PAIGC defende realização de eleições até
Novembro de 2013
Bissau, 15 Fev.13 (ANG) – O Partido Africano
da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC), defendeu ontem a necessidade da
realização das eleições presidenciais e legislativas, o mais tardar até
Novembro de 2013.
Falando em conferência de imprensa, na sua
sede nacional, para posicionar-se face à actual situação do processo de
transição no país, o Porta-Voz dos libertadores reafirmou a impossibilidade do
acto eleitoral ter lugar em Abril, tal como inicialmente fora previsto para
marcar o fim da transição política e culpou por isso as autoridades de
transição.
António Óscar Barbosa afirmou o partido defende
a criação de um Governo inclusivo, de base alargada e que permita a observância
dos princípios constitucionais que estipulam a separação e interdependência dos
diferentes órgãos de soberania do Estado.
“A adesão do PAIGC e de outras formações
políticas aos documentos da transição deveria ter repercussões na paisagem
política nacional, nomeadamente, na formação de um Governo de Base Alargada,
verdadeiramente inclusivo e de emanação parlamentar”, supôs o Porta-Voz do
PAIGC.
O partido “libertador” entende que o Governo
de Transição não funciona no sentido de se obter uma progressão, apesar de ter
recebido até o momento, uma importante ajuda financeira no valor de 18 milhões
de dólares provenientes, da Nigéria, União Económica e Monetária Oeste Africana
(UEMOA) e Costa da Marfim.
“Apesar dos esforços e da solidariedade que
recebeu dos seus irmãos da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO), o nosso país continua a confrontar-se com uma crise social profunda e
que a breve trecho poderá desembocar num caos político e institucional”, advertiu
o porta-voz do PAIGC.
António Óscar Barbosa aludiu ainda de que as
reformas estruturantes só podem ser conduzidas por Governos legitimados pelo
voto popular e não podem ser condicionantes para a realização das eleições.
O político sublinhou ainda que, como
alternativa para tirar o país da crise em que se encontra atolado, o PAIGC está
disposto a partilhar dos esforços nacionais e acrescentou que o contributo do
partido nesse processo deve ser entendido como um “comprometimento nacional” e
uma questão de “responsabilidades para com os destinos do país”.
“Agora, surge a proposta de se criar uma
Comissão Multipartidária e Social de Transição, ou seja, uma cópia exacta de
uma Assembleia Nacional Popular, em termos de imunidades, direitos, regalias e
indo mais longe ainda, com poderes de iniciativa legislativa e outras
prerrogativas atribuídas constitucionalmente aos órgãos da soberania”, criticou.
O PAIGC recordou que foi o próprio Presidente
da República de Transição que invocou, quase 90 dias antes do termo da
transição, não haver condições objectivas para a realização de eleições
legislativas e presidenciais no país, sem, no entanto, aquilatar
responsabilidades que decorrem deste incumprimento.
“Para o PAIGC, a responsabilidade recai sobre
os órgãos de Transição, nomeadamente, o Presidente da República de Transição e
o seu Governo. Em consequência, o PAIGC exorta os órgãos competentes a tirarem
ilações daí decorrentes”, criticou a concluir António Óscar Barbosa.
ANG/ÂC
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