sexta-feira, 7 de agosto de 2020

 

Covid-19/”Ainda existe janela de oportunidade para vencer pandemia em África”, diz director da África CDC

Bissau, 07 Ago 20 (ANG) - O director do África CDC disse quinta-feira que ainda existe uma "janela de oportunidade" para vencer a pandemia em África, que se aproxima do milhão de casos, mas onde a maioria dos países regista menos de cinco mil.

"Ainda temos uma janela de oportunidade 

para, como continente, vencer a pandemia porque 36 dos 55 estados-membros (da União Africana) ainda registam menos de cinco mil casos de covid-19", disse John Nkengasong.

"Se fizermos um conjunto de coisas correctamente, agressivamente e consistentemente temos boas hipóteses de derrotar esta pandemia, o que inclui usar máscara e aumentar a testagem e a monitorização de casos", acrescentou.

O director do Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças da União Africana (África CDC) falava aos jornalistas, a partir de Adis Abeba, na habitual conferência de imprensa semanal sobre a evolução da pandemia em África.

Ainda assim, John Nkengasong advertiu que não é possível baixar a guarda e mostrar cansaço no combate à covid-19 no continente.

Segundo os dados mais recentes, apresentados na conferência de imprensa, o continente regista um total de 992.762 casos de covid-19, de que resultaram mais de 21.100 mortes.

A grande maioria dos casos registados estão concentrados em apenas cinco países: África do Sul (53%), Egipto (10%), Nigéria (4,5%), Ghana (4%) e Argélia (3,3%).

Esta semana foram comunicados 99.500 novos casos, o que representa um aumento de 11% em relação à semana anterior, e 2.700 novas mortes por covid-19.

O aumento de novos casos é inferior ao das últimas semanas, mas Nkengasong diz que embora seja tentador ver uma diminuição, os números devem ser observados durante várias semanas para determinar a tendência real de infecções num continente de 1,3 mil milhões de pessoas.

Dez países do continente apresentam taxas de mortalidade superiores à média mundial de 3.8%: Tchad (8%), Sudão (6.5%), Libéria (6.4%), Níger (6%), Egipto (5,2%), Burkina Faso (4.7%), Angola (4.4%) e Argélia (3.8%).

A República Democrática Sarauí regista uma taxa de mortalidade de 20%, mas o responsável do África CDC ressalvou que o país tem um número muito baixo de casos e um surto muito recente.

Do total de infectados, 56% dos doentes recuperaram.

John Nkengasong assinalou ainda o facto de o continente ter já realizado 8.8 milhões de testes, o que representa 90% da meta de testagem estabelecida em Abril.

Mais de 80% dos testes foram realizados em 10 países: África do Sul, Egipto, Nigéria, Ghana, Marrocos, Quénia, Etiópia, Rwanda, Uganda e Maurícias.

O responsável do África CDC disse ainda que a organização está a actualizar a estratégia de combate à pandemia tendo em conta o gradual fim dos confinamentos e a abertura das fronteiras e das escolas, anunciando o lançamento de uma campanha para "salvar vidas, negócios e escolas".

"A campanha tem três objectivos: proteger as fronteiras e os viajantes, salvar os negócios e os modos de vida das populações e proteger as escolas", disse John Nkengasong, sublinhando, neste processo, o contributo do sector privado.

Adiantou ainda neste contexto, que o África CDC está a trabalhar com os países para aumentar os testes nas fronteiras e para harmonizar os critérios para a sua realização.

"Os requisitos não estão uniformizados no continente, há países que exigem testes, há países que não e o prazo de validade dos testes ainda não está bem definido", exemplificou.

O responsável apontou também a necessidade de intensificar a vigilância e a testagem nas escolas, afirmando que estão em preparação orientações para a abertura dos estabelecimentos de ensino. ANG/Angop

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