Trabalho
Infantil/Administrador
da AMIC aponta “pobreza extrema” como fator principal de avanço do fenómeno no
país
Bissau 12 Jun 23 (ANG) - O administrador
da Associação dos Amigos das Crianças(AMIC), disse hoje que um país com carências nomeadamente fome no seio familiar,
tal como acontece na Guiné-Bissau, não pode escapar-se do fenómeno de trabalho infantil .
Fernando Cá falava em
entrevista exclusiva â ANG sobre o Dia
Internacional do Combate ao Trabalho Infantil, que se assinala hoje e cujo lema desta ano é
“Direitos das Crianças no Meio Digital”.
Aquele responsável disse que
no que concerne a Guiné-Bissau existem leis que falam do trabalho infantil e da
sua criminalização, mas que, na prática, não são aplicadas.
“O trabalho infantil é uma
realidade no país há muito tempo e aumenta de acordo com as dificuldades. Por
exemplo, hoje em dia são as crianças que trabalham obrigatoriamente para ajudar
no sustento de várias familias, as vezes fazendo trabalho fora da sua idade e durante
muitas horas por dia, e tudo isso é
agravado com a exploração dos trabalhos dos menores “,disse.
Cá falou da mendicidade, das
crianças que vendem nas ruas, que passam todo seu tempo nestas atividades, mas que
o resultado do trabalho que fizeram vai para uma outra pessoa.
“E é isso que se considera
exploração do trabalho infantil”, salientou Fernando Cá.
Defendeu que as crianças podem fazer certos trabalhos, por
exemplo, um pai pode ter uma oficina mecânica e o seu filho pode estar a
aprender com ele, sem pôr em causa seus direitos entre os quais, a de ir a escola
e ter momentos de lazer”.
Para sanear o fenómeno,
Fenando Cá diz que será necessário fazer
andar muitas coisas ao mesmo tempo, a começar pelo acesso à escola e ensino de
qualidade. “Não havendo aulas as crianças tornam vulneráveis ao trabalho
infantil em sua própria casa e nos bairros”, disse .
Este responsável da maior
organização de defesa das crianças na Guiné-Bissau ainda destacou a necessidade
de proteger os menores em cumprimentos
de vários documentos e convenções que protegem as crianças, de que a Guiné-Bissau é signatário. ANG/MSC/ÂC//SG
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