“Políticos devem deixar de instigar divisão étnica e religiosa
para chegar ao poder”, critica o Presidente da República de Transição
Bissau,
01 Fev. 13 (ANG) – O Presidente da República de Transição, aconselhou aos
políticos guineenses para se abdicarem de fomentar a divisão étnica e religiosa
no país, com intuito de alcançarem o poder a todo o custo.
Manuel
Serifo Nhamajo que falava aos populares da região de Oio, Norte do país, na
terceira etapa da Presidência Aberta, realizada de 29 à 31 de Janeiro, e que o
conduziu a cinco sectores que compõem aquela região, disse que os políticos
devem adoptar uma nova forma de servir o país.
“Não
devemos aceitar sermos divididos pelos políticos porque somos todos guineenses
e nenhuma raça ou religião é mais importante que outra. Chegou a hora de
unirmos para desenvolver o país”, aconselhou o chefe de Estado.
Em
Binar, na sua primeira paragem de contactos com os populares, Nhamajo disse que
os guineenses devem questionar do porquê de tantas querelas e de falta de ideias
para construir a Guiné-Bissau.
Apelou
às autoridades locais para não se aproveitarem dos seus poderes para abusarem
nas populações. “Se estamos hoje a exercer uma determinada função, devemos ter
a consciência de que outros já o fizeram e igualmente há-de chegar o dia em que
vamos sair e dar lugar à outros”, disse.
O
Presidente da República de Transição e a sua comitiva mantiveram encontros com
os populares dos sectores de Bissorã, Mansoa, nas secções de Cutia, Olossato, Mansabá,
Junbembé, Cuntima, Farim e finalmente em Nhacra. Em todas essas localidades
concentrou o seu discurso em questões de reconciliação dos guineenses.
Disse
que os partidos políticos não devem continuar a funcionar como ilhas distintas,
acrescentando que a democracia deve ser de debate de ideias e não de destruição
de uns aos outros.
“Dentro
de cada formação política deve prevalecer o princípio de debate de projectos
credíveis e não o de defesa das pessoas”, vincou.
O
chefe de Estado sublinhou que a actual equipa de transição é um grupo de
pessoas unidas e que pretende mostrar ao mundo que vale a pena continuar a
acreditar na Guiné-Bissau.
Nhamajo
referiu que o país está a atravessar uma situação difícil e que só irá
conseguir sair dela se todos os seus filhos se unirem em volta de uma causa que
é o desenvolvimento.
“Os
guineenses devem unir e por o ódio de lado. Devido a nossa cíclica contradição,
o mundo já está a perder a paciência connosco. Devemos se esforçar para deixar
de depender do exterior”, frisou.
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Em
todas as localidades por onde passou, o Presidente da República recebeu das
populações preocupações comuns, ou seja, a falta das estradas, escolas,
hospitais, medicamentos, ambulância para evacuação dos doentes, pessoal médico,
escola de Formação Profissional, energia eléctrica, água, viaturas para
administradores sectoriais e polícia, reabilitação dos edifícios das
instituições do Estado, entre outros.
Em
Nhacra, última etapa da sua digressão à região de Oio, o Presidente da
República de Transição foi confrontado com as práticas constantes de subtracção
de terrenos e plantações de cajueiros por parte de alguns citadinos daquele
sector.
Um
ancião de nome Baba Galdé afirmou que nasceu em Nhacra no ano 1930 e que agora as
referidas pessoas estão a ameaçar retirar-lhe a sua propriedade alegando que
lhes pertence.
O
chefe de Estado de Transição em jeito de resposta, disse que a situação do
género é lamentável e não deve acontecer na Guiné-Bissau. Revelou que o país
pertence á todos os seus filhos e nenhuma etnia deve julgar que tem mais
regalias que outra.
“A
Guiné-Bissau dispõe de cerca de dois milhões de hectares de terrenos aráveis e actualmente,
somente pouco mais de 200 mil está a ser cultivado”, informou.
Serifo
Nhamajo foi acompanhado nesta sua Presidência Aberta, pelos Embaixadores do
Senegal, Nigéria, Gâmbia, Cônsul da Mauritânia, Representante da União
Africana, e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
O
Presidente da República de Transição depositou ainda coroas de flores no túmulo
da Heroína Titina Sila, na povoação de Djagal, no âmbito das celebrações do Dia
da Mulher Guineense, no passado 30 de Janeiro.
ANG/ÂC
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