Brasil/Estados
Unidos anunciam contribuição para o Fundo Amazónia
Bissau, 17 Fev 23(ANG) – A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil anunciou que a administração norte-americana vai contribuir para o Fundo Amazónia, o mais importante esforço de cooperação internacional para a preservação da floresta tropical.
A
contribuição vai ser definida, nas próximas semanas, pelo Congresso dos EUA,
indicou Elizabeth Frawley Bagley, numa conferência de imprensa, na
quinta-feira, em Brasília.
“Em
relação ao Fundo Amazónia, do qual estamos muito felizes em fazer parte, o
Congresso dos Estados Unidos vai decidir e determinar os valores exatos
autorizados” a contribuir, disse Frawley Bagley.
A
embaixadora indicou que a Casa Branca e o Senado, a câmara alta do Congresso,
“vão trabalhar juntos para estabelecer esses valores” e “nas próximas semanas”
os números serão divulgados.
Atualmente,
o fundo conta com recursos de 5,4 mil milhões de reais (971,4 milhões de euros)
com 1,8 mil milhões de reais (323,8 milhões de euros) já contratados e 14
projetos aprovados em licitação desde 2018.
No
dia 10 deste mês, o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva,
manifestou confiança de que os EUA passariam a contribuir para o Fundo
Amazónia, no final de um encontro com o homólogo norte-americano, Joe Biden.
“Não
só acho que [os EUA] vão [aderir ao Fundo], como é necessário que participem,
porque veja: o Brasil não quer transformar a Amazónia num santuário da
humanidade, mas também não quer abrir mão” da soberania da Amazónia, disse Lula
da Silva, a jornalistas em Washington.
“Eu
queria muito que o Presidente Biden participasse na construção de um Fundo com
todos os países desenvolvidos do mundo para que possamos cuidar melhor do nosso
planeta. (…) O que queremos mesmo é partilhar a ciência do mundo todo, um
estudo profundo sobre a necessidade de manter a Amazónia, mas extrair da
biodiversidade amazónica algo que possa significar uma melhoria na qualidade de
vida dos 25 milhões de pessoas que lá vivem”, frisou.
Logo
depois destas declarações, o Governo brasileiro indicou, em comunicado
conjunto, que os EUA tinham anunciado a intenção de fornecer recursos para
programas de proteção da Amazónia brasileira, “incluindo apoio inicial ao Fundo
Amazónia”.
O
Fundo Amazónia foi criado por Lula da Silva em 2009 para ajudar no combate à
desflorestação da zona e era financiado principalmente pela Noruega e Alemanha.
Contudo,
esses dois países congelaram as contribuições para o fundo devido ao avanço da
desflorestação na Amazónia durante o Governo de Jair Bolsonaro, tendo já
manifestado vontade de retomar o processo com Lula no poder.
O
Fundo Amazónia, para reduzir a desflorestação e aumentar a fiscalização, conta
desde quarta-feira com a reintegração do Comité Orientador do Fundo Amazónia,
presidido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social brasileiro.
ANG/Inforpress/Lusa
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