Nigéria-Eleições/ UA vai enviar missão com 90 observadores
Bissau, 15 Fev 23 (ANG) - A União Africana (UA) vai enviar 90 observadores às eleições gerais na Nigéria agendadas para 25 de Fevereiro, integrados numa missão liderada pelo antigo Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, anunciou hoje a Comissão da organização pan-africana.
A missão vai mandatada
para "fornecer uma avaliação precisa e imparcial do processo eleitoral,
incluindo o grau em que a condução das eleições cumpre os padrões regionais,
continentais e internacionais para eleições democráticas", "oferecer
recomendações para melhorar futuras eleições com base nas conclusões" que
vier a retirar, e "demonstrar a solidariedade e o apoio da UA à
consolidação da democracia, paz, estabilidade e desenvolvimento na
Nigéria", de acordo com uma declaração UA.
O processo de observação
na Nigéria "envolverá vários intervenientes" e, após a observação da
votação, a missão "emitirá a sua declaração preliminar sobre o processo
eleitoral em 27 de Fevereiro de 2023 em Abuja", segundo o mesmo texto.
O país mais populoso de
África, com mais de 210 milhões de habitantes, escolhe no próximo dia 25 o
sucessor do actual Presidente, Muhammadu Buhari, que não concorre à reeleição
após terminar o segundo e último mandato de quatro anos.
O número de eleitores
recenseados ascende a 93,4 milhões, que poderão votar em 1.491 círculos
eleitorais divididos em 176.846 urnas de voto.
A população eleitoral
actual da Nigéria conta com mais 16,7 milhões de eleitores do que a totalidade
dos eleitores recenseados nos restantes 13 países da África Ocidental (76,7
milhões), de acordo com a comissão nigeriana de eleições (CENI).
Até à suspensão dos cadernos
eleitorais, em 31 de Julho de 2022, recensearam-se 12,2 milhões de novos
eleitores, dos quais 9,5 milhões foram validados, segundo a instituição.
Na corrida à sucessão de
Buhari, destaca-se o novo líder do All Progressives Congress (APC, partido no
poder), Bola Ahmed Adekunle Tinubu, que enfrenta sobretudo três candidatos:
Alhaji Atiku Abubakar, do People's Democratic Party (PDP, oposição),
ex-vice-presidente de Olusegun Obasanjo, Peter Obi, do Labour Party, um
dissidente do APC, que muitos eleitores vêem como principal alternativa à
actual classe dirigente, e Rabiu Musa Kwankwaso, líder do New Nigeria Peoples
Party (NNPP), também antigo membro do APC, apoiado sobretudo nas regiões
setentrionais do país.
As presidenciais são
realizadas de acordo com um sistema a duas voltas, sendo que, para ser eleito
na primeira volta, um candidato tem que receber a maioria dos votos e mais de
25% dos votos em, pelo menos, 24 dos 36 estados do país. Se nenhum candidato
alcançar estes resultados, será realizada uma segunda volta entre os dois
candidatos mais votados no maior número de estados.
Os eleitores nigerianos
escolherão ainda os 109 membros do Senado, a serem eleitos em outros tantos
círculos eleitorais de um único lugar (cada estado tem três círculos, e existe
ainda um para o Território da Capital Federal), e os 360 deputados à Câmara dos
Representantes, mais uma vez em círculos eleitorais de um único membro. ANG/RFI
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