EUA/Candidato democrata à presidência escolhe
primeira mulher negra para «vice»
Bissau, 13 Ago 20 (ANG) - O candidato
democrata às presidenciais de Novembro nos Estados Unidos, Joe Biden anunciou
ter escolhido a senadora da Califórnia, Kamala Harris, como candidata à
vice-presidência do país, esta última sendo a primeira mulher negra a ser
candidata ao posto de número 2 na Casa Branca.
No passado mês de Março, Joe Biden já tinha indi
cado que o seu co-piloto seria uma mulher. Apesar de não ser a primeira a ser designada para esta responsabilidade, já que antes dela, a democrata Geraldine Ferraro foi indigitada para este posto em 1984 e, em seguida, em 2008, a republicana Sarah Palin seguiu o mesmo caminho, aos 55 anos, Kamala Harris, antiga procuradora eleita senadora da Califórnia em 2017, é a primeira mulher negra a ser candidata a esta função.Reagindo à sua escolha como «vice», o
Presidente cessante e candidato republicano a um segundo mandato, Donald Trump,
falou de Kamala Harris como sendo a senadora “mais mesquinha, horrível,
desrespeitosa e liberal” e qualificou ainda de «esquerdista radical» esta
personalidade tida no seu partido como pertencente à ala «centrista».
Filha de um pai de origem jamaicana,
professor de economia na universidade de Stanford e de uma mãe indiana,
investigadora na área da oncologia, Kamala Harris, tem uma carreira de 30 anos
como magistrada.
Procuradora de San Francisco entre 2004 e
2011 antes de ser promovida Procuradora geral da Califórnia entre 2011 e 2017,
ela ganha estatura nacional na altura da eleição de Trump em 2016, quando se
lança na política e é eleita senadora.
Nesse cargo, Kamala Harris ilustra-se
sobretudo pelo seu estilo directo em comissões de inquérito. Em 2018,
designadamente, Harris atacou de forma violenta o então candidato apoiado por
Trump para o cargo de juiz no Supremo Tribunal, Brett Kavanaugh, acusado de
agressão sexual. Kamala Harris, também deixou amargas recordações ao ex-procurador
Jeff Sessions, quando num interrogatório em 2017, o questionou sobre os seus
elos com a Rússia durante a campanha presidencial de 2016.
Apesar de se apresentar como uma
«progressista», tendo designadamente como procuradora lançado um programa de
formação para lutar contra a delinquência, a ala esquerda do seu partido
apontou que ela recusou a ideia de equipar os polícias de câmaras para lutar
contra as violências policiais e que ela raramente lançou acções contra agentes
acusados de matar civis.
Ainda assim, a morte em finais de Maio de
George Floyd, afro-americano asfixiado por um polícia branco, e a mobilização
geral que seguiu terão decidido Joe Biden a escolher entre 11 potenciais
candidatos a sua ex-adversária nas primárias democratas que ainda há alguns
meses o acusava de ter sido no passado favorável à segregação racial. ANG/RFI
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