Cabo Verde/ Directores de energia da CEDEAO avaliam iniciativas
de implementação do hidrogénio verde nos Estado-membros
Bissau, 25 Abr 24(ANG) – Os directores de energia da Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) encontram-se reunidos na
cidade da Praia, num workshop para avaliar as iniciativas em matéria de
implementação do hidrogénio verde nos Estados-membros.
Este encontro, que acontece durante dois
dias, é organizado pelo Centro para as Energias Renováveis e
Eficiência Energética (Cereec) e o Centro de Serviços Científicos da África
Ocidental sobre Alterações Climáticas e Utilização Adaptada dos Solos (Wascal).
O hidrogénio verde é reconhecido como uma fonte de energia capaz
de descarbonizar os sectores industrial, de transportes, agrícola e de energia.
A Estratégia Regional de Hidrogénio Verde da CEDEAO e os Planos
de Acção 2023-2030 e 2031-2050, aprovado em 2013, apontam para o
incremento da introdução do hidrogénio nos respectivos Estados.
Em nota de imprensa, o Cereec precisa que esses objectivos
passam por alcançar uma produção regional de, pelo menos, 0,5 milhões de
toneladas de hidrogénio verde por ano, até 2023, e 10 milhões de toneladas até
2050.
Para atingir esses objectivos, aponta a mesma fonte, será
necessária a instalação de quatro a cinco Gigawatts (GW) de capacidade de
electrolisadores até 2030, com um investimento cumulativo de cerca de três a
cinco mil milhões de dólares, o que gerará receitas anuais estimadas em 1,25
mil milhões de dólares.
Entretanto, no discurso de abertura do workshop, o director
executivo do Cereec, Francis Senporé, disse acreditar que com a acção
concertada dos Estados-membros e dos seus parceiros estes objectivos serão
alcançados, desde que sejam em conformidade com a política regional para
energias renováveis adoptada em 2013 pelos Chefe de Estado e de Governo Membros
da CEDEAO”.
Para ilustrar este facto, apontou que em 2010 os países da
comunidade tinham a capacidade de cinco megawatts (MW) de centrais
fotovoltaicas ligadas à rede, sendo que, actualmente, essa
cobertura é de 750 MW e com uma capacidade prevista de cinco GW em 2025.
Por sua vez, Carlos Monteiro, em representação do Ministério da
Economia, disse que a implementação do hidrogénio verde emerge como uma solução
crucial para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e impulsionar o
desenvolvimento sustentável dos países da África Ocidental.
“Não obstante os desafios que enfrentam a África e a nossa
sub-região temos de aproveitar as oportunidades e as potencialidades dos nossos
países a nível das energias renováveis” apontou.
Este workshop tem ainda como objectivo transmitir uma melhor
compreensão da produção e tecnologias de hidrogénio verde e amoníaco verde, os
desafios e oportunidades da indústria, economia e riscos para as principais
partes interessadas na sua produção.
Em 2010, o Cereec foi oficialmente inaugurado na Praia e, desde
a sua criação, tornou-se a instituição de referência em Energias Renováveis e
Eficiência Energética na região da CEDEAO, coordenando esforços, reforçando
capacidades e mobilizando recursos globais em prol das energias sustentáveis.
Com 13 anos de actividade, o Cereec consagrou-se como elemento-chave
no Quadro Estratégico Comunitário (QEC) da CEDEAO, contribuindo para a sua
vertente de Integração Económica e Interconectividade, promovendo o
desenvolvimento de infra-estruturas e conectividade, garantindo assim maior
acesso a serviços energéticos a custos competitivos.
ANG/Inforpress
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