segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Chade/Presidente Idriss Deby declara  que luta contra Boko Haram será longa

Bissau, 10 Ago 20 (ANG) - O Presidente do Chade, Idriss Déby,  declarou que  apesar da  operação iniciada  em Março e concluída em Abril pelas forças armadas chadianas contra os jihadistas do grupo nigeriano Boko Haram, este último não será neutralizado a médio prazo.

Déby considerou que os países da região do lago do Chade terão de ser pacientes na sua luta contra  os jihadistas.

Referindo-se aos membros de Boko Haram presos  no Chade, Déby  afirmou que pessoas armadas e activas não podem ser qualificadas de civis.

De  acordo  com  o  Presidente  do Chade, Idriss Déby, o  grupo  de  jihadistas nigeriano, Boko Haram, continua a provocar muitos danos   na  região do Lago do Chade.

Numa entrevista   à  RFI ( Radio France Internationale), o  chefe de Estado chadiano, afirmou que independemente da operação, desencadeada no dia 31 de Março e concluída  a 8  de Abril, pelas forças armadas do seu  país contra Boko Haram, a luta contra este último será longa.

O  Chade efectuou a grande operação militar, denominada  Colère de Bohoma (Fúria de Bohoma)  no interior da Níger e da Nigéria, ao cabo da qual afirmara ter expulsado Boko Haram   do seu  território  e  eliminado  mais  1000 combatentes  do grupo  jihadista.

Todavia, no início  de Julho,  pelo menos  oito militares chadianos foram mortos durante  um ataque  do grupo jihadista em  território nacional.

Por outro lado, cerca de dez civis perderam a vida igualmente, como resultado de uma incursão levada a cabo pelo Boko Haram numa  aldeia do Chade.

Na  operação realizada em Abril  pelo  Exército  do Chade, 58 elementos  do Boko Haram foram feitos prisioneiros no decurso de combates   nas  redondezas  do Lago Chade  e posteriormente transferidos  para N'Djamena, capital chadiana, para fins da investigação judicial.

Quarenta e quatro dos  58 prisioneiros foram encontrados mortos, na quinta-feira de manhã, nas  suas respectivas celas  de prisão.

Segundo o Procurador da República do Chade, Youssouf Tom, que anunciou a notícia da morte dos jihadistas detidos,40 corpos foram enterrados e quatro submetidos ao médico legista  para  autópsia.

A conclusão da autópsia aponta, de acordo com o Procurador, para o consumo  de uma substância letal e iatrogénica, que provocou problemas cardíacos  nalguns prisioneiros  e  forte asfixia noutros.

O  Presidente Idriss Déby explicou-se sobre o sucedido, que é objecto de um inquérito judicial, no decurso da sua  entrevista com a RFI. 

             

"Há  um inquérito  que  foi  efectuado pela  instituição  encarregada dos  direitos humanos.  Um série  de pessoas  foram  postas  em causa.  A  justiça  encetou um  processo  judicial.  Então,aguardemos  que  a justiça  termine  o  seu  trabalho.  Como  dizer que são civis, pessoas que andam com armas na mão, além disso activos no terreno, duvida-se que  sejam  civis.

O exército chadiano não tem o hábito de matar civis,em todas as suas operações que ele  realiza. Faz parte da nossa história. É  história do exército chdiano", disse o chefe de Estado chadiano.

O  secretário-geral  da  Convenção chadiana  de Defesa dos Direitos Humanos (CTDDH), Mahamat Nour Ahmed Ibedou, contesta  a explicação dada pelas  autoridades chadianas  e acusa os dirigentes penitenciários do Chade de terem fechado  os  prisioneiros numa pequena  cela e de os deixar morrer de fome durante três meses porque  eles  eram acusados  de serem  membros  do Boko Haram.

Por  intermédio do ministro  da Justiça, Djimet Arabi, o governo chadiano desmentiu formalmente as acusações veículadas pela CTDDH . ANG/RFI        

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