ONU/Guiné-Bissau questionada sobre medidas de protecção a Marcelino Intupé
Bissau, 22 Fev 23 (ANG) - As Nações Unidas enviaram questões ao Governo
da Guiné Bissau sobre as medidas de protecção ao advogado Marcelino Intupé
após ter sido espancado na sua casa e pede ao país para detalhar todas as
medidas legislativas para proteger a acção dos advogados sem ameaças nem
restrições na sua actividade profissional.
Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Direitos Humanos
questionou no final de Dezembro a Guiné-Bissau sobre o espancamento do advogado Marcelino Intupé, tornando esta semana públicas as
perguntas enviadas ao Governo deste país já que não houve, até agora, resposta.
Marcelino Intupé,
comentador político e advogado, ficou responsável pela defesa dos acusado no
caso da tentativa de golpe de Estado que decorreu em Fevereiro de 2022 no
Palácio Presidencial, em Bissau. Em Novembro de 2022, Marcelino Intupé foi
vítima de espancamento na sua casa, tendo identificado pelo menos um dos
agressores. Pouco tempo depois, o advogado foi vítima de outro ataque, a tiro,
junto à sua casa, tendo saído ileso.
Esta carta relembra
os factos vividos por Marcelino Intupé e descreve como advogado chegou a
identificar um dos seus atacantes como Tcherno Bari, chefe de Segurança do
Presidente da Republica, Umaro Sissoco Embaló.
Nas questões enviadas
à ministra dos Negócios Estrangeiros guineense, Suzi Barbosa, a relatora
especial para a indpendência dos juízes e advogados do Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Margaret Satterthwaite, pede mais
informações sobre o caso de Marcelino Intupé, pede detalhes sobre a
protecção oferecida pela Guiné-Bissau a este adbogado assim como detalhes
sobre a protecção dada em geral pelas autoridades do país para o exercício
livre da profissão de adovgado.
Na missiva de seis
paginas enviada pelas Naçoes Unidas ao Governo da Guiné-Bissau, esta
organização diz-se "seriamente preocupada" com o assédio, assim como
os ataques e violência contra Marcelino Intupé que apenas "cumpria o
exercídio legítimo das suas funções como advogado" e intervindo "na
sua liberdade de consciência e de expressão".
O Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Direitos Humanos avisa que caso estas alegações sejam
confirmadas, constituem "uma violação das garantias que beneficiam os
advogados ao exercer as suas funções profissionais sem ameaças" e
também de "uma violação das garantias de igualdade" perante as
jurisdições. ANG/RFI
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