Chade/Presidente Idriss Deby declara que luta contra Boko Haram será longa
Bissau, 10 Ago
20 (ANG) - O Presidente do Chade, Idriss
Déby, declarou que apesar da operação iniciada em Março
e concluída em Abril pelas forças armadas chadianas contra os jihadistas do
grupo nigeriano Boko Haram, este último não será neutralizado a médio prazo.
Déby considerou que os países da região do lago do Chade terão de ser pacientes na sua luta contra os jihadistas.
Referindo-se aos membros de Boko Haram
presos no Chade, Déby afirmou que pessoas armadas e activas não podem
ser qualificadas de civis.
De acordo com o
Presidente do Chade, Idriss Déby, o grupo de jihadistas
nigeriano, Boko Haram, continua a provocar muitos danos na
região do Lago do Chade.
Numa entrevista à RFI (
Radio France Internationale), o chefe de Estado chadiano, afirmou que
independemente da operação, desencadeada no dia 31 de Março e concluída a
8 de Abril, pelas forças armadas do seu país contra Boko Haram, a
luta contra este último será longa.
O Chade efectuou a grande operação
militar, denominada Colère de Bohoma (Fúria de
Bohoma) no interior da Níger e da Nigéria, ao cabo da qual afirmara ter
expulsado Boko Haram do seu território e
eliminado mais 1000 combatentes do grupo jihadista.
Todavia, no início de Julho, pelo menos oito
militares chadianos foram mortos durante um ataque do grupo
jihadista em território nacional.
Por outro lado, cerca de dez civis
perderam a vida igualmente, como resultado de uma incursão levada a cabo pelo
Boko Haram numa aldeia do Chade.
Na operação realizada em Abril
pelo Exército do Chade, 58 elementos do Boko Haram foram
feitos prisioneiros no decurso de combates nas
redondezas do Lago Chade e posteriormente transferidos para
N'Djamena, capital chadiana, para fins da investigação judicial.
Quarenta e quatro dos 58
prisioneiros foram encontrados mortos, na quinta-feira de manhã, nas suas
respectivas celas de prisão.
Segundo o Procurador da República do
Chade, Youssouf Tom, que anunciou a notícia da morte dos jihadistas detidos,40
corpos foram enterrados e quatro submetidos ao médico legista para
autópsia.
A conclusão da autópsia aponta, de acordo
com o Procurador, para o consumo de uma substância letal e iatrogénica,
que provocou problemas cardíacos nalguns prisioneiros e forte
asfixia noutros.
O Presidente Idriss Déby explicou-se
sobre o sucedido, que é objecto de um inquérito judicial, no decurso da
sua entrevista com a RFI.
"Há
um inquérito que foi efectuado pela instituição
encarregada dos direitos humanos. Um série de pessoas
foram postas em causa. A justiça encetou um
processo judicial. Então,aguardemos que a justiça
termine o seu trabalho. Como dizer que são civis,
pessoas que andam com armas na mão, além disso activos no terreno, duvida-se
que sejam civis.
O exército chadiano não tem o hábito de matar civis,em todas as suas operações
que ele realiza. Faz parte da nossa história. É história do
exército chdiano", disse o chefe de Estado chadiano.
O secretário-geral da
Convenção chadiana de Defesa dos Direitos Humanos (CTDDH), Mahamat Nour Ahmed
Ibedou, contesta a explicação dada pelas autoridades
chadianas e acusa os dirigentes penitenciários do Chade de terem
fechado os prisioneiros numa pequena cela e de os deixar
morrer de fome durante três meses porque eles eram acusados
de serem membros do Boko Haram.
Por intermédio do ministro da Justiça, Djimet Arabi, o governo chadiano desmentiu formalmente as acusações veículadas pela CTDDH . ANG/RFI