Corno de África/Tendências da seca são piores do que na fome de 2011
Bissau, 23 Fev 23 (ANG) – As perspectivas da seca histórica no Corno de África são agora piores do que a situação que ocorreu em 2011, quando pelo menos 250 mil pessoas morreram de fome, alertou quarta-feira um centro de estudos climáticos.
“Esta pode ser a sexta
temporada de chuvas consecutiva falhada” na região, que inclui Somália, Etiópia
e Quénia, revelou o Centro de Previsão e Aplicação Climática da Autoridade
Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD, na sigla em inglês), já que
são esperadas chuvas abaixo do normal na estação chuvosa dos próximos três
meses.
A seca, a mais longa de
que há registo na Somália, dura há quase três anos, dezenas de milhares de
pessoas terão já morrido e mais de um milhão foram deslocadas, de acordo com as
Nações Unidas.
No mês passado, o
coordenador da ONU na Somália alertou que o excesso de mortes neste país “quase
certamente” superará as da fome declarada em 2011.
Cerca de 23 milhões de
pessoas estarão em situação de elevada insegurança alimentar na Somália,
Etiópia e Quénia, de acordo com estimativas de um grupo de trabalho de
segurança alimentar presidido pela Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e Agricultura (FAO) e a IGAD.
Já morreram 11 milhões
de animais essenciais para muitas famílias, e muitas pessoas afectadas em toda
a região são pastores ou agricultores que viram as colheitas murcharem e as
fontes de água secarem.
Além disso, a guerra na
Ucrânia afectou a resposta humanitária, uma vez que os doadores tradicionais na
Europa desviam fundos para a crise mais perto dos seus países, refere ainda a
organização regional em comunicado.
O secretário-executivo
da IGAD, Workneh Gebeyehu, pediu aos governos e parceiros para agirem “antes
que seja tarde demais”.
ANG/Inforpress/Lusa
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