terça-feira, 18 de agosto de 2020

    Bielorússia/Reeleição de Lukachenko sob contestação interna e externa

Bissau, 18 Ago 20 (ANG) - Forte contestação interna e externa à reeleição a 9 de

Agosto do Presidente Lukachenko  está na origem de uma cimeira extraordinária da União Europeia prevista para quarta-feira.

Enquanto isso, a líder da oposição, Svetlana Tikhanoskaïa, refugiada na Lituânia, diz-se pronta para assumir as suas responsabilidades e dirigir o país.

A eleição presidencial de 9 de Agosto foi marcada por elevada fraude eleitoral reconhecida pela União Europeia, enquanto aumenta a mobilização em torno da jovem de 37 anos Svetlana Tikhanoskaïa, a rival do reeleito Presidente Alexander Lukachenko.

Segunda-feira dezenas de milhares de opositores que apoiam Svetlana sairam as ruas de   Minsk, contra cerca de três mil na manhã do mesmo dia em apoio ao Presidente.

Para pôr termo às manifestações de protesto contra a sua reeleição  o Presidente Lukachenko - no poder desde 1994 -  afirmou segunda-feira estar pronto a deixar o poder, após um referendo constitucional e novas eleições presidenciais e legislativas, segundo a agência bielorussa de informações Belta, depois de ter afirmado "organizamos eleições, enquanto não me matarem, não haverá outras".

Por sua vez a líder da oposição e candidata à eleição presidencial Svetlana Tikhanoskaïa declarou  em vídeo a partir da Lituânia "estar pronta a assumir as suas responsabilidades e agir como líder nacional durante o período de transição" e apelou as forças da ordem a juntarem-se aos manifestantes, prometendo perdoar o seu comportamento repressivo.

Moscovo anunciou este fim de semana o seu apoio ao Presidente Lukachenko, mostrando a sua disponibilidade em fornecer - se necessário - ajuda militar no quadro dos acordos bilaterais com a Biolorússia, enquanto a vizinha Lituânia considerou que tal significaria "uma invasão injustificada do ponto de vista legal, moral e político". 

A UE vai pedir a Moscovo que renuncie a qualquer ingerência na Bielorússia e pediu um inquérito sobre a violenta repressão das manifestações desde 9 de Agosto.

O presidente do conselho europeu Charles Michel convocou para a próxima quarta-feira, 19 de Agosto, os dirigentes dos 27 países membros, para em cimeira extraordinária, analisarem a situação na Bielorússia, após a reeleição contestada por 80% de votos do Presidente Alexandre Lukachenko.

Alemanha, que assume a presidência rotativa da União Europeia, ameaçou esta segunda-feira (17/08) alargar as sanções anunciadas na sexta-feira (14/08) pela União Europeia contra responsáveis bielorussos acusados de repressão e farude eleitoral e no final de Agosto esta crise deverá ser evocada em Berlim, durante a reunião dos chefes da diplomacia europeia.

Reino Unido declarou esta segunda-feira (17/08) "não aceitar os resultados" da eleição presidencial de 9 de Agosto e vai "sancionar os responsáveis" pela repressão que se seguiu à eleição.

A Bielorússia é alvo de um embargo sobre a venda de armas e de material podendo ser utilizado para a repressão e quatro cidadãos bielorussos estão já proibidos de entrar na União Europeia e seus bens estão congelados desde 2016. ANG/RFI

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