África/França anuncia rever funcionamento de bases militares no continente
Bissau, 28 Fev 23 (ANG) - O presidente francês começa nesta quarta-feira um périplo africano com deslocações ao Gabão, Angola, Congo e República democrática do Congo.
Numa alocução na
segunda-feira sobre a nova política francesa relativamente ao continente negro
o estadista prometeu alterar substancialmente a política de bases militares
francesas em África e lançou o repto aos empresários para se adaptarem às novas
realidades dos investimentos.
As tropas da França acabaram por abandonar
o Mali e o Burkina Faso, duas antigas colónias da África ocidental, palco de golpes
de Estado, na sequência de ultimatos dados pelas autoridades locais para a
partida dos militares gauleses.
Tropas para-militares russas Wagner
estariam, mesmo, a operar no Mali e na República centro-africana, outra antiga
colónia francesa, mas na África central.
Os investimentos russos e chineses,
nomeadamente, no plano económico têm vindo a crescer de forma avultada em
África, inclusive em países onde a França estava presente tradicionalmente.
Com esta visita a África Emmanuel Macron
alega que as redes opacas entre a França e África pertencem, mesmo, ao passado
e que Paris tem de olhar além das suas antigas colónias.
Angola, país lusófono, e a República
democrática do Congo, antiga colónia belga são duas das etapas do périplo
africano de Macron que começa a 1 de Março no Gabão, com etapa também no Congo
(Brazzaville).
Eis um excerto da alocução de Emmanuel Macron, presidente francês na
segunda-feira em Paris, no plano da defesa e dos negócios com África:
"Nos locais onde existem bases com, às vezes, centenas ou, mesmo,
milhares de militares franceses haverá uma redução do número dos nossos
soldados, com um aumento do número de parceiros africanos.
Estas bases não
vão ser encerradas, vamos é transformá-las, algumas serão transformadas em
academias, outras serão bases com parceiros, certas dentre elas mudarão de
nome. Elas vão mudar de fisionomia, de lógica, de pegada.
Porque as bases
actuais são uma herança do passado. São também um pretexto para os retractores
da França e, às vezes, um pretexto para não resolver os problemas políticos no
terreno.
Quanto aos
investimentos é necessário um despertar do mundo económico francês”, disse o
Presidente francês que acrescenta:
“Temos que ir
batalhar a África, os grandes patrões devem lá ir em caso de um contrato avultado.
Porque outros países, até recentemente pouco presentes sem estarem
necessariamente mais bem armados, estão a ganhar terreno . E isto
simplesmente porque levam a sério os países africanos”.
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