ONU/Países pobres vão ter 90.000ME em 2023 para lidarem com alterações climáticas
O
valor, que corresponde a cerca de 90 mil milhões de euros, deverá ser
definitivamente atingido em 2023, afirmou John Kerry, na quarta-feira à noite.
A
concretizar-se, acontecerá pelo menos dois anos mais tarde do que a meta de
2020 estabelecida pelos países desenvolvidos numa cimeira climática das Nações
Unidas, em Copenhaga, em 2009.
Kerry
disse, numa reunião informal do Conselho de Segurança da ONU sobre
“Financiamento Climático para a Manutenção da Paz e da Segurança”, que o
Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está empenhado em aumentar o
financiamento norte-americano aos países em desenvolvimento para ajudar a
responder às alterações climáticas e, assim, respeitar o compromisso assumido.
Em
Setembro, o actual chefe de Estado norte-americano prometeu aumentar o
financiamento anual dos EUA para mais de 11 mil milhões de dólares (10 mil
milhões de euros), quadruplicando o financiamento da presidência de Barack
Obama (2009-2017), quando Biden era vice-presidente, afirmou Kerry.
“E
esse aumento vai ajudar-nos a cumprir com os 100 mil milhões de dólares”, disse
Kerry. “Estamos ser apenas um pouco tímidos em relação a isso para 2022. É
absolutamente claro que vamos tê-lo para 2023. Continuo a pensar que o
conseguiremos para 2022”, esclareceu.
Os
Estados Unidos são o segundo maior emissor de gases com efeito de estufa. China
é o maior emissor e a Índia o terceiro. Diplomatas destes dois últimos países,
as duas nações mais populosas do mundo, criticaram, na mesma reunião, o
fracasso dos países desenvolvidos em cumprir os compromissos climáticos.
O
vice-embaixador da ONU na China, Dai Bing, disse que os países desenvolvidos
têm “uma responsabilidade moral” e uma obrigação internacional obrigatória,
inclusive ao abrigo do acordo climático de Paris de 2015, de fornecer
financiamento aos países em desenvolvimento porque são os principais
responsáveis pelas alterações climáticas e emissões de carbono.
Já o
vice-embaixador indiano, Ravindra Raguttahalli, afirmou que os países em
desenvolvimento não têm acesso ao financiamento climático e lidam com o incumprimento
de promessas sobre mitigação e fornecimento de tecnologias para enfrentar as
alterações climáticas.
ANG/Inforpress/Lusa
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