quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Ensino/Ministério da Educação diz que introdução da língua árabe não é sinónimo de aprender alcorão

Bissau, 27 Ago 20 (ANG) – O ministro da Educação Nacional e Ensino Superior ( MENES) afirmou esta quarta-feira   que  a introdução da língua Árabe no sistema do ensino guineense não é sinónimo de aprender alcorão, conforme dizem alguns críticos.

A afirmação de  Ariceni Abdulai Jibrilo Baldé vem expressa numa nota à imprensa à que a ANG teve acesso, através da qual o ministro considera de  especulações afirmações s


egundo as quais ele  estaria a defender o ensino do alcorão no sistema educativo.

Sustenta no comunicado  que a questão da introdução da língua árabe não é um sinónimo de aprender o alcorão como bem vincou o Presidente da Associação Fityaanou Sidkhine do Senegal, Cheikh Ousmane Diwo, após a formalização da parceria como o Ministério da Educação Nacional e Ensino Superior da República da Guiné-Bissau.

Disse  que  a pretensão da introdução da língua Árabe vem na  sequência da Assinatura de um acordo entre o Ministério da Educação Nacional e Ensino Superior e a Associação Fityaanou Sidkhine do Senegal cujo objectivo é a melhoria do acesso de qualidade e de governação das instituições escolares onde se ensina em língua árabe e a formação dos jovens, sobretudo das camadas mais vulneráveis.

Segundo o documento, o  ministério deve agora se entregar ao trabalho de recenseamento das escolas Madrastas e corânicas existentes na Guiné-Bissau e aida a realização de um censo sobre o número de crianças que querem estudar mas sem possibilidades para o fazer.

Lamentou a questão das crianças em condições de talibés que andam a busca de conhecimento do Alcorão e confrontam-se com dificuldades, violências e até mortes.

 “Porquê que um ministro da tutela não pode solicitar apoios para crianças vulneráveis poderem ser organizadas e dadas uma educação de uma maneira formal e segura? É uma questão, certamente, em aberto para reflexão,”disse o ministro.

O ministro se defende por via deste comunica que  a  introdução da língua árabe no sistema de ensino guineense, não foi uma decisão exclusiva e unilateral do MENES, mas sim, uma decisão do Governo da República de Guiné-Bissau,  discutido no Conselho de Ministros.

“A referida  medida consta no Programa do Governo que foi adotado pelo Conselho de Ministros e submetido e aprovado na Assembleia Nacional Popular,  órgão legislativo máximo da República e fiscalizador da acção governativa”, explicou a nota.

A actual liderança do Ministério da Educação Nacional e Ensino superior apela a colaboração e a contribuição de todos nas grandes reformas projetadas para fazer andar a educação na Guiné-Bissau.

A introdução da língua árabe no sistema educativo tem provocado reações de repúdio de várias personalidades, tanto ao nível interno como externo, nas redes sociais.

Alguns protestos contra a iniciativa  acusam o ministro de estar a promover uma certa primazia da religião muçulmana em relação as demais, em detrimento da imperatividade de introdução do crioulo no ensino, enquanto língua de comunicação entre as várias etnias que compõe a população guineense. ANG/JD/ÂC//SG

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