UNESCO/Um terço das crianças no mundo sem acesso a água potável na escola
Bissau, 08 Fev 23 (ANG) - Um terço das crianças no mundo não tem água potável na escola, o que afecta a sua saúde e limita a sua capacidade de aprendizagem, segundo um relatório publicado hoje pela UNESCO.
"À escala global,
quase uma em cada três escolas não tem água potável (...). Uma em cada três
escolas não tem saneamento básico. Quase metade das escolas não tem instalações
para lavar as mãos com água e sabão. O progresso é muito lento", de acordo
com o documento publicado pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
"Crianças em países
com baixos rendimentos têm menos probabilidade de frequentar escolas que
forneçam esses serviços básicos, sendo que a cobertura é menor em África
subsaariana e no Pacífico", referiu o texto.
Esta falta de
infraestruturas impede que as escolas ofereçam "um ambiente seguro que
proteja as crianças contra doenças, como a covid-19, os parasitas, as doenças
respiratórias e a diarreia", declarou à agência de notícias AFP a
coordenadora desta publicação da UNESCO, Emilie Sidaner.
Esta situação representa
um desafio sobretudo para as raparigas e, por vezes, até para as professoras,
que "não podem ir à escola durante o período menstrual", o que
dificulta o "acesso equitativo à educação das raparigas", referiu
Sidaner, especialista em saúde e alimentação escolar.
No Butão, um quarto das
raparigas não vão à escola em determinados momentos durante o período
menstrual, o que também é o caso de uma em cada cinco raparigas na Costa do
Marfim e uma em cada sete em Burkina Faso, observou a coordenadora do
documento.
O impacto também é forte
na subnutrição infantil, porque as escolas, sem água potável, não podem
preparar refeições para os seus alunos, observou Sidaner.
Para a responsável,
"e preciso investir mais em água e saneamento", realçando que a fome
retira a concentração e a vontade de aprendizagem dos alunos.
"Se os alunos não
são saudáveis, bem alimentados e protegidos na escola, será mais difícil
adquirirem os conhecimentos que o ambiente escolar lhes poderia
transmitir", lamentou Emilie Sidaner. ANG/Angop
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