Baptista Té enceta contactos para dirimir conflitos sobre
terras
em Nhacra
Bissau,
04 Fev.13 (ANG) – O ministro da Administração Territorial e Poder Local, revelou
que o seu pelouro iniciou, no último fim-de-semana, contactos com vista a por
cobro o conflito de terreno que opõe alguns proprietários de terrenos à
população do sector de Nhacra, na região de Oio, norte da Guiné-Bissau.
Batista
Té que falava hoje em exclusivo à Agência de Notícias da Guiné-ANG confirmou a
situação e informou que os primeiros passos foram dados, através de contactos
junto aos responsáveis das diferentes tabancas daquela vila no sentido de se
inteirar das verdadeiras causas do conflito.
Num
encontro tido com o Presidente da República de Transição,Manuel Serifo Nhamajo
no âmbito da sua presidência aberta, Babagaldé Djaló e Udé Fati, ambos detentores
de terreno no sector de Nhacra denunciaram terem sido alvo de um grupo de habitantes
locais que se apoderaram das suas propriedades, alegando terem sido autorizados
por Kumba Yalá.
Na
altura, o PRT qualificou a denúncia de muito grave e deu orientações expressas
ao Ministro da Administração Territorial (MAT), Baptista Té, que integrava a
comitiva presidencial no sentido de intervir rapidamente para sanar a situação.
“Mantivemos
um primeiro encontro com as partes em litígio no sentido de apurar os factos
bem como identificar as pessoas responsáveis por estas acções”, disse Baptista
Té que sublinhou que nenhum grupo étnico pode ser expulso de qualquer
localidade do território nacional e muito menos ser-lhe retirado seus terrenos.
“O
Estado não irá tolerar actos desta natureza, venham elas de onde vierem”,
vincou o governante.
Batista
Té indicou terem sensibilizado as partes no sentido de privilegiarem o diálogo
para ultrapassar a situação e apelou aos guineenses em geral a absterem-se de conflitos
para posses de terra, fenómeno que nos últimos tempos originou vários conflitos
entre diferentes comunidades.
Ainda
nessa entrevista a ANG, Té não só o confirma mas tambem reconhece que o diferendo sobre a posse de terras é uma prática frequente em
todo o território nacional. O ministro fez referência à casos registados nas
ilhas dos Bijagós, os quais com a intervenção do seu pelouro ficaram solucionados.
“Estamos
a procurar as formas de institucionalizar o poder tradicional, no sentido de contribuir
na resolução de vários diferendos”, informou Batista Té que anunciou para breve,
a realização de 2º encontro com os chefes de tabanca de Nhacra para
sensibiliza-los sobre a necessidade de coexistência pacífica entre as diferentes
comunidades étnicas.
Instado
sobre a questão da Lei de Terra, aquele responsável reconheceu que de facto, a
sua aplicabilidade é muito frágil, limitando-se a pedir as pessoas que
respeitem a Lei e Ordem.
“Não
podemos negar que as pessoas reivindicassem os seus direitos, mas tal deve
basear-se no respeito e cumprimento da Lei. Aguardo o bom senso da população de
Nhacra”, desejou a concluir Baptista Té.
ANG/ÂC
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