Política/Antigo PM Aristides Gomes deixou Bissau há muito tempo e está em França
Bissau, 15 Fev 23(ANG) – O antigo primeiro-ministro Aristides Gomes disse terça-feira à Lusa que já deixou a Guiné-Bissau “há muito tempo” e que se encontra em França, após uma tentativa de detenção, sem mandado, em Novembro passado em Bissau.
“Já saí há muito tempo”,
afirmou Aristides Gomes, contactado pela Lusa por telefone.
Aristides Gomes
regressou a Bissau em 18 de Novembro para participar no congresso do Partido
Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, oposição), depois
de ter abandonado o país em 2021, após ter estado refugiado na sede das Nações
Unidas em Bissau desde Março de 2020.
No mesmo dia, durante o congresso do PAIGC, as fo
rças de segurança encapuzadas e fortemente armadas
tentaram deter Aristides Gomes, sem um mandato, que acabou por conseguir sair
do local.
Nas declarações feitas à Lusa, Aristides Gomes afirmou que
está a ser alvo de “perseguição política” e denunciou o “carácter injusto da
perseguição, porque não há nada na justiça”.
“Mais uma vez apresentei
queixa em Bissau e outra no tribunal da CEDEAO [Comunidade Económica dos
Estados da África Ocidental] contra o Estado e, particularmente, contra o
Presidente da República”, Umaro Sissoco Embaló, disse Aristides Gomes.
Segundo o antigo
primeiro-ministro, trata-se uma forma de “fazer face a um Estado que não
respeita regras nenhumas”.
“Um regime que está a
fazer um cozinhado cujo resultado será dramático para toda a gente”, salientou.
Em Dezembro, os
advogados de Aristides Gomes em Bissau já tinha apresentado uma queixa-crime
contra o Estado da Guiné-Bissau, após as forças de segurança o terem tentado
deter sem um mandato.
A queixa-crime,
apresentada ao procurador da República junto do Tribunal de Relação de Bissau,
“participa criminalmente contra o Estado da Guiné-Bissau, Sandji Fati, ministro
do Interior, a Procuradoria-Geral da República, Bacari Biai, procurador-geral
da República na altura dos factos”, três magistrados do Ministério Público e
agentes do Ministério do Interior. ANG/Inforpress/Lusa
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