França/Estados Unidos da América vão
voltar a integrar a UNESCO
Bissau, 13 Jun 23 (ANG) - Os Estados Unidos da América vão voltar a integrar a
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, a UNESCO,
cinco anos depois de terem abandonado a organização, durante a presidência de
Donald Trump.
Audrey Azoulay, directora-geral da UNESCO, saudou, esta segunda-feira, em Paris, a
decisão de Washington de voltar a integrar a organização.
"Creio que
é, antes de mais, o reconhecimento do mandato da UNESCO: as questões
relacionadas com a educação, cultura e ciência nos desafios actuais. E
houve um custo para os Estados Unidos por não estarem a esta mesa",
começou por referir.
Audrey Azoulay desvendou depois
alguns pormenores sobre a carta que os Estados Unidos da América lhe enviaram a
propósito deste assunto.
"Na carta
que me enviaram estes dias, a comunicar a sua intenção de regressar, referem
que a UNESCO não está apenas presente nas suas missões tradicionais, mas também
está presente, e cada vez mais presente, nos temas emergentes e estratégicos.
E, nas discussões que tive eu própria, com os parlamentares, com a
administração americana, eles mencionaram a questão da ética e da inteligência
artificial. Neste campo, a Unesco trabalhou muito nisso e produziu uma
orientação, há quase dois anos. Sei que os Estados Unidos gostariam de ter
prosseguido com esta discussão, na qual participaram ao nível de peritos, mas
que enquanto estado, não puderam fazer parte", salientou
ainda.
A aceitação do retorno americano à
organização só será efectiva depois de uma votação simbólica maioritária dos
outros estados, que deverá acontecer em Julho.
Esta decisão de voltar à UNESCO surge numa altura em que os
Estados Unidos da América pretendem contrariar a influência da China na ordem
multilateral internacional. Entretanto, Pequim já se pronunciou sobre este
assunto e disse que não iria opor-se à decisão americana.
"A China
está disposta a trabalhar com todos os estados membros, incluindo os Estados
Unidos", disse Yang Jin,
embaixador da China na UNESCO.
Os Estados Unidos da América, na altura liderados por Donald
Trump, decidiram abandonar a UNESCO, em 2017, invocando o
"persistente preconceito anti-israelita", uma decisão que se tornou
efectiva no final de 2018.ANG/RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário