Polónia/Detidos dois suspeitos de ataque a aliado de Navalny na Lituânia
Bissau, 19 abr 24 (ANG) – A
Polónia deteve duas pessoas suspeitas de terem atacado em Vílnius o ativista da
oposição russa Leonid Volkov, aliado de Alexei Navalny, anunciou hoje o
Presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda.
Volkov foi atacado em 12 de
março à porta de casa da capital da Lituânia, onde vive no exílio.
O agressor partiu uma das janelas
do carro que conduzia, atirou-lhe gás lacrimogéneo para os olhos e bateu-lhe
com um martelo, disse a polícia na altura.
Volkov era um aliado do mais
destacado opositor do regime russo, Alexei Navalny, que morreu em 16 de
fevereiro numa colónia penal no Ártico.
“Duas pessoas foram detidas
na Polónia por suspeita de terem agredido o líder da oposição russa Leonid
Volkov”, disse Nauseda aos jornalistas em Vílnius, citado pela agência
norte-americana AP.
“Agradeço à República da
Polónia pelo excelente trabalho que realizou. Discuti o assunto com o
Presidente polaco [Andrzej Duda] e agradeci a sua excelente cooperação”,
acrescentou.
Duda ou qualquer outra
autoridade polaca não se pronunciaram de imediato.
Volkov disse nas redes
sociais que não conhecia os pormenores da detenção, mas elogiou a polícia
lituana por ter trabalhado “de forma enérgica e persistente” no caso.
“Quanto aos pormenores,
descobriremos em breve. Mal posso esperar para saber”, acrescentou.
Volkov sofreu uma fratura no
braço durante o ataque brutal e foi hospitalizado.
Acusou o Presidente russo,
Vladimir Putin, de ter ordenado o ataque e prometeu continuar o trabalho na
oposição.
O ataque a Volkov ocorreu
quase um mês após a morte inexplicada de Navalny numa remota colónia penal do
Ártico.
Navalny, que morreu com 47
anos, era a figura da oposição mais conhecida da Rússia e o crítico mais feroz
de Putin, no poder há 24 anos.
Estava detido desde janeiro
de 2021 e cumpria uma pena de 19 anos de prisão sob a acusação de extremismo,
amplamente considerada como tendo motivações políticas.
Figuras da oposição e
líderes ocidentais responsabilizaram o Kremlin (presidência russa) pela morte
de Navalny, algo que as autoridades de Moscovo rejeitaram veementemente.
O funeral de Navalny na
capital russa, em 01 de março, atraiu milhares de apoiantes, uma rara
demonstração de desafio na Rússia de Putin, no meio de uma repressão implacável
e incessante da dissidência.
A viúva de Navalny, Yulia,
prometeu continuar o trabalho do marido.
Volkov era o responsável pelos
escritórios regionais e pelas campanhas eleitorais de Navalny, que se
candidatou a presidente da câmara de Moscovo em 2013, e tentou desafiar Putin
nas presidenciais de 2018.
Volkov, 43 anos, deixou a
Rússia há vários anos sob pressão das autoridades.ANG/Lusa/Fim
Sem comentários:
Enviar um comentário