União Africana/Resiliência em destaque na abertura do Conselho Executivo
Bissau, 15 Fev 23 (ANG) - A reunião do Conselho Executivo da União Africana começou hoje em Addis Abeba, na Etiópia, com muitas referências à resiliência do continente no meio de crises sucessivas.
Para combater
estas crises, a União Africana defende uma maior união económica com uma zona
de comércio livre entre todos os países africanos.
A resiliência dos países africanos
face às sucessivas crises que têm afectado o Mundo foi o ponto comum dos
discursos de abertura do Conselho Executivo da União Africana que começou esta
manhã em Addis Abeba, na Etiópia.
Mesmo confrontado com dificuldades no
plano sanitário, económico e da paz, Moussa Faki Mahamat, presidente da
Comissão da União Africana, disse que o continente continua a mostrar grandes
sinais de resiliência face aos desafios e que esta organização nunca parou de
trabalhar para melhorar as condições das populações.
"As nossas actividades no último ano decorreram
sob um contexto marcado pelas contínuas dificuldades no plano sanitário,
económico e da paz no Mundo. Estas dificuldades contribuíram à mutação da
geopolítica mundial, dando-nos incerteza, mudança e momentos de estruturação e
desestruturação internacional com o inquietante regresso do terrorismo, os
golpes de Estado, a regressão das nossas economias, as condições climáticas que
se deterioram. Tudo isto afecta o nosso continente, apesar do nosso enorme
potencial, não deixando de alimentar as rivalidades endógenas e exógenas. Mesmo
confrontado com isto, África mostra grandes sinais de resiliência",
afirmou Moussa Faki Mahamat.
Com este encontro em Addis Abeba a ser
centrado na construção de uma zona de livre comércio entre todos os países
africanos, António Pedro, sub-secretário executivo da Comissão Económica das
Nações Unidas para África, defendeu que esta é única maneira de acelerar o
crescimento económico e fazer com que África seja auto-suficiente.
Nesta sessão inaugural participou também o
ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares Bueno,
defendeu uma maior proximidade entre africanos e europeus para ultrapassar os
desafios comuns, preparando já a presidência rotativa da União Europeia que
Espanha vai assumir em Julho.
Ainda nesta sessão, Aissata Tall Sall,
ministra dos Negócios Estrangeiros do Senegal, que preside a esta reunião,
lembrou os desafios do continente que vão ser discutidos até ao fim desta
semana.
"Este ano de 2023 começa no nosso continente
num contexto cheio de desafios de todos os pontos de vista, o terrorismo
continua a ganhar terreno, ao mesmo tempo que as mudanças de regime
anti-constitucionais deram lugar a transições políticas complexas em vários
países. Ao mesmo tempo, continuamos a sofrer as consequências económicas e
sociais nefastas da pandemia de covid-19 e da crise russo-ucraniana. A questão
das alterações climáticas e a situação humanitária em África constituem também
desafios urgentes", declarou a ministra senegalesa.
A paz é um tema que também dominou esta
sessão, com expectativas crescentes face à 36ª Cimeira da União Africana
que começa já na sexta-feira e onde os líderes africanos se vão pronunciar
sobre as sucessivas crises políticas em países como Mali, Burkina Faso e Guiné
Conacri. ANG/RFI
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