Sismo/Mais de um terço dos afectados na Turquia são crianças, diz Unicef
Bissau, 14 Fev 23 (ANG) - A Unicef, agência das ONU dedicada à protecção das crianças, revelou segunda-feira que os menores de 17 anos representam mais de um terço da população afectada pelos devastadores sismos na Turquia, enquanto na Síria "as necessidades são imensas".
Maher Ghafari,
representante da Unicef na região, adiantou que desde o primeiro dia após o
desastre, a Unicef está a cuidar das necessidades de água e saneamento e enviou
camiões-cisterna para áreas onde o fornecimento de água foi interrompido.
Na Turquia, dos cerca de
15 milhões atingidos pelos terramotos existem mais de 214 mil mulheres
grávidas, revelou o Fundo das Nações Unidas para a População (Unfpa), citado
pelo portal ONU News.
Deste número de mulheres
grávidas, quase 24 mil devem dar à luz em Março, acrescentou, lembrando que
"as futuras mães precisam de apoio com cuidados obstétricos de emergência
e cesarianas e assistência pré e pós-natal.
"Com suprimentos
médicos esgotados e centenas de centros de saúde, maternidades e espaços
danificados, formou-se uma corrida contra o tempo para salvar vidas",
destaca o portal.
O Unfpa está nas áreas
afectadas na Turquia e na Síria para restabelecer serviços críticos e protecção
de milhões de mulheres e meninas vulneráveis que precisam urgentemente de
cuidados.
Já na Síria, hospitais,
centros de saúde e espaços seguros em Alepo, Lattakia e Hama estão a receber
kits de dignidade e maternidade para mulheres grávidas e aquelas com partos
recentes.
"São milhares de
cobertores e casacos, enquanto mais de 20 equipas móveis com ginecologista,
parteira e assistente psicossocial atendem a mulheres e meninas nas três áreas
mais impactadas na província de Alepo", frisou o portal da ONU.
Outra preocupação é evitar a violência de género numa situação de caos.
Os sismos que devastaram
há uma semana o sul da Turquia e o noroeste da Síria causaram pelo menos 40.943
mortes, segundo o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS)
hoje divulgado.
Os dados avançados pelo
director do Departamento Regional de Emergências da OMS, Rick Brennan, indicam
que os terramotos de magnitude, primeiro, de 7,8, e, depois, de 7,5, na escala
aberta de Richter, provocaram 31.643 mortos na Turquia e cerca de 9.300 na
Síria.
Na Síria, as
consequências dos terramotos somam-se à situação humanitária que grande parte
da sua população já vivia como resultado da guerra civil.
O director regional da
Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Mediterrâneo Oriental, Ahmed Al
Mandhari, realçou o risco de desnutrição causada pela tragédia, após uma visita
a Alepo.
Em declarações à ONU
News, Al Mandhari frisou que "quase metade das instalações de saúde não
estão a funcionar e vários hospitais tiveram equipamentos destruídos",
numa região com a sua estrutura de saúde já impactada devido à guerra civil.
De acordo com Al
Mandhari, cerca de 25 milhões de pessoas foram afectadas pelo terramoto em toda
a Síria e, em Alepo, pode haver mais de 200 mil desalojados.
Este responsável da OMS
contou ainda que viu uma família de 16 membros a morar numa tenda.
A Síria enfrenta também
uma crise de combustível que afecta não só a sociedade, mas também hospitais,
que estão sem sistema de aquecimento, e muitos sem electricidade, vincou.
Para o director regional
da OMS para o Mediterrâneo Oriental, outro desafio é a maior propagação de
doenças transmitidas pela água e alimentos, lembrando o surto de cólera do ano
passado por causa da água contaminada e a possível transmissão de hepatite.
Al Mandhari também
mencionou o risco de transmissão de doenças em abrigos lotados, citando um
surto de piolhos. ANG/Angop
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