terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


Baptista Té enceta contactos para dirimir conflitos sobre terras
 em Nhacra

Bissau, 04 Fev.13 (ANG) – O ministro da Administração Territorial e Poder Local, revelou que o seu pelouro iniciou, no último fim-de-semana, contactos com vista a por cobro o conflito de terreno que opõe alguns proprietários de terrenos à população do sector de Nhacra, na região de Oio, norte da Guiné-Bissau.

Batista Té que falava hoje em exclusivo à Agência de Notícias da Guiné-ANG confirmou a situação e informou que os primeiros passos foram dados, através de contactos junto aos responsáveis das diferentes tabancas daquela vila no sentido de se inteirar das verdadeiras causas do conflito.

Num encontro tido com o Presidente da República de Transição,Manuel Serifo Nhamajo no âmbito da sua presidência aberta, Babagaldé Djaló e Udé Fati, ambos detentores de terreno no sector de Nhacra denunciaram terem sido alvo de um grupo de habitantes locais que se apoderaram das suas propriedades, alegando terem sido autorizados por Kumba Yalá.

Na altura, o PRT qualificou a denúncia de muito grave e deu orientações expressas ao Ministro da Administração Territorial (MAT), Baptista Té, que integrava a comitiva presidencial no sentido de intervir rapidamente para sanar a situação.

“Mantivemos um primeiro encontro com as partes em litígio no sentido de apurar os factos bem como identificar as pessoas responsáveis por estas acções”, disse Baptista Té que sublinhou que nenhum grupo étnico pode ser expulso de qualquer localidade do território nacional e muito menos ser-lhe retirado seus terrenos.

“O Estado não irá tolerar actos desta natureza, venham elas de onde vierem”, vincou o governante.

Batista Té indicou terem sensibilizado as partes no sentido de privilegiarem o diálogo para ultrapassar a situação e apelou aos guineenses em geral a absterem-se de conflitos para posses de terra, fenómeno que nos últimos tempos originou vários conflitos entre diferentes comunidades.

Ainda nessa entrevista a ANG, Té não só o confirma mas tambem  reconhece que o diferendo sobre a  posse de terras é uma prática frequente em todo o território nacional. O ministro fez referência à casos registados nas ilhas dos Bijagós, os quais com a intervenção do seu pelouro ficaram  solucionados.

“Estamos a procurar as formas de institucionalizar o poder tradicional, no sentido de contribuir na resolução de vários diferendos”, informou Batista Té que anunciou para breve, a realização de 2º encontro com os chefes de tabanca de Nhacra para sensibiliza-los sobre a necessidade de coexistência pacífica entre as diferentes comunidades étnicas.

Instado sobre a questão da Lei de Terra, aquele responsável reconheceu que de facto, a sua aplicabilidade é muito frágil, limitando-se a pedir as pessoas que respeitem a Lei e Ordem.

“Não podemos negar que as pessoas reivindicassem os seus direitos, mas tal deve basear-se no respeito e cumprimento da Lei. Aguardo o bom senso da população de Nhacra”, desejou a concluir Baptista Té.  

ANG/ÂC

Sem comentários:

Enviar um comentário