quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


Governo pede MP para apurar responsabilidades decorrentes
das declarações de Sori Djaló

Bissau, 28 Fev. 13 (ANG) – O governo recomendou a instauração de um processo judicial para apurar as responsabilidades civis e criminais decorrentes das declarações contra o executivo proferidas pelo Presidente da Assembleia Nacional Popular, Ibraima Sori Djaló.

Na sua habitual reunião de quarta-feira, o colectivo governamental mandatou o Ministro da Justiça, Mamadú Saido Baldé para que accione mecanismos legais junto ao Ministério Publico para imputar comprometimento do “teor detractivo” das declarações de Sori Djaló.

O presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau, criticou segunda-feira que é impossível governar o país sem o Programa de Governo e o Orçamento Geral de Estado.

Falando na Assembleia Nacional Popular, Ibraima Sori Djaló acusou ao Governo de estar a gerir o país através de despesas não tituladas, cujo valor atinge os 15 mil milhões de Francos CFA.

As declarações de Sori Djaló provocaram uma “profunda mágoa” aos membros do executivo que lamentam que as mesmas tenham tido lugar num contexto em que “o diálogo e a concertação permanentes entre os órgãos de soberania se afiguram como imperativo indeclinável para o sucesso da transição em vigor no país”.

De acordo com o comunicado do CM, o teor destas declarações são surpreendentes, a demais, vindas do Presidente da ANP que, cumulativamente, exerce as funções de Presidente da República de Transição.

Na mesma ocasião, o presidente da ANP criticou também os pequenos partidos, considerando que muitos deles nem existiam e que apareceram de novo após o golpe de Estado de 12 de Abril do ano passado.

O presidente do parlamento referia-se implicitamente à criação de uma Comissão Multipartidária e Social de Transição, uma proposta de partidos sem assento parlamentar, e que teria as mesmas competências que a Assembleia Nacional Popular.

ANG/JAM

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


Naufrágio do Quinará - 2: MP envia processo para efeito de julgamento

Bissau, 26. 02. 13 (ANG) - A Comissão de Inquérito criada pelo Ministério Público para investigar o naufrágio da Piroga “Quinara 02” em Dezembro último afirmar ter já em mãos os elementos de prova bastante que justifique o envio do processo para o julgamento.

A informação consta num Comunicado a Imprensa a que a ANG teve acesso.

 De acordo com o documento, as audiências feitas na delegacia do Ministério Público junto a Vara Crime do Tribunal Regional de Bissau, a Comissão formou a convicção de que houve negligência grosseira que ceifou a vida a mais de 28 pessoas quando fazia ligação Bolama -Bissau.

Ainda, acrescenta a nota, a Procuradoria-Geral da República já notificou as partes acusadas desta decisão desde o passado dia seis do corrente mês, pelo que, segundo o MP, cabe agora ao Tribunal Regional de Bissau, marcar a data de julgamento e uma eventual condenação dos acusados.

Aos familiares das vítimas, o MP fez já saber que, a luz da legislação guineense, possuem legitimidade de constituírem assistentes no processo e podem exigir as respectivas indemnizações pelas mortes dos seus entes queridos”.

O MP exorta aos que ainda não requereram a constituição de assistentes, para comparecerem na Delegacia desta Magistratura junto à Vara Crime do Tribunal Regional de Bissau, para melhor se informarem dos direitos que a lei lhes assiste”.

 A canoa “Quinara 02” naufragou quando fazia o transporte entre Bolama, sul do país e a capital, Bissau, no qual, de acordo com as autoridades morreram 28 pessoas, devido a superlotação. Fontes independentes referem a um número superior de mortos e desaparecidos depois de a embarcação ter naufragado.

 FIM/QC

"Não existe nenhuma despesa não titulada neste momento"

Bissau, 26 Fev. 13 (ANG)- O Ministro das Finanças desmentiu terça-feira a denuncia feitas pelo presidente da Assembleia Nacional Popular, Ibraima Sori Djaló, segundo as quais, o governo, durante a sua vigência, teria gasto 15 biliões de francos Cfa em despesas não tituladas (DNT).

Em conferência de imprensa, Abubacar Demba Dhaba afirmou que tais declarações “não correspondem minimamente a verdade e servem apenas para desinformar a sociedade e denegrir a imagem do executivo”.

Neste momento não há nenhum valor de DNT, assumiu o Ministro das Finanças que recordou que ao assumir as funções, teria descoberto um montante de 4 biliões de Cfa em forma de DNT.

No que tange ao FUNPI, fundo proveniente da exportação da castanha de caju destinada a industrialização do sector, Abubacar Demba Dhaba revelou que, além dos 2.5 biliões de francos Cfa que governo havia emprestado no inicio da governação, com o aval do sector privado, para pagamento de salário, o executivo nunca mais voltou a recorrer a este fundo, como tem afirmado os parlamentares.

"Com excepção do apoio orçamental que a Nigéria, a CEDEAO e a UEMOA deram ao Governo, todas as despesas correntes, incluindo o pagamento de salários durante os nove meses foram executados através de esforços interno", informou, tendo garantido que, se essa dinâmica manter, não haverá problemas de pagar salários no futuro.

Contrariando as denúncias feitas na ANP, Demba Dhaba disse que a partir da tomada de posse do governo em Maio do ano passado, o executivo está a trabalhar com base num roteiro e no duodécimo do Orçamento rectificativo de 2012 aprovado em Conselho de Ministros e pelo Fórum dos Partidos Políticos signatários do Pacto Político de Transição.

" Neste momento, estamos a preparar o Orçamento Geral do Estado de 2013 que inclusive teve assistência técnica do FMI e que vamos apresentar na ANP brevemente”, afiançou Abubacar Demba Dhaba.

Quanto a vaga de greve nos sectores da própria finança pública, educação e outros sectores do país, o governante lamentou a situação e disse que é preciso muita calma, ponderação, porque o país está bloqueado e o governo anda a procurar soluções.

A título de exemplo, lembrou que o Ministério da Educação é dos sectores mais privilegiados, na qual decorre o processo de enquadramento e efectivação de contratados e novos ingressos e pediu para que as pessoas tenham paciência e compreendam a situação difícil por que passa a Guiné-Bissau.


ANG/AMS



Chefias militares reúnem-se com deputados 




Bissau, 27. Fev. 13 (ANG) - As chefias militares da Guiné-Bissau reuniram-se hoje (terça-feira) com os deputados na Assembleia Nacional Popular, um encontro que os militares classificaram de rotina e que ocorre um dia depois de críticas do parlamento ao Governo de transição. 


No final do encontro, o porta-voz dos militares, Daba Na Walna, disse aos jornalistas que foi uma reunião "num quadro de concertação", porque quer militares, quer autoridades, quer partidos e sociedade civil e autoridades tradicionais são "atores de transição".


"Há necessidades permanentes de concertação" para discutir a agenda de transição, disse.


A reunião surge um dia depois de o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau, Ibraima Sory Djaló, ter acusado o Governo de governar sem programa e sem orçamento. 

Falando na Assembleia Nacional Popular o responsável teceu críticas ao Governo mas também aos pequenos partidos, considerando que muitos deles nem existiam e que apareceram de novo após o golpe de Estado de 12 de Abril do ano passado. 

O executivo está "a governar com despesas não tituladas que já vão em 15 mil milhões de francos (23 milhões de euros)", disse, uma acusação que o Governo já considerou ser infundada. 

Questionado pelos jornalista, Daba Na Walna disse que o normal em democracia é haver um programa de Governo e um orçamento, acrescentando que "é assim que deve de ser". 

ANG

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Governo nigeriano empenhado na resolução da crise na Guiné-Bissau 


Abuja, 26. Fev. 13 (ANG/ANGOP) – O Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, afirmou o envolvimento do seu país na resolução da crise na Guiné-Bissau sob a égide da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e das Nações Unidas.

" Comprometemo-nos a resolver esta crise, por conseguinte vamos trabalhar convosco sob a égide da CEDEAO a fim de restabelecer a paz e a democracia na Guiné-Bissau ", declarou segunda-feira o Presidente nigeriano ao representante do Secretário-Geral da ONU para a Guiné-Bissau, José Ramos Horta.

Ele declarou que a 42ª sessão ordinária em previsão da cimeira dos chefes de Estado da CEDEAO vai oferecer a oportunidade para trocar ideias com o representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre a Guiné-Bissau.

José Ramos Horta disse ao Presidente Jonathan que a Guiné-Bissau precisa da assistência da Nigéria e da CEDEAO para resolver a sua crise política.

Ele exprimiu a sua confiança na capacidade da sub-região de determinar de forma positiva o futuro da população da Guiné-Bissau, estimada em um milhão 600 mil habitantes.

O ex-Presidente de Timor Leste declarou que o Secretário-Geral das Nações Unidas vai apoiar os esforços dos líderes da CEDEAO para resolver a crise na Guiné-Bissau e aceitou submeter o problema aos líderes durante a cimeira sub-regional prevista na Côte d’Ivoire.

O enviado especial do Secretário-Geral da ONU sublinhou que a Guiné-Bissau precisa igualmente de pessoal competente nos sectores vitais do seu desenvolvimento.

ANG



“O Golpe de estado não pode servir de ressurreição dos partidos mortos” avisa Presidente da ANP

Bissau, 26 de Fev.13 (ANG) – O Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) Ibarima Sori Djaló disse segunda-feira que o golpe Estado não pode servir para “ressurreição dos partidos políticos mortos”, isso porque os militares não fizeram o golpe para destruir o país.

Ibraima Sori Djaló
 Ibarima Sori Djaló que falava na ANP, criticava a proposta avançada por alguns partidos políticos para a criação de uma comissão multipartidária e social de transição, órgão que na sua opinião poderá vir a esvaziar os poderes da Assembleia Nacional Popular.

O Presidente da ANP teceu duras reprimendas ao executivo pelo facto de até agora este não ter ainda apresentado o seu programa de governação e respectivo o orçamente geral de estado.

Por isso, Ibarima Sori Djaló sugeriu aos deputados a realização de um debate exaustivo sobre a matéria e produzir um documento que, depois, será entregue a presidência da república, chefias militares e ao Ministério público, alertando-os de que o país não pode continuar a ser governada sem os dois documentos acima mencionados.

Desse que o governo já não tem dinheiro para pagar os salários do mês de Fevereiro e se o fizer é porque este teria recorrido a mais divida, tendo acrescentado que durante o período da sua vigência, o executivo dirigiu o país com base em despesas não tituladas num valor de cerca de 15 biliões de francos CFA.

ANG/LPG

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013



PGR acusa duas figuras do regime anterior de mentira e vitimização 



Bissau, 21 Fev. 13 (ANG) - A Procuradoria-Geral da República da Guiné-Bissau Acusou quinta-feira  Mário Vaz e Odete Semedo, ligados ao regime deposto em Abril, de "faltarem à verdade" e de estarem a tentar "intoxicar e manipular a opinião pública com base na vitimização".  
  
A acusação surgiu em comunicado divulgado na sequência de declarações públicas de José Mário Vaz, ministro das Finanças do Governo deposto no golpe de Estado de Abril passado, e Odete Semedo, chefe de gabinete do Presidente interino derrubado na mesma altura.   
 
 Ambos estão a ser investigados pelo Ministério Público por alegadamente terem desviado dinheiro público na altura e os dois estão proibidos de sair do país e com termo de identidade e residência.   
  
Odete Semedo deu na semana passada uma conferência de imprensa e quinta-feira os seus advogados deram outra, acusando o Ministério Público de violar os direitos humanos.   
 
De acordo com o comunicado, a Procuradoria não deseja que haja no país "cidadãos de primeira e de segunda classe", nem pessoas intocáveis.   

José Mário Vaz e Odete Semedo foram constituídos suspeitos, tiveram o seu tempo para exercer o direito de defesa e têm um comportamento "incompreensível" por "quererem provar as inocências" através da imprensa", quando o podem fazer via processual, nota a Procuradoria no comunicado.   

"Além disso ambos sabem que não podem fazer declarações à imprensa, para não violar o segredo de justiça, nota a Procuradoria, que diz que vai "continuar a aplicar legal e vigorosamente a lei, contra todos os comportamentos que possam perigar a convivência saudável da sociedade guineense". 
 

PRS e AD defendem criação de Comissão Multipartidária e Social de Transição 

Bissau, 21 Fev. 13 (ANG) - O Partido da Renovação Social (PRS), líder da oposição na Guiné-Bissau, e a coligação Aliança Democrática (AD) defenderam quinta-feira que, a ser criada, a Comissão Multipartidária Social de Transição poderá ajudar o processo de transição iniciado com o golpe de Estado de Abril passado, noticiou a Lusa.

Tanto o PRS como a AD entendem que a Comissão Multipartidária e Social de Transição (CMST) - órgão cuja eventual criação tem suscitado reacções contraditórias no país – não pode substituir o parlamento.  

O PRS (28 deputados no parlamento) e a AD (2) esclarecem que, para uma maior dinâmica ao diálogo que se pretende no país e sem um quadro estritamente partidário, seria vantajoso para o processo de transição a criação da CMST, que juntasse partidos com e sem representação parlamentar, sindicatos, igrejas e organizações da sociedade civil.  

Os dois grupos partidários lembram que ambos defendem a legalidade dos órgãos de soberania, pelo que em nenhum momento poderiam admitir a usurpação das competências constitucionais do parlamento a favor da CMST ou de qualquer outro espaço político.  

O PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), principal força na Assembleia, diz que é contra a criação desse órgão alegando que viria apenas acabar com o parlamento.  

Organizações da sociedade civil, entre as quais a Liga Guineense dos Direitos Humanos, também criticaram a criação desse órgão, notando que seria como se fosse um segundo golpe de Estado contra a Constituição guineense.

ANG


Deputados aprovam lei do Código de Minas e Pedreiras

Bissau, 21 Fev. 13 (ANG) - A lei do Código de Minas e Pedreiras foi aprovada por unanimidade pela Assembleia Nacional Popular (ANP) dia 20 com 73 votos dos deputados presentes na sessão.

O documento aprovado com emendas mereceu mais esclarecimentos por parte do presidente da Comissão Especializada da ANP para a Área de Recursos Mineiros, depois de ter suscitado várias questões dos deputados para uma melhor compreensão.

Cipriano Cassamá manifestou sua satisfação por este acto justificando que há muito tempo que o país precisava de uma lei do género para pôr cobro a situações de delapidação e desorganização na exploração dos recursos de tamanha importância para a economia nacional.

“A presente Lei vai regular e disciplinar todo o comportamento na exploração de Minas no país”, indicou.

Igualmente, em declarações a imprensa, o Director Geral dos Recursos Mineiros, Seco Buia Djaló disse que aprovação deste documento constitui um passo importante uma vez que o país já dispõe deste importante documento que o vai orientar na política de assinatura de contratos de gestão e exploração.

Entretanto, a sessão ficou marcada no período antes da ordem do dia pela denuncia efectuada pelo deputado Baltazar Alves Cardoso do PRS sobre alegada existência de um fundo de 40 milhões de francos CFA, que estaria sendo gerido pela presidência da República e algumas instituições, fora dos respectivos orçamentos.

O deputado da bancada do PRS pediu ao Presidente do parlamento no sentido de interpelar o Ministro das Finanças para um melhor esclarecimento sobre o assunto e advertiu o executivo para se preparar porque o período do seu mandato termina em Maio próximo.

O Deputado evocou ainda um caso ocorrido em Gabú, onde o Governador não acatou a lei que proíbe a excisão feminina, supostamente por ter mandado soltar um alegado infractor desta lei e que se encontrava detido na esquadra local a aguardar instrução do respectivo processo. Perante esta situação, questionou se existe agentes de ordem para fazer cumprir as leis.

O deputado da bancada do PAIGC, Basílio Djalo lembrou que se esta nas vésperas de uma nova época agrícola, nomeadamente da castanha de caju, no entanto nenhum sinal ou movimentação ainda se verificaram junto dos camponeses.

“Ao invés de estarem preocupados com o prolongamento do período de transição para três, deviam era preocupar-se com o interesse do povo e do país”, criticou referindo-se ao debate nacional sobre a nova agenda de transição.

Em relação aos processos pendentes no Ministério Público, os quais o ex-Procurador Geral da República havia anunciado terem concluído mais de 90 porcento dos trabalhos, o deputado Basílio Djaló lembrou que o actual PGR foi advogado de alguns desses processos, pelo que questiona o porquê de até agora os mesmos não conseguiram ser concluídos.

Dionísio Cabi e Daniel Suleimane Embalo do PRS solicitaram a comparência do Ministro da Educação para dar esclarecimento sobre a vigente situação do ensino, com mais uma paralisação no sector do ensino público.

ANG/AI/JAM

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013


Ramo Horta alerta para precisão do período de transição

Bissau, 21 Fev.13 (ANG) - O representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, alertou ontem, dia 20 do corrente mês, aos guineenses, que o tempo para realização de eleições não pode ser indeterminado, é necessário encurtar o período de transição.

Durante um encontro com os alunos da Faculdade de Direito de Bissau, Ramos-Horta disse que as Nações Unidas e toda a comunidade internacional esperam que os guineenses anunciem o roteiro para o período de transição e consequentemente a data para a realização de eleições gerais.  

"O tempo para a realização de eleições não pode ser indeterminado, não vivemos sozinhos no mundo. O processo de transição deve ser o mais encurtado possível, mas não excessivamente curto porque pode ser improcedente", advertiu o antigo Presidente de Timor-Leste.  

O encontro com os alunos da FD, o primeiro de muitos anunciados por Ramos-Horta, faz parte da estratégia de auscultação às diferentes sensibilidades guineenses, nomeadamente políticos, agentes públicos, privados e até com as vendedeiras iniciada há uma semana.  

"Não vim cá com nenhuma agenda pessoal, vim apenas com a missão de ouvir os guineenses e propor ideias ao secretário-geral das Nações Unidas", disse o Nobel da Paz, que também já se encontrou com as mulheres vendedeiras do mercado do Bandim. 

Na sequência deste encontro, disse ter ficado com a impressão de que existe uma "grande expectativa" em relação ao que pode fazer para ajudar o país, mas lembrou que tudo dependerá da vontade dos guineenses.  

"É necessário que se diga que nunca mais vai haver um outro golpe de Estado neste país, mas é também importante que se criem as condições para que deixem de existir os motivos, as razoes, que favoreçam o golpe de Estado", defendeu Ramos-Horta.
 

O representante do secretário-geral das Nações Unidas disse que aguarda que os guineenses elaborem uma agenda clara da transição e que o convençam e à comunidade internacional sobre a viabilidade da estratégia e só depois partirá para a mobilização de vontades e recursos para apoiar a Guiné-Bissau.  

Ramos-Horta disse que acredita no país por não ser aquilo que se fala dele lá fora, mas também que não entende como é que não consegue avançar com "tantos quadros" de que dispõe.  

"A Guiné-Bissau deve ser aqui em África o país com mais quadros  per- capita", acrescentou, para elogiar também a educação e o espírito tolerante dos guineenses.
ANG/ÂC
 





MNSCG condena criação da CMST e fala em golpe de Estado contra ANP

Bissau 19. Fev. 13 (ANG) - O Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (MNSCPDD) condenou a iniciativa de criação da Comissão Multipartidária de Transição, pretendida por um grupo de partidos políticos e considera que tal seria um golpe de Estado contra a ANP.

Em comunicado dirigida a imprensa, o MNSCPDD denunciou que tal iniciativa “inconstitucional” é capaz de fragilizar ainda mais a situação Politica, Económica e Social com que o Pais depara.

Diversos partidos e organizações da sociedade civil propuseram no passado dia 13, a criação de uma Comissão Multipartidária e Social de Transição para, a partir do dia 16, data do fim do actual período de transição, conduzir um novo calendário transitório, uma vez que até aquela data o país, tecnicamente, não estará em condições de organizar as eleições gerais como havia sido fixado.

De acordo com o mesmo o Movimento manifesta sua posição de recusar em bloco a participar em qualquer órgão ou iniciativa que fere os princípios Constitucionais que conduzem o Pais.

“Igualmente, esta iniciativa visa, de forma camuflada, ressuscitar a velha intenção de criar o Conselho Nacional de Transição rejeitada pela esmagadora maioria dos actores nacionais e da comunidade internacional”, qualifica o documento subscrito por mais duma dezena de organizações membros do MNSCPDD.

 De acordo ainda com a organização, estas cruzadas contra os valores democráticos e princípios estruturantes do estado de direito, enquadram nas estratégias de perpetuar no poder através de vias inconstitucionais, consequentemente criar condições para a delapidação dos recursos financeiros e naturais da Guiné-Bissau.

Por outro lado, o MNSCPDD responsabilizará as Autoridades de Transição e a CEDEAO, pelo “desmaio” do processo de Transição decorrente do incumprimento das metas traçadas e dos parâmetros constitucionais e democráticos.

O mesmo documento acusou ainda a falta de empenho das Autoridades de Transição na adopção de medidas conducentes ao retorno à ordem Constitucional nomeadamente a conclusão da cartografia Nacional, a definição clara de quadro de Transição e do calendário eleitoral.

O MNSCPDD rejeita com veemência “o silêncio” das Autoridades, perante a exploração desgovernada dos recursos Naturais, tais como abate ilegal de árvores de grande porte para fins de madeira, a extracção abusiva das areias, inclusive em zonas protegidas, para interesses privados e exportação.

A organização manifestou ainda sua preocupação face a consequência da ausência de iniciativas sólidas, eficazes e coerentes conducentes ao melhor desenrolar da campanha de castanha de caju que se avizinha, tendo em consideração dezenas de toneladas do mesmo produto do ano passado ainda por exportar.

Para terminar a Sociedade Civil guineense apelou para intervenção da Comunidade Internacional, em especial as Nações Unidas, para posicionar-se contra as iniciativas e medidas politicas em curso que contrastam com o espírito da transição, as metas, os propósitos e os compromissos inicialmente assumidos pelos diferentes actores envolvidos no mesmo processo.

ANG/LLA/JAM           

  

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


Grupo carnavalesco de Chão de Papel exige restituição do premio desviado pelo presidente da comissão

Bissau, 20. Fev. 13 (ANG) – O Grupo carnavalesco de Bairro Chão de Papel/Varela exigiu a restituição do prémio de Carnaval 2013 na sua totalidade que alegadamente foi desviado pelo presidente da comissão organizadora, Vitorino Cabral.

Em declaração hoje a Agência Noticiosa da Guiné (ANG) o 1º vice-presidente da comissão organizadora, Bernardino dos Santos informou que a mãe do alegado infractor prometeu restituir os cerca de três milhões de francos CFA em causa.

Acrescentou que apesar das promessas recebidas da parte da mãe do suposto transgressor, a direcção vive sob pressão dos restantes membros participantes no Carnaval, que constantemente exigem a devolução do dinheiro na sua totalidade.

Perante esta pressão, explicou Bernardino dos Santos, a comissão ver-se-á obrigada a estabelecer um prazo limite a mão do presidente da comissão para a devolução do dinheiro.

O vice revelou que mais de duas centenas de jovens do Bairro de Chão de Papel/Varela, em fúria e proferindo ameaças de morte contra o alegado infractor, teriam dirigido no passado dia 17, as instalações da Polícia Judiciaria (PJ), aonde se encontra detido para exigir a restituição do montante em causa.

Bernardino dos Santos advertiu que caso o suspeito for libertado, sem que o dinheiro seja devolvido tudo o que vier a acontecer-lhe a responsabilidade lhe caberá a si próprio devido a sua postura neste assunto.

Bernardino dos santos revelou que a comissão organizadora do carnaval 2013 do bairro de chão de Papel/Varela pretendia com o dinheiro do prémio organizar uma semana cultural que culminaria com um desfile ao longo da avenida do Brasil e um almoço de convívio, mas tudo ficou adiado.

 ANG/LPG/JD

País vai dispor de mais de seis novos centros de produção de BI Biométrico

Bissau 20. Fev. 13 (ANG) – Mais seis centros de produção de Bilhete de Identidade Biométrico, dois em Bissau e as restantes no Interior do país vão ser aberto em breve, soube a ANG através de uma nota de Imprensa do Ministério da Justiça.

De acordo com a mesma, os centros a instalar em Bissau estarão localizados nos Bairros de Santa luzia e de Ajuda, enquanto no Interior as localidades de Ingore, Mansôa, quinhamel e Buba irão beneficiar destes serviços.

“O centro de produção de Bilhete de identidade Biométrico em Mansôa será aberto dia 22 do mês em curso “, escreve o comunicado

O documento realça ainda que os referidos centros vão cobrir partes importantes do interior do Pais, aliviando assim uma certa pressão ao centro principal em Bissau.

Esta iniciativa do governo de Transição, segundo a nota, enquadra-se na politica de descentralização dos serviços do Ministério da Justiça, tendo em vista a efectivação do recenseamento Biométrico.  

A expansão dos referidos centros é uma determinação do Executivo que visa satisfazer as necessidades da População, tendo em conta que o Bilhete de Identidade é um documento base de cidadania, frisa o documento.

No interior do Pais já funcionam quatros centros de Emissão de Bilhete de Identidade Biométrico, nomeadamente em Gabu, Bafata, Canchungo e Buba.

ANG/LLA      

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


“A FDB vai patrocinar cursos de pós-graduação dos técnicos do INSS,”diz o seu Director

 Bissau, 19 de Fev.13 (ANG) – O Director de Faculdade de Direito de Bissau (FDB) João Mendes Pereira disse hoje que a sua Instituição vai patrocinar a realização de cursos de pós-graduação para os técnicos do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) e que será também aberto ao público em geral.

João Mendes Pereira que falava no acto de assinatura de acordo de cooperação entre a Faculdade de Direito de Bissau e o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), na qual as partes privilegiaram a realização de cursos de pós graduação no domínio da protecção social, destinados em primeira linha aos técnicos do mesmo.

O acordo visa reforçar a formação científica e divulgação de cultura jurídica no domínio da protecção social, em contribuir para especialização dos técnicos do INSS.

O documento indica que as partes vão promover a realização de seminários e outras acções que contribuam para a formação e valorização dos recursos humanos e o reforço da capacidade técnica dos técnicos do INSS.

No convénio a FDB promete disponibilizar ao INSS os seus docentes especializados em matéria da protecção social para assegurara assessoria jurídica e que irá assegurar o financiamento total ou parcial dos cursos acima citados, incluindo logística necessária para preparação dos locais de realização dos eventos científicos sem por em causa a participação do INSS.

Para o Director-geral do Instituto Nacional da Segurança social Mamadu Iaia Djaló afirmou que é imperativo a valorização da cultura da ciência como elementos fundamentais para a modernização de qualquer sociedade.

“Sabemos que o serviço de segurança social na Guiné-Bissau não é muito conhecida pelos trabalhadores, empregadores e pela sociedade em geral e é necessário iniciativas de carácter de formação, de informação, capitalização e de capacitação dos quadros da segurança social incluindo a sociedade guineense,”disse Mamadu Iaia Djaló.

Por isso proferiu que é preciso criar parcerias com entidades dotados desta experiência, de capacidade para de facto modernizar o sector da segurança social na Guiné-Bissau.

ANG/LPG

Criação de uma frota nacional de aviação civil não é para já

Bissau, 19 Fev 13 (ANG) – O Secretario de Estado dos Transportes, Comunicações e Altas Tecnologias de Informação admitiu hoje que as condições, nada boas, do aeroporto internacional de Bissau estejam a dificultar a atracão de investimentos para o sector de aviação civil.
  
 “Devemos reconhecer que, de facto um dos maiores problemas tem a ver com as condições reais do nosso aeroporto para atrair um investidor. Portanto, em termos da Organização Internacional da Aviação Civil, a Guiné-Bissau estava na lista negra e em resultado dos contactos que mantivemos com esta organização, o país foi retirada dessa lista”, sublinhou Carlos Nhaté.

Nhaté frisou que várias companhias estrangeiras exploram actualmente o espaço aéreo da Guiné-Bissau, acrescentando que, infelizmente não existe uma companhia com a bandeira nacional para fazer a reciprocidade.

Disse que estão a trabalhar no sentido de elevar o nível do Aeroporto de Bissau para um “Standard”, pelo menos igual ao dos da Sub -região.

ANG/ÂC






  
   






Governo procura alternativa para situação dos Correios

Bissau, 18 Fev 13 (ANG) – Carlos Nhaté afirmou segunda-feira que o  Governo está sensível e que  esforços estão sendo desenvolvidos para se conseguir meios capazes de atenuar o sofrimento dos trabalhadores dos Correios.

O secretário de Estado dos Transportes, Comunicações e Novas Tecnologias de Informação reconheceu que os Correios de Bissau se depara  com uma situação difícil,  acumulando uma dívida salarial de cerca de 40 meses.

“Devido a especificidade de um Governo de Transição de apenas 12 meses, por mais que dispor de vontades de fazer algo, o próprio horizonte temporal não o permite. Mesmo assim, não baixamos os braços”, disse Nhate em entrevista a ANG.

Segundo ele, a maior preocupação não é de salvar os trabalhadores em termos de salários, mas sim salvar os seus empregos o que lhes garantirá o futuro e as suas reformas.

“Por isso, estamos a trabalhar no sentido de conseguir meios financeiros para reactivar os serviços dos Correios da Guiné-Bissau”, prometeu.

ANG/AC.

Sector marítimo tem sido  maior quebra-cabeças, diz SETCNTI

Bissau, 19 Fev 13 (ANG)- O Secretário de Estado dos Transportes Comunicações e Novas Tecnologias de Informação (SETCNTI), Carlos Nhaté afirmou  hoje que o sector marítimo representa a área em que tem enfrentado maiores dificuldades desde que exerce o cargo há oito meses.

 “Deparei com séries problemas em fazer funcionar o Instituto Marítimo Portuário (IMP), como uma entidade importante para o desenvolvimento do sector do transporte marítimo e que devido as circunstâncias diversas, estamos ainda a lutar no sentido de fazê-lo funcionar a cem por cento”, explicou Nhate em entrevista a Agência de Notícias da Guiné-ANG.

O Secretário de Estado dos Transportes revelou que no domínio das telecomunicções, os estrangulamentos chamam-se Guiné-Telecom e Guiné-Tel ,  empresas que actualmente dispõem de um volume de rendimento muito baixo.

“Estamos a estudar as possibilidades para continuar a reestruturação das mesmas para que possam estar no mesmo nível que  outras operadoras de comunicação de forma a funcionarem com mais eficiência os telefones fixos.”, frisou.

Questionado sobre o que estão a fazer para que a Empresa Sotramar ultrapasse as dificuldades com que se depara, Nhate disse tratar-se de  uma instituição criada pelo Governo e que dispõe actualmente de três navios em estado de degradação.

“Os referidos navios, na nossa perspectiva, são sobredimensionados para a necessidade dos transportes de passageiros e carga, pois os seus tamanhos são enormes e nas suas operações para as ilhas, raras vezes conseguem recuperar as despesas em combustíveis, entre outras”, disse.

Carlos Nhaté afirmou que, nestas situações, os navios se tornam apenas meios de facilitar o desencravamento das ilhas mais com muitos prejuízos.
“Para além dos navios serem de tamanho muito grande, são igualmente velhos. Fora de uso e nas condições normais, precisam de serem lavados à Doca para uma revisão geral”, explicou.

O Secretário de Estado dos Transportes e Novas tecnologias de Informação, sublinhou que já se está a fazer diligências junto de diversas empresas para se encontrar alternativas.
Disse que, um navio de 250 toneladas podia ser mais ideal para cobrir o fluxo dos viajantes para às ilhas.

“Estamos igualmente empenhados na procura de fundos para os trabalhos da dragagem, limpeza de canais e sinalização dos rios para permitir a circulação dos navios para as zonas do sul do país”, revelou.

Por isso, prosseguiu o governante, estão a pensar adquirir navios de pequenas dimensões de forma a iniciar as ligações para outras ilhas do país.

Para a rentabilização do Porto de Bissau, considerado um dos mais caros da Sub-Região, Carlos Nhaté salientou que, um dos maiores desafios que tem em carteira, é fazer com que o Porto de Bissau passasse a receber navios de grande porte.

“Precisamos, primeiramente, de fazer a sua dragagem. Durante a nossa vigência, conseguimos junto ao Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD), um crédito no montante de 15 biliões de Francos CFA e que na primeira fase será desembolsado uma verba de 8 biliões de francos CFA para equipar o Porto em termos de máquinas de descarga, reparação do Cais de acostagem, recuperação dos faróis de iluminação costeira entre outras”, informou.

ANG/AC

Cabo submarino de telecomunicações pode chegar em Março 2013

Bissau, 19 Fev.13 (ANG) – O Secretário de Estado dos Transportes, Comunicações e Novas Tecnologias de Informação, afirmou que a Guiné-Bissau vai ser conectada à um dos cabos submarinos de telecomunicações da Costa Ocidental africana, que será lançado o mais tardar até meados de Março do ano em curso.

Carlos Nhaté que falava à Agência de Notícias da Guiné, (ANG), em jeito de balanço dos oito meses à testa daquela Secretaria de Estado, disse que os caminhos por onde os cabos irão passar, já estão a ser estudados e  que esses estudos já se encontram na fase de conclusão.

Aquele governante explicou que a conexão da Guiné-Bissau ao referido cabo submarino, permite-lhe uma maior facilidade com o exterior em termos de soberania das comunicações e a partir dai, restará o arranque de instalação da rede nacional de fibra óptica a ser executado pela China.

“Isso trará mais benefícios em termos do volume e celeridade nas ligações telefónicas, tanto no interior como para o exterior”, informou.


ANG/AC