quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013


Ramo Horta alerta para precisão do período de transição

Bissau, 21 Fev.13 (ANG) - O representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, alertou ontem, dia 20 do corrente mês, aos guineenses, que o tempo para realização de eleições não pode ser indeterminado, é necessário encurtar o período de transição.

Durante um encontro com os alunos da Faculdade de Direito de Bissau, Ramos-Horta disse que as Nações Unidas e toda a comunidade internacional esperam que os guineenses anunciem o roteiro para o período de transição e consequentemente a data para a realização de eleições gerais.  

"O tempo para a realização de eleições não pode ser indeterminado, não vivemos sozinhos no mundo. O processo de transição deve ser o mais encurtado possível, mas não excessivamente curto porque pode ser improcedente", advertiu o antigo Presidente de Timor-Leste.  

O encontro com os alunos da FD, o primeiro de muitos anunciados por Ramos-Horta, faz parte da estratégia de auscultação às diferentes sensibilidades guineenses, nomeadamente políticos, agentes públicos, privados e até com as vendedeiras iniciada há uma semana.  

"Não vim cá com nenhuma agenda pessoal, vim apenas com a missão de ouvir os guineenses e propor ideias ao secretário-geral das Nações Unidas", disse o Nobel da Paz, que também já se encontrou com as mulheres vendedeiras do mercado do Bandim. 

Na sequência deste encontro, disse ter ficado com a impressão de que existe uma "grande expectativa" em relação ao que pode fazer para ajudar o país, mas lembrou que tudo dependerá da vontade dos guineenses.  

"É necessário que se diga que nunca mais vai haver um outro golpe de Estado neste país, mas é também importante que se criem as condições para que deixem de existir os motivos, as razoes, que favoreçam o golpe de Estado", defendeu Ramos-Horta.
 

O representante do secretário-geral das Nações Unidas disse que aguarda que os guineenses elaborem uma agenda clara da transição e que o convençam e à comunidade internacional sobre a viabilidade da estratégia e só depois partirá para a mobilização de vontades e recursos para apoiar a Guiné-Bissau.  

Ramos-Horta disse que acredita no país por não ser aquilo que se fala dele lá fora, mas também que não entende como é que não consegue avançar com "tantos quadros" de que dispõe.  

"A Guiné-Bissau deve ser aqui em África o país com mais quadros  per- capita", acrescentou, para elogiar também a educação e o espírito tolerante dos guineenses.
ANG/ÂC
 




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