segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


“A justiça está tensa no país ao nível político-constitucional”, adverte o PGR

 Bissau, 15 de Fev. 13 (ANG) - O Procurador-Geral da República (PGR) Abdú Mané, afirmou ontem, que o país vive numa quadra de justiça tensa e polémica, devido a existência de uma certa desconfiança no poder judicial.

“ O momento é tenso e polémico, porque estamos na iminência de abrirmos um novo ciclo de mudanças na administração da justiça, e as forças de atraso, como sempre teimam em querer assegurar a dinâmica do tempo, perpetuar o estado das velhas práticas e de uma ordem jurídica comprometida com o passado”, criticou Abdú Mané na cerimonia da abertura do ano judicial.

O PGR advertiu que a presente situação pode obstruir a investigação das denúncias de corrupção que mancham a vida de sectores da administração pública em que estão envolvidos dirigentes, governantes e políticos e adiar a punição dos culpados.

Para Abdú Mané, o actual momento “tenso e polémico” na justiça guineense pode ainda dissuadir a vontade política de combater a criminalidade no país.

Segundo Abdú Mané, existe uma certa desconfiança no poder judiciário, em que infelizmente o país tem assistido a um processo de deterioração de valores sociais e culturais, designadamente, a cultura de “matchundade”, de apropriação indevida e ilegítima do bem comum, alegando ser urgente trabalhar pela consolidação das nossas instituições.

“O verdadeiro progresso de um país depende da ordem e, para que ela exista, é necessário que haja a justiça. Não a justiça que se decreta, mas aquela que se observa e que se cumpre. Daí, é preciso levar a justiça para um lugar de honra na moldura institucional do país”, defendeu.

De acordo com o PGR, o que está em causa no meio dessa polémica é a impunidade, a corrupção desenfreada e a criminalidade violenta e altamente organizada.

Por esta razão, Abdú Mané entende que é preciso ampliar as bases da cidadania activa, através de melhoria de desempenho da democracia representativa, para que todos combatam “o poder invisível, sem rosto que está a minar o nosso tecido social”.

AMS/ANG  

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