de judo para pontuar para o apuramento para os Jogos Olímpicos.

Quatro atletas angolanos, três moçambicanos e um guineense actuaram na prova para tentar almejar pontos.

A RFI falou com Bubacar Mané, o único representante da Guiné-Bissau, que participou no Grand Slam.

O atleta de 36 anos, que vive no Sul da França, decidiu vestir as cores guineenses em homenagem aos avós, ele que já teve uma primeira carreira no judo antes de escolher uma via profissional mais tranquila numa empresa.

Aos 36 anos, e com o objectivo olímpico, Bubacar Mané não esconde que é a última oportunidade para ele de mostrar nos tatames a bandeira da Guiné-Bissau.

Em Paris, no Grand Slam, Bubacar Mané acabou por ser eliminado na primeira ronda pelo azeri Dzhamal Gamzatkhanov na categoria de +100 kg.

RFI: Que análise podemos fazer do combate frente ao azeri?

Bubacar ManéTive um adversário muito difícil, muito forte fisicamente. Eu iniciei o combate com um erro técnico. A este nível os erros são imperdoáveis. Tentei reentrar no combate mas ele era muito forte.

RFI: O que significa estar presente no Grand Slam de Paris?

Bubacar ManéÉ uma outra dimensão. Aqui temos os melhores atletas. É um torneio muito complicado. E claro, só podemos estar à espera de defrontar grandes atletas nestas provas. Cada combate é uma final e eu perdi a minha.

RFI: Este combate frente ao azeri foi demasiado complicado?

Bubacar ManéFoi muito complicado. Não conhecia o meu adversário e foi então a primeira vez que combati contra ele. Nesta categoria há monstros.

RFI: O objectivo é chegar aos Jogos Olímpicos?

Bubacar Mané: É o objectivo para todos os atletas que estão presentes no torneio parisiense, e claro também para mim.

RFI: Como vai ser essa caminhada até às Olimpíadas?

Bubacar ManéPrimeiro, tenho de trabalhar. Depois tenho de ver o calendário e tentar participar nas provas para pontuar.

RFI: Onde treina?

Bubacar ManéEu estou, e treino, em La Ciotat, perto de Marselha, no Sul da França. Treino no clube francês onde estou e tento estar bem fisicamente graças ao meu treinador. Estou apenas a regressar agora ao mais alto nível.

RFI: De onde lhe vêm as origens guineenses?

Bubacar ManéOs meus avós eram da Guiné-Bissau. Os meus pais são do Senegal, mas os meus avós vieram da Guiné-Bissau. Por isso foi simples pedir para representar a nação guineense.

RFI: Como surgiu essa escolha pela Guiné-Bissau?

Bubacar ManéFoi uma escolha pessoal. Quis representar as minhas origens mais profundas. Agora quero é colocar o mais alto possível a bandeira da Guiné-Bissau e o continente africano em geral.

RFI: Já esteve na Guiné-Bissau?

Bubacar Mané: A última vez que estive lá foi em Novembro do ano passado. Tudo correu bem, fui muito bem recebido. Avistei-me com os responsáveis do judo na Guiné-Bissau e trocámos ideias para este ano, em termos de provas a disputar.

RFI: Foi até à aldeia dos seus avós?

Bubacar Mané: Desta vez não consegui ir à aldeia dos meus avós porque foi uma viagem curta e mais direccionada para o lado desportivo. Mas quando for lá novamente, quero ir à aldeia sim.

RFI: Como surgiu essa paixão pelo judo?

Bubacar Mané: Descobri o judo graças ao centro social do meu bairro. O judo é uma grande família, eu sempre estive e estou no mesmo clube (ndr: Kodokan Ciotaden - La Ciotat Marseille) desde o início. O meu treinador é que me apoia desde sempre.

RFI: Como foi gerir o desporto e a vida profissional?

Bubacar ManéQuando era jovem, eu tinha realizado algumas provas, inclusive com o Senegal, em menos de 100 quilos, mas depois decidi dedicar-me à minha carreira profissional. Agora decidi voltar por vontade própria e também para me desafiar. ANG/RFI

Cabo Verde/ Cidade da Praia recebe fórum internacional sobre escassez de água

Bissau, 07 Fev 23 (ANG) - Cabo Verde  recebe a partir desta terça-feira, pela segunda vez, o Fórum Internacional sobre Escassez de Água na Agricultura (WASAG), que  reúne na cidade da Praia perto de três centenas de especialistas internacionais, noticiou segunda-feira a Lusa.

Vista da cidade de Praia

Sob o lema "Tornar a agricultura resiliente para as mudanças climáticas, escassez de água, uma oportunidade para acção e colaboração", o II Fórum Internacional WASAG vai decorrer na cidade da Praia entre 07 e 10 de Fevereiro, depois de o país ter recebido o mesmo evento em 2019.

Durante os quatro dias, são esperados três centenas de especialistas internacionais, profissionais e activistas nacionais para debater os desafios para a agricultura resiliente no contexto das alterações climáticas globais.

O segundo fórum visa mobilizar compromissos políticos para acelerar as acções estratégicas, incluindo as políticas públicas e investimentos necessários para enfrentar a escassez de água na agricultura, formular mensagens assertivas sobre a escassez de água na agricultura nos principais eventos internacionais, conforme uma nota da organização.

Pretende proporcionar espaços de reflexões e contribuições para a avaliação a meio percurso do estágio de implementação dos Objectivos da Década Internacional para a Acção (2018-2028), na Conferência Mundial sobre a Água das Nações Unidas, em Março de 2023.

Também visa discutir as formas de tornar mais efectiva e impactante as parcerias para a implementação da nova Estratégia de Acção do WASAG no período 2021-2024.

A cerimónia oficial de abertura vai ser presidida pelo primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, enquanto o encerramento vai ser co-presidido pelo presidente da Assembleia Nacional, Austelino Correia, e pela directora-geral adjunta da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a cabo-verdiana Maria Helena Semedo.

Após ser designado novamente para receber o fórum, a organização informou que estão a decorrer negociações com vista a possibilidade de a cidade da Praia vir a ser declarada a "Cidade Capital Mundial do WASAG".

O Quadro Global sobre a Escassez de Água na Agricultura (WASAG, na sigla em inglês) foi criado em 2017 pela FAO e reúne mais de 60 parceiros, incluindo governos e organizações inter-governamentais, agências da ONU, instituições académicas e de pesquisa, e organizações da sociedade civil e do sector privado de todo o mundo.

Todos estão comprometidos em identificar e implementar respostas concretas para abordar em conjunto a escassez de água na agricultura, num mundo onde as alterações climáticas são uma preocupação", refere a organização.

O primeiro fórum, que aconteceu em Março de 2019, também na Praia, reuniu mais de três centenas e meia de especialistas em agricultura, economia, finanças, recursos hídricos, climatologia, desertificação, académicos, cientistas e activistas ambientais de 48 países e representantes de conceituados centros de pesquisas e universidades da Europa, Ásia, África e Américas.

Na declaração final do primeiro evento, os participantes comprometeram-se a incentivar tecnologias inovadoras adaptadas às condições locais, incluindo as que diminuem perdas e permitem reutilizar águas residuais tratadas. ANG/Angop

 

 Administração Territorial/Novo Secretário de Estado promete dar seu máximo para o  ministério alcançar progressos 

Bissau, 07 Fev 23 (ANG)- O novo Secretário de Estado da  Administração Territorial e Poder Local prometeu, segunda-feira, dar o seu máximo para alcançar  progressos, quer à nível de gestão eleitoral assim como noutros assuntos afetos a instituição.


Fernando Mendes falava à imprensa após ter sido empossado nas funções pelo  Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.

O novo responsável prometeu ainda fazer de tudo para que as eleições corram bem, uma vez que segundo ele,  é um assunto de preocupação do Presidente da República e também de interesse nacional.

“Sabemos que a realização de eleições é um processo bastante importante para a estabilização do país e para a progressão do mesmo, de modo a alcançar a paz e tranquilidade”, disse Mendes.

O novo Secretário de Estado reiterou  que a missão principal do presente  Governo de iniciativa presidencial é de organizar as eleições e fazer a gestão corrente.

“Agradeço a confiança do Presidente de República em me atribuir esta função que irá permetir o reforço de capacidade  do Ministério de Administração Territorial e Poder Local, na gestão do processo eleitoral”, referiu.

Fernando Mendes foi exonerado das funções de  Presidente da  Câmara Municipal de Bissau (CMB) em que enfrentou  muitas dificuldades, para ser nomeado   Secretário de Estado de Administração Territorial e Poder Local, uma pasta agora criada no organigrama governamental. ANG/AALS//SG

 

 

 Sismos/Balanço na Turquia e Síria ultrapassa 5000 mortos

Bissau, 07 Fev 23 (ANG) - O balanço provisório dos sismos ocorridos na segunda-feira na Turquia e na Síria aumentou para mais de cinco mil mortos, enquanto decorrem as operações de resgate nos escombros dos edifícios destruídos nos dois países, segundo a Lusa.


O vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay, disse hoje que o número de mortos em território turco aumentou para 3.419 e que 20.534 pessoas ficaram feridas. 

As últimas informações fornecidas pelo vice-presidente turco fazem aumentar para 5.021 o número de vítimas mortais no conjunto dos dois países, visto que a Síria confirmou hoje a morte de 1.602 pessoas.  

Os abalos, o maior dos quais com magnitude 7,8 na escala de Richter, derrubaram milhares de edifícios no sul da Turquia e no norte da Síria.

As equipas de socorro mantêm-se nos locais afectados, com os trabalhos dificultados pelas baixas temperaturas que se registam na região. 

Enquanto isso, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, decretou segunda-feira luto nacional de sete dias no país, após o sismo que já provocou mais de 3419 mortes no país, noticia a agência Reuters.

De acordo com o decreto publicado segunda-feira pelo Governo, as bandeiras serão colocadas a meia haste até ao pôr do sol de domingo, 12 de Fevereiro.

Só na Turquia e até este momento, as autoridades têm confirmação de pelo menos 1.651 mortos e mais de 11.000 feridos, segundo o ministro da Saúde, Fahrettin Coca.

O sismo ocorreu às 04:17 (00:17 em Luanda), a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) o tremor de terra que ocorreu hoje registou uma magnitude de 7,8 e sentiram-se dezenas de réplicas.

Informações oficiais dão conta do colapso de edifícios nas cidades sírias de Alepo e Hama e em Diyarbakir, na Turquia, neste caso a mais de 300 quilómetros do epicentro.

Na Síria, país também fortemente afectado pelo terramoto com epicentro na Turquia, as autoridades estimam que haja pelo menos mil mortos e quase 2.500 feridos.

Segundo a agência noticiosa oficial Síria, SANA, 570 pessoas morreram nas áreas controladas pelas forças governamentais, e o grupo de resgate Capacetes Brancos fala em pelo menos 430 mortes na área controlada pelas forças rebeldes, no noroeste do país. ANG/Angop

 

 Senegal/Apreendidos mais de 800 quilos de cocaína

Bissau, 07 Fev 23 (ANG) - A polícia espanhola apreendeu 805 quilos de cocaína a bordo de um pesqueiro gambiano, ao largo do Senegal, numa operação internacional em que foram detidas sete pessoas, algumas da máfia calabresa, anunciou hoje aquela força


Segundo a Polícia Nacional espanhola, a operação, que decorreu em colaboração com da Agência norte-americana de Combate à Droga (DEA) e do Centro de Análise e Operações do Atlântico (MAOC), foi o culminar de uma investigação que começou em Julho do ano passado, centrando-se nas actividades criminosas de uma organização de tráfico de droga albanesa.

O barco de pesca foi interceptado a 335 milhas de Dakar, Senegal.

No interior, foram encontrados 805 quilos de cocaína e os seus sete ocupantes foram presos, entre eles vários membros da tripulação ligados à poderosa máfia calabresa 'Ndrangheta'.

As investigações revelaram que a organização tinha, além de uma base em Espanha, uma extensa infra-estrutura marítima no Brasil, donde fretavam barcos carregados com grandes remessas de cocaína para serem transferidos para a organização sediada num ponto geográfico na área do Golfo da Guiné.

ANG/Angop