BOA pede reabertura de tribunais encerrados por falta de
pagamento de rendas
Bissau, 15 de Fev.13
(ANG) - O Bastonário da Ordem dos Advogados (BOA) alegou ser urgente a
reabertura dos tribunais em várias localidades do país devido a falta de juízes
para lá designados ou por medo de “irãs” (demónios) colocados às portas pelos proprietários
porque o aluguer não foi pago.

“ Há situações
inadmissíveis que acontecem, como por exemplo, a casa onde funciona o tribunal
de Safim que apresenta cores de bandeiras de partidos políticos”, revelou tendo
aludido localidades como São Domingos, Bula, Canchungo, Cacheu, Nhacra, Mansoa,
Farim, Quebo, Fulacunda e Bissau nos bairros de Sintra e Belém, nos quais os
tribunais encerraram por falta de pagamento de renda ou de juiz.
Na sua explanação,
advogou que os operadores públicos do sistema (magistrados, escrivães e
oficiais de justiça) devem, obrigatoriamente, respeitar os prazos processuais,
pois tal fardo não deve ficar para advogados, porque a lei é geral e abstracta
e ela existe para ser cumprida.
Disse ainda ser
urgente desencadear o combate à corrupção instalada cada vez mais junto dos
tribunais, com “organizações mafiosas” no seu seio, com “gente a enriquecer-se
injustamente” com isso.
Disse que a este fenómeno
se seguem, muitas vezes, transformação do património público em privado,
extravio de processos incómodos e inexecução de sentenças contra certa
categoria de pessoas.
Por isso, exortou o
Ministério Público a abrir um “mega processo de inquérito” dentro do poder
judicial onde a BOA dará a sua contribuição atempada e integral.
“O advogado é
imprescindível não só para a boa administração da justiça como também para a
construção, a consolidação e o reforço do Estado de Direito, porquanto a sua
parcialidade é o que garante e reforça a imparcialidade do juiz”, defendeu.
Como parte de solução
aos problemas do sector, o BAO defendeu a necessidade urgente da criação de um
Conselho Superior da justiça no país, com a finalidade de sanear “os naturais,
persistentes e vetustos problemas” que estrangulam o normal funcionamento do
sistema judicial na Guiné-Bissau.
Além desta estrutura,
Domingos Quadé disse que impõe-se a necessidade da criação de Tribunais
Constitucional e Administrativo, bem como a figura do Provedor de Justiça para
dar vazão às demandas que a cada um couber.
AMS/ANG
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