Sismos/Mais de 11 mil mortos na Turquia e Síria
Bissau, 08 Fev 23 (ANG) - Os sismos ocorridos, na segunda-feira, na Turquia e na Síria já fizeram mais de 11 mil mortos. Na Síria a situação é considerada mais grave devido ao isolamento das povoações e ao facto de se tratar de uma região muito afectada pela guerra que se prolonga desde 2011.
O último balanço provisório dos sismos que
atingiram o sul da Turquia e no norte da Síria dá conta de mais de 9.500
mortos. As operações de resgate nos escombros dos edifícios destruídos decorrem
nos dois países, mas as equipas de socorro temem que o número de vítimas
mortais aumente significativamente.
Na Turquia, novamente milhares de pessoas
tiveram de dormir, nos carros ou na rua, debaixo de temperaturas glaciares, com
medo de voltarem a casa por não confiarem na segurança dos edifícios, abalados
por um sismo de 7.8 na escala de Richter, na segunda-feira de madrugada,
seguido de dezenas de réplicas, a mais forte de magnitude 7.8.
O balanço de mortos, actualizado na manhã
desta quarta-feira pelos serviços turcos, ultrapassa os 8.500. As autoridades
de Ancara dão ainda conta de milhares de feridos.
Dois dias após a catástrofe, as operações
continuam à procura de sobreviventes no meio dos escombros. Os casos de
salvamento de sobreviventes são, agora, cada vez mais escassos devido às baixas
temperaturas que afectam gravemente o trabalho dos socorristas.
Mais de 12 países já enviaram equipas de
ajuda humanitária e salvamento para a Turquia.
Na Síria, onde
as autoridades e rebelião já confirmaram mais de 2.600 mortos, a situação é
considerada mais complicada devido ao isolamento das povoações afectadas pelo
terramoto, uma região devastada por mais de 11 anos de guerra.
As zonas atingidas pelos sismos são
maioritariamente controladas pela rebelião, os últimos redutos da oposição ao
regime de Damasco, onde se encontram milhares de civis, refugiados e deslocados
internos que vivem em tendas e dependem da ajuda humanitária.
Segundo a Organização Mundial de Saúde
mais de 23 milhões de pessoas podem vir a necessitar de ajuda de emergência nas
zonas afectadas da Turquia e da Síria.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan,
disse que 13 milhões de pessoas na Turquia foram afectadas pelos efeitos
destrutivos do sismo e em relação à Síria as Nações Unidas garantem que vão
utilizar todas "as vias possíveis" para fornecer ajuda aos
sobreviventes das zonas controladas pela oposição.
Os capacetes brancos, socorristas das zonas rebeldes da Síria,
imploram ajuda internacional nesta corrida contra a morte, queixam-se de não
terem equipamento suficiente e pedem “à comunidade internacional para
assumir as suas responsabilidades face às vítimas civis”.
Entretanto, as autoridades sírias acabam
de pedir ajuda à União Europeia. O anúncio foi feito, esta quarta-feira, 8 de
Fevereiro de 2023, pelo comissário
europeu Janez Lenarcic: “esta manhã, recebemos um pedido de ajuda do
governo sirio através do mecanismo de protecção civil. Partilhamos este pedido
com os Estados-membros da UE e encorajamos os membros a dar seguimento a este
pedido de ajuda.”
Francesco Galtieri, chefe do Escritório do coordenador residente das Nações Unidas na Síria, em entrevista à rádio ONU, sublinha que “a família humanitária conseguiu imediatamente aperceber-se da situação dramática" e puderam logo “planear uma primeira resposta em apoio aos hospitais e aos serviços nacionais". Neste momento, estão a ajudar nos serviços hospitalares e na logística de encontrar abrigos para os afectados.
ANG/RFI
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