Portugal/CPLP tem pela frente desafio da cooperação económica – secretário-executivo
Bissau, 17 Fev 23(ANG) – O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, defendeu hoje que o maior desafio da comunidade, para os próximos tempos, passa pela criação de condições que promovam a cooperação económica e empresarial.
“Creio
que o grande desafio que teremos pela frente, nos próximos tempos, será o de
promover um quadro facilitado de cooperação económica e empresarial,
nomeadamente ao nível da internacionalização das empresas, da proteção mútua de
investimentos e do incremento das trocas comerciais”, referiu Zacarias da
Costa.
Durante
a sessão de encerramento da parte letiva do Curso de Especialização em
Criminalidade Económica e Financeira, que decorreu durante a tarde no Colégio
da Trindade, em Coimbra, o secretário-executivo debruçou-se sobre a adoção de
um novo objetivo de cooperação económica, para a consolidação da CPLP.
O
antigo ministro dos Negócios Estrangeiros timorense evidenciou o enorme
potencial económico dos países que pertencem a esta comunidade, que representa
cerca de 300 milhões de pessoas.
“Representa
cerca de 8 % da superfície continental do planeta, possuindo mais de 50% das
novas descobertas de recursos energéticos desde o início do século XXI. Estarão
no quarto lugar da produção mundial de petróleo e detêm uma vasta plataforma
continental com recursos marinhos e minerais, bem como aproximadamente 14% das
reservas mundiais de água doce”, sustentou.
Zacarias
da Costa destacou o reconhecimento internacional do potencial da comunidade,
que vem sendo atestado pelo crescente número de observadores associados, que
atualmente totalizam 32: 28 países e quatro organizações internacionais.
“A
par de motivações diplomáticas, culturais e até por via das comunidades da
diáspora, os países associados veem a CPLP como uma potencial plataforma
facilitadora de parcerias económicas, cabendo-nos, também a nós, desenvolver
instrumentos que nos permitam tirar maior partido dessa atratividade da nossa
organização”, concretizou.
O
secretário-executivo da CPLP aproveitou também para vincar a importância da
adoção do Acordo sobre a Mobilidade na CPLP, que permitirá estabelecer
mecanismos facilitadores de circulação de pessoas e ideias.
“Temos
pela frente o desafio de tornar a CPLP num instrumento cada vez mais eficiente
e com impacto cada vez maior no desenvolvimento dos nossos Estados-membros”,
acrescentou.
Sobre
a agenda estratégica para este desígnio, explicou que contempla sete eixos para
ação conjunta, que visam a promoção do comércio, a promoção do investimento, a
capacitação institucional e empresarial, a melhoria dos mecanismos de
financiamento, o reforço da competitividade, o reforço dos sistemas nacionais
de propriedade industrial, e o desenvolvimento e consolidação das
infraestruturas nacionais para a qualidade.
A par
disto, disse ainda ter sido constituído o Fórum das Agências de Promoção do
Comércio Externo e Investimento da CPLP, com o objetivo de “promover o
intercâmbio de boas práticas, iniciativas de formação e capacitação
institucional, bem como ações conjuntas em matérias como a internacionalização
das empresas, o aumento das trocas comerciais e o investimento em setores
estratégicos”.
“Queremos
que as nossas empresas sejam cada vez mais capazes de corresponder às
exigências para competir no mercado global. Significa um compromisso com a
capacitação e a formação, a garantia de qualidade, a melhoria do ambiente de
negócios, o apoio ao acesso ao financiamento e à internacionalização”,
concluiu.
O
Curso de Especialização em Criminalidade Económica e Financeira é uma ação de
formação avançada para 15 magistrados e quadros superiores dos órgãos do Estado
de Timor-Leste, designadamente do Parlamento Nacional, Ministério Público,
Polícia Científica e de Investigação Criminal, Comissão Anticorrupção e
Inspeção Geral do Estado.
Tendo
lugar em Coimbra, arrancou em 06 de fevereiro e decorre até sexta-feira,
incluindo ainda visitas a entidades externas na semana de 20 a 24 de fevereiro.
É
lecionado através da Academia Sino-Lusófona da Universidade de Coimbra (projeto
especial da Reitoria) e financiado pela União Europeia, através do projeto PFMO
– Parceria para melhoria da prestação de serviços através de Supervisão e
Gestão das Finanças Públicas em Timor-Leste (Osan Povu Nian), implementado e
cofinanciado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros/Camões-IP.
Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São
Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.
ANG/Inforpress/Lusa
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