Comércio/China chama hipócrita a Biden por acusações
de xenofobia contra Pequim
Bissau, 18 abr 24 (ANG) – A
China acusou hoje o Presidente dos Estados Unidos de hipocrisia, um dia depois
de Joe Biden ter criticado as autoridades do país asiático por alegada
xenofobia e batota no comércio mundial de aço.
"Gostaria de lhe perguntar: está a falar da China ou está a falar dos Estados
Unidos", afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em conferência de imprensa, quando questionado sobre as declarações do líder norte-americano.
Durante uma visita de
campanha ao estado norte-americano da Pensilvânia, Joe Biden acusou Pequim de
"fazer batota" no comércio mundial de aço, prejudicando os
fabricantes norte-americanos e os seus trabalhadores.
Trata-se de um eleitorado
fundamental para as eleições presidenciais de novembro, nas quais deverá enfrentar
o seu rival Donald Trump, que concorre pelo Partido Republicano.
"Eles são
xenófobos", disse o Presidente americano, referindo-se à China, durante um
discurso na sede do sindicato dos trabalhadores do aço (USW) em Pittsburgh, a
histórica capital do aço dos Estados Unidos.
O líder democrata lamentou o
facto de as empresas siderúrgicas chinesas "não terem de se preocupar em
obter lucros porque o Governo chinês as subsidia fortemente".
"Não competem, fazem
batota. E nós vimos os danos aqui na América", acrescentou.
"Não estou à procura de
um confronto com a China, quero concorrência, mas uma concorrência justa",
acrescentou Joe Biden, garantindo que não haverá "guerra comercial"
com Pequim.
O Presidente norte-americano
anunciou também na quarta-feira que pretende triplicar as taxas alfandegárias
sobre o aço e o alumínio provenientes da China.
"Sempre pedimos aos
Estados Unidos que respeitem sinceramente os princípios da concorrência leal,
que respeitem as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que ponham
imediatamente termo às suas medidas protecionistas contra a China", reagiu
o porta-voz Lin Jian.
"A China tomará todas
as medidas necessárias para salvaguardar os seus direitos legítimos",
sublinhou, sem especificar a natureza dessas medidas.
Os comentários de Joe Biden
surgem num contexto de intensa rivalidade política e económica com a China,
apesar do diálogo renovado entre os dois países.ANG/Lusa/Fim
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