Justiça/”Não existe processo contra
Aristides Gomes”,dizem advogados
Bissau, 26 Ago
20 (ANG) - Os advogados de defesa do antigo primeiro-ministro,Aristides Gomes
disseram terça-feira, em conferência de imprensa, em Bissau, que não existe
nenhum processo contra ele.
No passado dia 19 de Agosto, o Procurador-Geral da República , Fernando Gomes, que fez da luta contra a corrupção e a recuperação dos bens do Estado a sua prioridade, afirmou que o antigo primeiro-ministro era indiciado por vários crimes e que "oportunamente iria falar à imprensa sobre essa situação”.
Fernando Gomes ainda declarou que não existe nenhuma perseguição contra
Aristides Gomes.
Em entrevista à RFI, um dos advogados do
antigo Primeiro-ministro,Suleimane Cassamá diz ter procurado saber que
acusações pesam sobre o seu cliente e ter chegado à conclusão de que "não
há nenhum processo contra ele, na medida em que, para haver um processo, tem em
primeiro lugar que haver o facto registado no Ministério Público".
Neste sentido, o advogado observa ainda
que "ao chegar aos serviços de luta contra a corrupção e delitos
económicos do Ministério Público, no cartório notarial, constatou que de facto
não havia nada contra Aristides Gomes".
Referindo-se às acusações proferidas no
parlamento contra o antigo primeiro-ministro, Suleimane Cassamá considera que
"essa denúncia pública não se traduziu em processo porque, se assim fosse,
estaríamos em condições de responder no processo, enquanto advogados, através
do próprio registo do mesmo processo. Não existindo isso, não há nada em termos
formais contra Aristides Gomes".
Ao reiterar estar convicto de que "há
uma clara perseguição política em toda essa história", o advogado não deixa
de sublinhar que "Aristides Gomes estará em condições de responder a todas
as questões do Estado quando houver garantias para a sua segurança".
Na semana passada o Procurador-geral da
República, Fernando Gomes afirmou que Aristides Gomes está indiciado por
vários crimes.
No começo do mês, o Ministério Público
guineense informou ter enviado uma carta às Nações Unidas, solicitando a sua
colaboração para entregar às autoridades o antigo primeiro-ministro que se
encontra refugiado nas instalações desta entidade internacional desde o passado
mês de Fevereiro, logo após ter sido demitido pelo Presidente guineense.
Este pedido da justiça guineense ocorreu
num contexto em que acusações sobre a alegada corrupção de Aristides Gomes
foram proferidas por deputados pertencentes às bancadas do MADEM-G15 e do PRS,
partidos que sustentam o governo. ANG/RFI
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