Covid-19/“África deve adquirir vacinas enquanto continente” ,diz director do África CDC
Bissau, 28 Ago 20 (AN
G)
– O director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana
(África CDC) defendeu quinta-feira que África deve adquirir as vacinas contra a
covid-19 enquanto “continente”, para não deixar nenhum país para trás.
O processo de aquisição das vacinas é “totalmente transparente e não é uma corrida dos países mais capazes”, disse John Nkengasong durante a conferência de imprensa semanal do África CDC sobre a pandemia do novo coronavírus.
A este propósito,
recordou situações no passado em que as terapias chegaram mais tarde ao
continente, como no caso dos antirretrovirais (tratamento de infecções como o
VIH) ou, mais recentemente, da vacina contra a gripe A (H1N1).
Entre o período em que
essas terapêuticas estiveram disponíveis e a altura em que chegaram a África
“muitos, muitos africanos morreram”, disse.
“Temos de trabalhar em
conjunto e nenhum país deve ser deixado para trás”, afirmou.
Nesta 25.ª reunião
semanal de imprensa sobre a pandemia de covid-19, o diretor do África CDC disse
que estão em curso negociações com bancos africanos para assegurar a aquisição
das vacinas, mostrando-se preocupado com “a nacionalização” das mesmas.
E explicou que os países
com maior capacidade para adquirir as vacinas para a sua população também não
estarão seguros se as vacinas não chegarem a África.
Neste encontro virtual, em
que participou a diretora-geral do Ministério da Saúde do Gabão, John
Nkengasong elegeu como principal mensagem a necessidade de a abertura dos
países ser acompanhada de uma “forte vigilância”.
“A economia irá
recuperar consoante as medidas de saúde pública que forem aprovadas”, disse.
Perante a ainda
inexistência de vacinas, insistiu na prevenção da infeção, não só da parte da
população em geral, como dos profissionais de saúde.
John Nkengasong elogiou
as “medidas corajosas” que os líderes dos países têm assumido para proteger o
continente da infeção e recordou que o África CDC está a trabalhar com os
Estados-membros para garantir uma resposta adequada ao surto nos países e para
manter o número “encorajador” de recuperações.
Como balanço da
pandemia, John Nkengasong referiu que a covid-19 está agora em 215 países e
territórios, contabilizando mais de 23 milhões de casos, tendo causado a morte
a mais de 810.000 pessoas.
Em África, o número de
mortes pelo novo coronavírus é hoje de 28.596, num universo de 1.212.012
infetados no continente, das quais 942.249 foram declaradas como recuperadas.
O primeiro caso de
covid-19 em África surgiu no Egito em 14 de fevereiro e a Nigéria foi o
primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de Fevereiro.ANG/Inforpress/Lusa
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