segunda-feira, 8 de junho de 2020


Cutura/Projecto celebra a música de Cabo Verde e Guiné-Bissau sem paternalismo nem revivalismo

Bissau, 08 jun 20 (ANG) – O projeto Bandé-Gamboa, que junta duas bandas intergeracionais da Guiné-Bissau e Cabo Verde, lança este mês o seu disco de estreia, à procura de conquistar jovens em África e no Ocidente, sem paternalismo nem filtros estéticos presos nos anos 70.
Com a chancela da editora francesa Heavenly Sweetness, o projecto criou dois grupos “all-star” – um de Cabo Verde, outro da Guiné-Bissau – com músicos novos e velhos que recriaram canções antigas, navegando na contracorrente da maioria dos trabalhos hoje feitos no Ocidente, com editoras fixadas na sonoridade dos anos 70 do continente africano, contou à agência Lusa o produtor do projecto Bandé-Gamboa, Francisco “Fininho” Sousa.
No livro que acompanha o álbum, o também DJ português explica que, após 20 anos de uma “procura obsessiva” por vinis e CD africanos, encontrou “três aspectos cruciais” nas edições contemporâneas e “revivalistas” da música de África: os discos raramente são comprados por africanos ou afro-descendentes; a dimensão da cultura africana fica reduzida a géneros como reggae, soul, funk ou rock psicadélico; e os compradores focam-se numa “determinada estética ‘old school’ que transformou uma fase musical arbitrária no padrão actual da música africana no Ocidente”.
Tendo isso em conta, quando Francisco Sousa foi abordado pelo responsável da Heavenly Sweetness, o produtor francês Guts, para fazer uma compilação, propôs-lhe fazer algo que fosse contra a norma: “um projecto que fosse um murro na mesa”.
Depois da luz verde da editora, decidiu avançar com a criação de duas bandas, uma de músicos cabo-verdianos e outra de músicos guineenses a viver em Lisboa, para recriarem canções antigas dos dois países, com objetivos distintos.
No caso da Guiné-Bissau, procurou fazer-se “versões frescas e contemporâneas” do gumbé, estilo pouco conhecido fora do país e que foi sendo gravado “por muitos artistas e com ideias bastantes diferentes do que ele deve ser”.
Já em Cabo Verde, decidiu testar-se a versatilidade do funaná e os seus limites, que não tem os problemas de identidade nem falta de reconhecimento internacional do gumbé,
Chegando ao estúdio, Francisco Sousa fez algo “que os produtores na Europa têm muita dificuldade em fazer: Transferir muito mais o poder para os músicos e mudar de uma postura quase hierárquica para uma postura muito mais de observador”.
“Trabalhar num contexto pós-colonial, numa antiga capital de um império colonial, com a diáspora dos países que foram colonizados é complicado e obriga a ler para não trocar os pés pelas mãos. A mim, só me restou criar um ambiente convidativo para os músicos trazerem as suas ideias para estúdio e, depois, de uma forma suave, escolher ou direccionar”, contou à Lusa Francisco.
Apesar de reconhecer o serviço positivo que editoras ocidentais tiveram na redescoberta de música dos anos 60, 70 e 80, de África, Francisco Sousa realça que, por vezes, algumas dessas compilações têm um olhar algo paternalista, pintado por “um imaginário tropical exótico que é tóxico”.
O consumo da música africana no ocidente está tão enraizada nos anos 70 que, até a mostrar o projecto Bandé-Gamboa a conhecidos, algumas pessoas não conseguiram ultrapassar o facto de as canções não terem o “grão” e o filtro estético daquele tempo.
“Dizem que está limpinho demais”, recordou.
Para o produtor do projecto, as editoras, ao focarem-se nas franjas com influências ocidentais, perdem uma oportunidade de “trazer novos fragmentos de cultura cá para fora”.
Além disso, Francisco Sousa considera que as editoras devem pensar sobretudo “que não estão a salvar ninguém”.
“Estas bandas tiveram o seu público, venderam os seus discos, muitas delas fizeram muito dinheiro, outras nem por isso. Mas a lógica do ‘white savior’ [salvador branco] é muito perigosa”, acrescentou.
Nesse sentido, o projecto Bandé-Gamboa não surge dessa ideia de salvar uma banda ou de a revelar ao mundo, mas antes numa ética de partilha – “não mais do que isso”.
Ao mesmo tempo, há o desafio de tentar agradar ao público dos dois continentes, até porque reeditar bandas antigas africanas não interessa aos jovens desses países.
Hoje, reeditar na Guiné-Bissau os Super Mama Djombo, banda de discos raros e muito procurados no Ocidente, seria como reeditar os Pink Floyd para uma geração americana jovem: “É lindo, mas estão a ouvir outras coisas”.
“É de louvar essa ideia do Francisco”, disse à Lusa Juvenal Cabral, dos Tabanka Djazz e director artístico da banda guineense do Bandé-Gamboa.
O baixista compreende “a ideia das editoras ocidentais em pegar nas coisas gravadas nos anos 70”, porque para o público europeu e americano “é algo novo”.
“Mas para nós, africanos, é algo que estamos cansados de ouvir. Não há novidade nenhuma”, notou, frisando que, com este projecto, mesmo repescando músicas antigas, há “uma lufada de ar fresco”.
Na parte do disco dedicado à Guiné-Bissau, aproveitou-se para recuperar também algumas músicas gravadas na Rádio Nacional deste país, em gravações “muito rudimentares” e retrabalhá-las, com novos arranjos.
“Foi um processo muito gratificante. Deu-me muito prazer fazer este trabalho”, afirmou Juvenal Cabral, esperando que o projecto permita também um maior reconhecimento internacional do gumbé, o estilo que reflecte o mosaico de um país com menos de dois milhões de habitantes, mas com mais de 30 etnias.
O director musical da banda cabo-verdiana do projecto, Lúcio Vieira, também se congratulou com a ideia, tendo aceitado o convite de Francisco sem hesitar, ainda para mais quando a proposta era testar os limites do funaná.
“Eu cheguei em 1984 a Portugal e já ouvia muita fusão. Vinha com uma ideia muito avançada e, quando cheguei, se fizesse uma malha ‘fora da caixa’ levava logo na cabeça”, recorda, salientando que o disco foi uma oportunidade de mostrar o que gosta mesmo de fazer: experimentar e inovar.
“É uma ideia refrescante. É uma forma também desse projecto abrir a cabeça de outras pessoas que vão ouvir e saberem que há inovação para além da tradição, podemos fazer outras coisas, sem magoar o que já é feito pelos nossos mais velhos”, vincou Lúcio Vieira.
O disco, que é lançado a 12 de Junho em formato físico e digital, conta com seis temas para cada país, sendo também uma homenagem a Amílcar Cabral, cofundador do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde e um dos maiores símbolos da luta pela independência dos dois países.
A banda da Guiné-Bissau, dirigida por Juvenal Cabral, é composta por Eric Daró, Iragrett Tavares e Micas Cabral, nas vozes, Calú Ferreira (teclas), Eliseu Imbana e Sidia Baio, nas guitarras, Toni Bat (bateria), Ernesto da Silva (percussão) e Elmano Coelho (saxofone).
Da formação cabo-verdiana, dirigida por baixista Lúcio Vieira, fazem parte Celso Évora, Débora Paris e Kinha Andrade, nas vozes, Daya Neves (teclas), Ivan Gomes (guitarra), Cau Paris (bateria), Djair de Pina (percussão) e Elmano Coelho (saxofone). ANG/Inforpress/Lusa



Óbito/Restos mortais do ex. vice-Chefe de Estado Maior das Forças Armadas Emílio Costa sepultado no sábado

Bissau, 08 Jun 20 (ANG) -  Os restos mortais do ex-Vice-Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas,  Emílio Costa foi este fim de semana sepultado no cemitério Municipal de Bissau.

O Estado Maior General das Forças Armadas homenageou com honras militares o Tenente general Emílio Costa numa cerimónia que decorreu nas instalações de Amura na presença do Primeiro ministro Nuno Gomes Nabiam, do Ministro da Defesa Nacional Sandji Fati, Chefias militares e responsáveis da Missão Militar da CEDEAO no país (ECOMIB).

O Emílio Costa falecido no passado dia 29 de maio vitima da doença, nos últimos tempos trabalhou como conselheiro do representante do Presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental em Abidjam Costa de Marfim.

 O malogrado nasceu em 05/10/1953 em Tchugué sector de Catió, região de Tombali. Filho de Seco Mané Cia e de Manha na Biotcha e é pai de 18 filhos.

Em 1970 ingressou nas fileiras do PAIGC em Kaliu sob comando do Coronel Anhono da Cunha.

Emílio Costa frequentou em 1971 o curso de Oficial de Artilharia em Moscovo, na antiga União Soviética, na qual especializou-se como Comandante de Bataria.

Em novembro de 1979, o malogrado foi atribuído uma bolsa de Estudo para Antiga União Soviética na Academia Militar Superior Inter-armas Frunze em Moscovo em 1983 terminou o curso do Comando e Estado Maior Operacional e Táctico e pela decisão especial da comissão de exames de estado, o Emílio Costa foi conferido o grau Científico de “Mestre em Ciências Militares”.

Em 1999, o General Emílio Costa foi nomeado Vice-chefe de Estado Maior General das Forças Armadas e foi promovido ao posto de Brigadeiro General.

No acto das cerimonias fúnebres, o ministro da Defesa e dos Combatentes da Liberdade da Pátria disse  fez o percurso militar com o malogrado que iniciou na povoação de Iemberem, sul do país.

Recordou que o malogrado faz parte dos primeiros quadros que Amílcar Cabral  escolheu em 1971 para modernizar as Forças Armadas ainda no período da luta de libertação.

“O Emílio Costa preocupava-se sempre com a formação dos quadros das Forças Armadas”, acrescentou.

Em nome da família, Marien Costa agradeceu ao Estado guineense, sobretudo do Estado Maior General das Forças Armadas pela homenagem ao falecido pai. ANG/LPG/ÂC//SG



      EUA/Michael Jordan vai doar mais de 88 milhões a luta pela igualdade racial

Bissau, 08 jun 20 (ANG) - A lenda da liga norte-americana de basquetebol (NBA) Michael Jordan anunciou, na sexta-feira, que vai doar 100 milhões de dólares (mais de 88 milhões de euros) a organizações que trabalham em prol da igualdade racial, explicita um comunicado divulgado hoje pela agência France-Presse.
Michael Jordan e a marca Jordan vão doar 100 milhões de dólares ao longo dos próximos 10 anos para organizações dedicadas a garantir a igualdade racial, justiça social e melhor acesso à educação", explicita o documento.
O anúncio é a maior promessa de uma doação feita por um antigo desportista para instituições sem fins lucrativos.
A fortuna pessoal de Jordan, que incluiu a marca, considerado uma das maiores figuras da história do basquetebol mundial, é estimada em mais de dois mil milhões de euros.
"Estamos em 2020 e a família Jordan quer incluir todos aqueles que aspiram ao nosso modo de vida. Embora muita coisa tenha mudado, os piores comportamentos persistem", sublinhou Jordan, na mesma nota.
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de Maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
Após a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de actos de pilhagem.
Pelo menos 10 mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos, e as autoridades impuseram recolher obrigatório em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, enquanto o Presidente norte-americano, Donald Trump, já ameaçou mobilizar os militares para pôr fim aos distúrbios nas ruas.
Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que neutraulizou o pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.
Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.
A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja. ANG/Angop





Bissau,08 Jun 20(ANG) - A Guiné-Bissau registou mais quatro vítimas mortais devido à covid-19, totalizando agora 12 vítimas mortais, e mais 29 novos casos positivos, aumentando o total acumulado para 1.368, segundo as autoridades.

De acordo com o coordenador do Centro de Operações de Emergência de Saúde (COES) da Guiné-Bissau, Dionísio Cumba, entre segunda-feira e quinta-feira da passada semana, foram detetadas mais 29 novas infeções por covid-19 no país.

"A Guiné-Bissau tem 1.368 casos confirmados desde o início da pandemia", afirmou o médico guineense em conferência de imprensa sobre a evolução da covid-19 no país.

Dionísio Cumba disse ainda que foram confirmadas mais quatro mortes por causa do novo coronavírus, elevando para 12 o número de vítimas mortais.

Em relação aos recuperados, Dionisío Cumba destacou um aumento substancial: "Há 153 pessoas recuperadas da covid-19", afirmou.

O médico guineense precisou também que há 38 pessoas internadas, 22 das quais no hospital de Cumura, a cerca de 10 quilómetros de Bissau, e 16 no Hospital Nacional Simão Mendes, que continua a registar problemas em relação ao fornecimento de oxigénio.

No âmbito do combate à pandemia, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, decretou, pela quarta vez, o estado de emergência até 10 de junho.

Em África, há 4.756 mortos confirmados em quase 170 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (1.368 casos e 12 mortos), seguida da Guiné Equatorial (1.306 casos e 12 mortos), Cabo Verde (536 casos e cinco mortes), São Tomé e Príncipe (499 casos e 12 mortos), Moçambique (352 casos e dois mortos) e Angola (86 infetados e quatro mortos).

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados (mais de 614 mil, atrás dos Estados Unidos) e o terceiro de mortos (34.021, depois de Estados Unidos e Reino Unido).

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 387 mil mortos e infetou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,8 milhões de doentes foram considerados curados.ANG/Lusa



           EUA-Floyd/ Polícia acusado de morte por asfixia vai hoje a tribunal

Bissau, 08 jun 20 (ANG)  – O polícia acusado de ter morto o afro-americano George Floyd, asfixiando-o com o joelho, em Minneapolis, nos Estados Unidos, deve comparecer hoje em tribunal naquela cidade.
Dereck Chauvin é acusado de assassinato em segundo grau (intencional, mas não premeditado), depois de inicialmente apenas ter sido acusado de assassinato em terceiro grau (involuntário).
Dois dos outros polícias que estavam no local onde George Floyd foi assassinado foram já presentes a tribunal, na quinta-feira, tendo-lhes sido aplicada uma caução de pelo menos 750 mil dólares (cerca de 700 mil euros).
Dereck Chauvin enfrenta a possibilidade de uma pena até 40 anos de prisão, depois de os procuradores terem revisto a acusação ao polícia responsável por ter asfixiado, durante de cerca de oito minutos, o afro-americano.
A presença de Chauvin em tribunal coincide temporalmente com a chegada do corpo de George Floyd a Houston, no Texas, a sua cidade de origem, onde será feito um serviço fúnebre público, no Cape Fear Conference, depois de uma série de outras cerimónias, que se realizam desde quinta-feira.
Floyd será enterrado em Houston, na terça-feira, numa cerimónia reservada aos familiares.
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de Maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de actos de pilhagem.
Pelo menos nove mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos, e as autoridades impuseram recolher obrigatório em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, enquanto o Presidente norte-americano, Donald Trump, já ameaçou mobilizar os militares para pôr fim aos distúrbios nas ruas.
Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.
Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.
A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja. ANG/Inforpress/Lusa





Bissau, 08 jun 20 (ANG) - A Alta Comissária para a Luta Contra a Covid-19 na Guiné-Bissau, Magda Robalo Correia e Silva, disse no último fim de semana que não vai ser fácil, mas  que é possível travar a pandemia do novo coronavírus no país.

"Não vai ser fácil, mas é possível com várias atividades e com várias medidas de contenção", afirmou a antiga ministra da Saúde guineense, após a cerimónia de tomada de posse, quando questionada pelos jornalistas sobre se é possível travar a evolução da pandemia no país, que regista 1.368 casos e já causou 12 mortos.

"Temos de identificar focos de infeção, temos de aumentar a prevenção, temos de melhorar o entendimento da população sobre aquilo que são as medidas de confinamento", disse.

Magda Robalo Correia e Silva salientou também que nunca é tarde para combater a pandemia do novo coronavírus.

"Se não o fizermos vamos continuar a ver os números de casos e as mortes a aumentarem", sublinhou.

A antiga representante da Organização Mundial de Saúde na Namíbia e no Gana disse também que o seu primeiro trabalho vai ser uma "análise rápida da situação, perceber a dinâmica da pandemia na Guiné-Bissau para ajustar estratégias" para que o país possa estar à frente do novo coronavírus e não correr atrás dele.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, nomeou na sexta-feira Magda Robalo Correia e Silva para o cargo de Alta Comissária para a Luta Contra a Covid-19 no país.

Segundo um decreto presidencial, divulgado à imprensa, além da nomeação da antiga ministra da Saúde do Governo de Aristides Gomes, demitido na sequência da sua tomada de posse como Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló nomeou também Tumane Balde para o cargo de coordenador-adjunto e Plácido Monteiro Cardoso para secretário.

O Alto Comissariado para a Luta Contra a Covid-19 terá como principal objetivo reformular o plano estratégico, coordenar parcerias e redinamizar o combate contra o novo coronavírus.

Magda Robalo Correia e Silva tinha sido nomeada em maio para presidir ao Comité de Ética e Governação do Fundo Global de Luta Contra a Sida, Tuberculose e Malária, cargo que vai acumular com as novas funções.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (1.368 casos e 12 mortos), seguida da Guiné Equatorial (1.306 casos e 12 mortos), Cabo Verde (536 casos e cinco mortes), São Tomé e Príncipe (499 casos e 12 mortos), Moçambique (354 casos e dois mortos) e Angola (86 infetados e quatro mortos).ANG/Lusa



        Covid-19/Cuba declara pandemia controlada e prepara desconfinamento
Bissau, 08 jun 20 (ANG) - Cuba registou o oitavo dia sem vítimas mortais ligadas ao novo coronavírus e prepara-se para anunciar medidas de desconfinamento gradual ao longo da próxima semana, anunciou hoje o presidente da república Miguel Diaz-Canel. 
Cuba, com 11,2 milhões de habitantes, contabilizou 2.191 casos de infecção e 83 mortes, mas contando com as 1.862 recuperações e os dois pacientes estrangeiros evacuados para os respectivos países, conta com apenas 244 casos positivos.
"Faz uma semana que não temos vítimas mortais, o que significa que a pandemia está sob controlo", disse Miguel Diaz-Canel.
O líder cubano lamentou que a curva descendente de novos casos tenha sido interrompida a 28 de Maio com o aparecimento de vários surtos, nomeadamente numa loja, num laboratório, num centro de transportes e num petroleiro cubano que regressava do México com 22 tripulantes infectados.
"Devemos continuar a concentrar-nos na forma de eliminar os casos que restam, sobretudo os que estão ligados à incompetências ou mau funcionamento de uma instituição, o que deu origem a um crescimento da epidemia", acrescentou.
Até agora Cuba não levantou qualquer medida de restrição. As escolas e fronteiras continuam fechadas, os transportes públicos estão suspensos e é obrigatório o uso de máscaras nas ruas.
"Ao longo da próxima semana poderemos informar a população sobre medidas de desconfinamento e qual o melhor momento para o fazer", afirmou.
Com uma economia que depende essencialmente do turismo internacional e do comércio externo, Cuba enfrenta agora o desafio de relançar essas actividades, mantendo o controlo da epidemia. ANG/Angop

sexta-feira, 5 de junho de 2020


  Covid-19/Magda Robalo nomeada Alta Comissária para Luta Contra a pandemia

Bissau,05 Jun 20(ANG) – Magda Robalo, ex. ministra de Saúde do governo de Aristides Gomes, foi nomeada hoje para as funções da Alta Comissária para a Luta contra a Covid-19 pelo  Decreto Presidencial número 20/2020.

De acordo com o Decreto, Umaro Sissoco Embalo nomeou ainda Tumane Baldé e Plácido Monteiro Cardoso para respectivamente, Coordenador Adjunto e Secretário do Comissariado de Luta contra a Covid-19.

Segundo o decreto,o Alto Comissariado de Luta contra o Covid-19 terá como função principal de, entre outras,  reformular o plano  estratégia de Luta contra Covid-19 coordenação de parcerias e de redinamização do combate ao coronavirus e sua respectiva contenção.

O Comissariado vai funcionar na dependência directa do Presidente da República, devendo regulamentar o seu funcionamento.

Magda Robalo Correia e Silva, antiga representante da Organização Mundial de Saúde na Namíbia e no Gana, foi nomeada em maio para presidir ao Comité de Ética e Governação do Fundo Global de Luta Contra a Sida, Tuberculose e Malária sediado em Suiça.

Tumane Balde é médico e já fazia parte do Centro de Operações de Emergência de Saúde (COES) guineense.

Plácido Monteiro Cardoso é o antigo diretor do Instituto Nacional de Saúde Pública.ANG/ÂC//SG




Política/Presidente da República confere posse aos membros do Conselho de Estado

Bissau, 05 Jun20 (ANG) – O Presidente da República Umaro Sissoco Embaló conferiu hoje posse aos novos membros do Conselho de Estado.

Todos os cinco membros do Conselho de Estado nomeados na passada semana pelo Presidente da República, foram hoje investidos nas suas funções. São eles: o ex. Presidente interino da República, Raimundo Pereira, Fransual Dias, Saliatu da Costa, Canjura Injai e Aladje Mamadu Culabiu Bá respectivamente.

A cerimonia de tomada de posse dos membros do órgão político de consulta do chefe de Estado guineense decorreu na presença do Presidente do Tribunal de Contas Dionisio Cabi.

O  acto ficou marcada pela ausência do Presidente da Assembleia Nacional Popular(ANP) Cipriano Cassamá, do Presidente do Supremo Tribunal da Justiça, Paulo Sanhá.

Para além dos cinco empossados ainda fazem parte do Conselho de Estado, o o Presidente da Assembleia Nacional Popular, o primeiro-ministro, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça e o representante de cada um dos partidos políticos representados no parlamento.ANG/LPG/ÂC//SG

Prevenção contra Coronavírus

Não permita que o Medo, Pânico ou a Negligência te entregue ao Coronavírus. Sair sem necessidade pode te levar a isso. Fique em Casa.

O Cronovírus anda de pessoa à pessoa. Não consegue viver para fazer estragos(matar) fora do ser humano. Evita a contaminação, lavando sempre as mãos bem com sabão.

Beba sempre água para evitar que sua garganta fique seca.

Garganta húmida leva o vírus directamente para o estômago, aí morre, por força de sucos gástrico produzidos pelo estômago.

Evite lugares onde haja muita gente. Afaste-se de alguém que tosse.

Recomendações médicas de Prevenção contra Coronavírus//ANG

Covid-19/Unicef doa materiais de combate a pandemia ao Ministério da Saúde Pública

Bissau, 5 Jun. 20 (ANG) – O Fundo das Nações Unidas para a Infância(Unicef), doou hoje um lote de materiais, constituído por medicamentos, acessórios, equipamentos médicos e cinco concentradores de oxigénio  ao Ministério da Saúde Pública para responder e aumentar  a resposta nacional no combate a pandemia.

O donativo doado está orçado em mais 90 milhões de francos CFA  e tem por base a analise da situação de saúde no país e as prioridades indicadas a respeito dos equipamentos e medicamentos essenciais à resposta da pandemia do coronavírus.

Em declarações no acto, o representante da Organização Mundial de Saúde no país, Jean Marie Kipela louvou o esforço que as  autoridades nacionais  estão a levar a cabo no âmbito da prevenção e tratamento do coronavírus.

Realçou que  as Nações Unidas tudo deve fazer no sentido de assegurar que cada criança, mulher e homem guineense beneficie dos mais elevados cuidados de saúde.

"Todos nós precisamos seguir as recomendações das autoridades nacionais de saúde, nomeadamente no que diz respeito a lavagem frequente das mãos com água e sabão, limitação das saídas das nossas residências,o uso das máscaras em locais públicos, á observância do distanciamento físico social, assim como, o recolher obrigatório no horário definido”, frisou Jean Marie Kipela.

Aquele responsável recomenda ainda a utilização adequada dos medicamentos e equipamentos ora doados, endereçando ao  Povo guineense uma mensagem para terem atenção aos sintomas de coronavírus, tanto a nível pessoal como ao nível dos familiares, bairros e comunidades, e não recusar a fazer teste quando apropriado.

Para o representante da OMS, o coronavírus existe e está a infectar milhares de pessoas no mundo causando  perdas de vidas humanas  assim como diversas consequências socioeconómicos à escala global.

Por sua vez, a Secretaria de Estado da Gestão Hospitalar, Cornélia Aleluia Lopes  agradece o gesto e disse que os materiais doados são bem-vindos e ajudam a colmatar as dificuldades com que se depara o governo e em particular o Ministério de Saúde.

Para a governante, a semelhança de outras  doações recebidas estes donativos vão ser encaminhadas  aos destinatários da mesma forma.

Cornélia Lopes garante que os materiais recebidos serão bem aplicados. ANG/MI/ÂC//SG         



Covid-19/Director-Geral do  Simão Mendes apela aos técnicos recuperados da doença para voltarem para os postos de trabalho

Bissau, 05 Jun 20 (ANG) – O Director-geral do Hospital Nacional Simão Mendes apelou hoje aos técnicos de saúde afectos aquela instituição que tinham contraído o coronavirus, mas que já se encontram recuperados da doença a voltarem para os seus postos de trabalho.
Agostinho Semedo

Agostinho Semedo, em entrevista exclusiva à  ANG, disse que felizmente os técnicos daquela instituição infectados e que estão confinados nos hotéis ou em casa, a maioria já está bem de saúde tendo desejado para breve as suas recuperações em termos de confirmação das análises que os liberta da doença.

Semedo lamentou que os técnicos que lidam directamente com os doentes de Covid-19 são mais vulneráveis à esta pandemia do que os outros, frisando que como combatentes de bata branca estão neste momento a lutar com um inimigo invisível.

Aquele responsável acrescentou que, como já conhecem a doença, vão saber futuramente  lidar da melhor forma com ela.

“Por isso apelo aos técnicos a terem contensão e calma porque a terra é nossa, os doentes são os nossos irmãos, temos de os ajudar cumprindo o nosso dever de salvar vidas como juramos, embora temos de proteger a nossa pessoa”, aconselhou.

Agostinho Semedo disse que pediram  materiais de protecção para os técnicos de saúde para que possam trabalhar afincadamente para vencer este inimigo que ninguém pode ver.

O Director do maior centro hospitalar do país disse que têm limitações em termos materiais devido a grande procura dos mesmos ao nível mundial, salientando que mesmo nos países em que estes materiais para covid-19 são fabricados não chegam para satisfazer todas as demandas. ANG/MSC/ÂC//SG




Bissau, 05 jun 20 (ANG) - Um médico do Hospital Nacional Simão Mendes, principal estabelecimento sanitário da Guiné-Bissau, onde estão internados doentes infetados com covid-19, disse quinta-feira à Lusa que todos os dias os profissionais da saúde estão a ser contaminados com a doença.
 
Almame Sissé, médico dos cuidados intensivos, mas que atualmente trabalha nos serviços da urgência, precisou que vários técnicos do Simão Mendes deixaram de comparecer no hospital por estarem infetados com a covid-19.

"Hoje, quando um técnico quer fazer qualquer procedimento num doente, tem medo de tocar no doente. Todos os dias há técnicos a contaminarem-se", disse Sissé.

Logo nos primeiros momentos em que as autoridades anunciaram que a covid-19 tinha chegado à Guiné-Bissau, em finais de março, alguns médicos e enfermeiros do Simão Mendes, por desconhecimento, ficaram infetados quando deram assistência a um paciente, revelou o médico.

Almame Sissé disse que mais de 30 técnicos foram isolados em dois hotéis de Bissau, depois de recuperados alguns ficaram em casa e outros, como o próprio, voltaram ao serviço.

O médico lamenta que volvidos mais de dois meses desde que foram diagnosticados os primeiros casos da covid-19 na Guiné-Bissau, ainda não haja "equipamentos indispensáveis" para os profissionais do Simão Mendes.

"A nossa situação é triste. Não podemos estar a tapar o céu com as mãos. Não há um mínimo de condições para exercer no hospital. Vê-se muito pó no chão do hospital e sabe-se que o vírus da covid-19 pode viver no chão", sublinhou Almame Sissé.

O médico notou que foram disponibilizadas máscaras aos técnicos (médicos e enfermeiros) que tratam diretamente com casos da covid-19, mas também enfatizou que alguns profissionais chegam a usar a mesma máscara durante todo o dia, "porque não há outra", disse.

Almame Sissé afirmou ser urgente disponibilizar "pelo menos" mais máscaras, batas, avental, óculos e viseiras sob pena, disse, de alguns profissionais deixaram de comparecer nos serviços por receio de contaminação.

"Porque há doentes assintomáticos que dão entrada noutros serviços, por exemplo no banco das urgências. A covid é uma doença que engana", defende Sissé que antevê "um desastre" no Simão Mendes, onde, refere, todos os técnicos acabam por ter contacto com os doentes da covid.

A Guiné-Bissau registou desde março mais de 1.300 infeções por covid-19, que já provocou oito vítimas mortais no país.

Em África, há 4.606 mortos confirmados em mais de 162 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 385 mil mortos e infetou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,8 milhões de doentes foram considerados curados.ANG/Lusa