sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Uganda/Presidente acusa Europa de querer impor homossexualidade no país

Bissau, 17 fev 23 (ANG) - O Presidente ugandês, Yoweri Museveni, acusou hoje a Europa de querer "impor" a homossexualidade no país africano, onde Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Intersexuais e Queer (LGBTIQ) são perseguidas e sofrem muitos estigmas.

De acordo com o governante ugandês, que falava durante um comício para assinalar o 46º aniversário da morte do arcebispo daquele país Janani Luwum, morto pelo governo de Idi Amin (1971-1979).

"Quero felicitar os crentes ugandeses por terem rejeitado a homossexualidade. Os europeus não nos ouvem quando lhes dizemos que este problema da homossexualidade é algo que não devemos normalizar ou celebrar", acrescentou.

Segundo Museveni, "é verdade que havia alguns homossexuais (no Uganda) antes da chegada dos europeus, mas foi claramente um desvio do normal, como uma pessoa com seis dedos em vez de cinco".

O Presidente ugandês fez estes comentários um dia após o Conselho Inter-Religioso do Uganda (IRCU) ter dito que tencionava levar de volta ao parlamento do país um projecto de lei introduzido há anos para punir "homossexuais reincidentes" com prisão perpétua.

Em Fevereiro de 2014, Museveni ratificou esse projecto de lei, mas o Tribunal Constitucional do Uganda derrubou a lei seis meses mais tarde, argumentando que não havia quórum suficiente durante a sua votação no parlamento.

As discussões sobre essa lei - impulsionadas principalmente por pastores evangelistas populares desencadearam uma onda de ataques a pessoas LGBTIQ no Uganda, levando ao assassínio de algumas delas.

Actualmente, o código penal do Uganda ainda tem uma lei que remonta a 1950 - 12 anos antes de o país conquistar a independência do Reino Unido - que penaliza as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo com até sete anos de prisão. ANG/Angop


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