sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Mianmar/Manifestantes desafiam militares e protestam contra golpe de Estado

Bissau, 05 Fev 21 (ANG) - Mianmar foi palco nesta sexta-feira (5) do maior protesto contra o golpe de Estado militar que derrubou na segunda-feira (1°) o governo de Aung San Suu Kyi, que está em prisão domiciliar em Naypyidaw. 

Centenas de professores e estudantes desafiaram os militares e se reuniram em frente de uma universidade de Yangon, enquanto o Exército continua detendo líderes políticos e ativistas birmaneses.

Os manifestantes fizeram a saudação com três dedos da mão, um gesto de resistência utilizado por vários movimentos pró-democracia asiáticos, como na Tailândia. Eles também cantaram uma música antiga que se tornou popular durante a revolta de 1988, violentamente reprimida pelo exército birmanês, e pediram "longa vida à mãe Suu" Kyi. A líder, presa em casa, está em "boa saúde", segundo um porta-voz de seu partido, a Liga Nacional para a Democracia.

"Enquanto os generais continuarem no poder, não voltaremos ao trabalho. Se todo mundo resisitr, o sistema não vai aguentar", declarou Win Win Maw, professor do departamento de História.

Funcionários públicos de vários ministérios também cruzaram os braços temporariamente na capital Naypyidaw. Todos ostentavam uma fita vermelha, cor do partido Liga Nacional para a Democracia (LND), de San Suu Kyi.

Desde o golpe de Estado em Mianmar na última segunda-feira, um movimento de desobediência civil começou no país. Os birmaneses fazem panelaço e buzinaços todas as noites, às 20h. Algumas lojas fecharam as portas e, na quarta-feira (3), os profissionais de saúde convocaram uma greve por tempo indeterminado em várias cidades. Advogados e médicos participaram de uma primeira manifestação, e vários manifestantes foram presos em Mandalay.

Em Yangon, o movimento de desobediência civil se intensifica no setor da saúde. Uma cirurgiã, entrevistada pela RFI, que preferiu não ser identificada, disse que a greve atinge mais de cem hospitais.

"Mais de mil médicos, enfermeiras e profissionais da saúde que trabalham em mais de cem hospitais públicos começaram uma campanha de desobediência civil aos militares. Alguns pararam de trabalhar, outros vão continuar a atender os pacientes, mas não vão obedecer às ordens do governo militar. Esse é apenas o início da campanha de desobediência civil. Muitos estrangeiros estão querendo lançar um fundo de emergência para ajudar os profissionais que cruzaram os braços. Este não é um conflito entre a LND e o exército, é um conflito entre a vontade do povo e os militares", declarou a médica birmanesa à jornalista Yelena Tomitch.

Apesar das reiteradas condenações internacionais, os generais, que interromperam brutalmente a frágil transição democrática no país, continuam a onda de repressão e detenções. Na madrugada desta sexta-feira, eles prenderam Win Htein, de 79 anos, um político veterano da LND, indicou o porta-voz do partido. Na quarta-feira, Htein, que passou vinte anos na prisão entre 1989 e 2010, quando a junta militar comandava o país, havia previsto que seria novamente detido, mas salientou que "não estava preocupado, pois está acostumado à luta pacífica".

Min Htin Ko Ko Gyi, um cineasta que já cumpriu pena de prisão por ter criticado o exército, também foi detido hoje, segundo informações de um sobrinho.

Quatro dias depois da queda de Aung San Suu Kyi, que está em prisão domiciliar na capital e foi indiciada por ter violado uma regra comercial, mais de 150 líderes políticos e ativistas já foram detidos no país, de acordo com dados da Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos, uma ONG baseada em Yango.

O presidente americano, Joe Biden, pediu aos generais birmaneses, que derrubaram o governo da Nobel da Paz, que "renunciassem ao poder" sem impor condições. Os Estados Unidos estudam sanções contra alguns militares de Mianmar.

Já as Nações Unidas adotaram um tom mais moderado com os golpistas. O Conselho de Segurança da ONU adotou uma declaração comum notificando a "profunda preocupação" do órgão com a situação em Mianmar e pedindo a libertação de todos os detidos. Mas o texto não condena o golpe de Estado, devido à oposição da China e da Rússia a essa condenação.

Pequim continua sendo o principal apoio de Mianmar nas Nações Unidas. Durante a crise de refugiados rohingyas, a minoria muçulmana massacrada e expulsa do país, a China impediu todas a iniciativas contra no Conselho de Segurança contra o exército birmanês e seu chefe, Min Aung Hlaing, que agora concentra a maior parte do poder em Mianmar.

ANG/RFI/AFP

 

 

Covid-19/Governo disponibiliza cerca de 750 milhões de francos CFA  para pagamento de subsídios aos técnicos de saúde

Bissau, 04 Fev 21 (ANG) – A Alta Comissária para covid-19 disse que o Ministério das Finanças já disponibilizou desde  03 de Fevereiro  746.936.667,00fcfa, destinado a liquidação da  divida referente ao pagamento de  técnicos de saúde implicados no combate a pandemia da coronavírus.

A informação vem expressa num comunicado à imprensa da Alta Comissária de Covid-19, datado de  04 de corrente mês,  à que a ANG teve acesso hoje.

Segundo o comunicado, o montante disponibilizado pelo Tesouro público corresponde ao pagamento de até Setembro de 2020.

Para a liquidação da dívida até Janeiro de 2021, com base na grelha salarial adoptada em Outubro de 2020, falta desembolsar um total de 480 milhões de fcfa.

Os referidos técnicos iniciaram esta sexta-feira uma greve de cinco dias reivindicando o pagamento desses subsídios.

O número de técnicos envolvidos no combate a pandemia, segundo o comunicado, aumentou de 312  em Marco de 2020  para 733 em Agosto do mesmo ano.

 "A semelhança de outras parte do mundo, a Guiné-Bissau vive a segunda vaga da pandemia de covid-19 tendo sido registado cerca de 200 novos  casos da doença durante Janeiro findo, pelo que o país regressou ao estado de calamidade desde dia 22 de Janeiro do ano em curso”, refere o comunicado da Alta Autoridade de Luta Contra a Covid-19, cuja comissária  reconhece o esforço consentido pelos técnicos envolvidos no combate a covid-19 e solicita a sua colaboração  e compreensão no sentido de continuar a luta contra a pandemia no país . ANG/MI/ÂC/SG

Covid-19/OMS pede a países africanos que acelerem preparativos para receber vacinas

Bissau, 05 Fev 21 (ANG) – A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu aos países africanos que acelerem os preparativos para receber as vacinas covid-19 depois de a Covax ter anunciado para fevereiro a chegada das primeiras doses ao continente.

“Este anúncio permite aos países afinar o seu planeamento para as campanhas de imunização covid-19. Exortamos as nações africanas a aumentarem a prontidão e a finalizarem os seus planos nacionais de vacinação”, disse a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, na conferência de imprensa semanal.

A Covax, iniciativa conjunta da OMS e da Aliança para o Acesso às Vacinas (GAVI) para fornecer vacinas contra a covid-19 a países de médio e baixo rendimento, divulgou, na quarta-feira, o mapa indicativo da primeira fase de distribuição de doses.

Nesta fase, está prevista a distribuição de cerca de 337 milhões de vacinas a 145 países, incluindo sete países lusófonos – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste – que no conjunto terão acesso a cerca de 14 milhões de doses.

A Covax estima começar a enviar os primeiros 90 milhões de vacinas em final de fevereiro, início de março.

Matshidiso Moeti sublinhou, por isso, a importância de os países estarem prontos para as receber.

“Processos de regulamentação, sistemas de cadeia de frio e planos de distribuição têm de estar em vigor para garantir que as vacinas sejam expedidas em segurança dos portos de chegada até aos locais de imunização. Não podemos permitir-nos desperdiçar uma única dose”, avisou.

Para aquela que será a maior campanha de vacinação em massa de sempre em África, serão usadas vacinas AstraZeneca/Oxford, que aguarda ainda autorização para uso de emergência pela OMS.

A organização está atualmente a rever a vacina e o resultado é esperado para breve.

Além destas, foram atribuídas cerca de 320 mil doses da vacina Pfizer-BioNTech a quatro países africanos – Cabo Verde, Ruanda, África do Sul e Tunísia.

Esta vacina já recebeu a aprovação para utilização de emergência da OMS, mas requer sistemas de ultra refrigeração (-70 graus Celsius) para o seu transporte, armazenamento e distribuição.

Para ter acesso a um volume inicial limitado de vacinas da Pfizer-BioNTech, 13 países africanos apresentaram propostas e foram avaliados por um comité com base nas taxas de mortalidade atuais, novos casos e tendências, e capacidade de lidar com as necessidades da cadeia de frio exigida pela vacina.

Os responsáveis da Covax alertaram que o mapa de distribuição de vacinas é indicativo e que as remessas finais terão por base a capacidade de produção dos fabricantes de vacinas e o nível de prontidão dos países para as receber.

As vacinas da fase inicial deverão permitir aos países imunizar 3% da população africana prioritária, incluindo trabalhadores da saúde e outros grupos vulneráveis, na primeira metade de 2021.

À medida que a capacidade de produção aumenta e mais vacinas se tornam disponíveis, o objetivo da Covax é vacinar pelo menos 20% dos africanos, fornecendo até 600 milhões de doses até ao final de 2021.

Para complementar os esforços da Covax, a União Africana anunciou ter assegurado para o continente 670 milhões de vacinas, que serão distribuídas em 2021 e 2022, à medida que os países conseguem financiamento, nomeadamente através do Banco Africano de Exportação-Importação (AfreximBank).

De acordo com o Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças da União Africana (África CDC), 16 países do continente já aderiram à plataforma criada para a pré-reservas de vacinas, tendo encomendado 114 milhões de doses.

Os sete países lusófonos contemplados na lista de distribuição da Covax irão receber na primeira fase de distribuição um número global de 13.813.050 doses de vacinas contra a covid-19.

A maior parte vai para o Brasil, que irá receber 10.672.800 vacinas da AstraZeneca/Oxford, sendo, globalmente, o quinto país que mais doses receberá, a seguir à Índia, Nigéria, Paquistão e Indonésia.

Angola e Moçambique receberão, respetivamente, 2.544.000 e 2.424.000 doses da vacina da AstraZeneca/Oxford, sendo que as vacinas de Angola serão provenientes do Instituto Sérum da Índia tal como as 100.800 doses atribuídas a Timor-Leste.

A Guiné-Bissau receberá 144.000 doses, Cabo Verde 108.000 e São Tomé e Príncipe 96.000 doses da vacina da AstraZeneca/Oxford.

Além destas, Cabo Verde receberá 5.
850 doses da Pfizer-BioNTech.

“África viu durante demasiado tempo outras regiões iniciarem campanhas de vacinação covid-19. Este lançamento planeado é um primeiro passo fundamental para garantir que o continente tenha um acesso equitativo às vacinas”, considerou Matshidiso Moeti. ANG/Inforpress/Lusa

 

Caju/Governo aprova  Decretos referentes a campanha de comercialização 2021

Bissau, 05 fev 21 (ANG) – O governo  aprovou com alterações um conjunto de Decretos sobre a campanha de comercialização da castanha de cajú de 2021, nomeadamente o projecto de regulamento sobre o exercício da profissão de intermediário na compra e escoamento da castanha de cajú in natura.

De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, assinado pelo Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, à que a Agência de Notícias da Guiné teve acesso hoje, o colectivo governamental aprovou ainda o projecto de Decreto que aprova o regulamento sobre o exercício da profissão de exportador da castanha de cajú e  o projecto de Decreto relativo à industrialização da castanha de cajú, in natura e seus derivados.

O documento ainda refere  que o governo aprovou igualmente com  alterações o Projecto de Decreto que altera o Decreto nº3/ 2005, de 26 de abril, referentes à comercialização e exportação da castanha de cajú in natura, o projecto Decreto relativo à comercialização interna e externa da castanha de cajú, in natura.

 Indicou que o executivo aprovou também o projecto de Decreto que altera o regime de cobrança dos  testes da Covid-19.

Em decorrência da aprovação destes pacotes legislativo,  conforme o comunicado, o governo  considerou oportuno a criação, por despacho do Primeiro-ministro de um Task Force ou seja força de tarefa , compreendendo os ministros do Comércio e Industria, das Finanças, do Interior e o da Defesa e dos Combatentes da Liberdade de Pátria, com competência para acompanhar a evolução da campanha de comercialização da  castanha de cajú 2021.

Segundo o comunicado, antes de terminar a sessão, o plenario governamental pronunciou-se sobre a nota informativa, da autoria do ministro do Ambiente e Biodiversidade, que anuncia a emergência da  Gripe Aviária (HN51), na sub-região e das consequências que dai poderão advir para o nosso país.

“Nestes termos, o Conselho de Ministros deliberou instituir, por despacho do primeiro-ministro, uma Comissão interministerial, integrando os ministros do Ambiente e da Biodiversidade, de Agricultura e Desenvolvimento Rural e da Saúde Pública para com, a maior celeridade possível, estabelecer uma rede de vigilância e de alerta rápida, em toda a extensão do território nacional”,refere o comunicado.
ANG/LPG/ÂC//SG

 

 

Cabo Verde/Embaixador Camilo Leitão da Graça promete “reforçar” as relações entre Cabo Verde e Guiné Bissau

Bissau,  05 Fev 21 (ANG) – O diplomata Camilo Leitão da Graça disse hoje que a sua nomeação como primeiro embaixador residente na Guiné Bissau é “uma responsabilidade, mas não acrescida” e prometeu “reforçar as relações” entre Cabo Verde e Guiné Bissau.

Instado sobre as suas prioridades, enquanto representante da Cidade da Praia em Bissau, o diplomata de carreira deixou entender que vão no sentido   de “reforçar as relações instituições”, sublinhando que tanto Cabo Verde como Guiné tem “alguma coisa a dar um ao outro”, sobretudo na parte comercial.

Apontou  a formação e as trocas comerciais como uma das suas prioridades, enquanto embaixador.

Entretanto, disse que o comércio entre dois países vai depender das linhas marítimas e aéreas directas entre os dois países.

Camilo Leitão da Graça fez essas considerações à imprensa, à margem do acto da sua tomada de posse, o qual foi presidido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades e da Integração Regional, Rui Figueiredo Soares.

Prometeu, por outro lado,  criar um “ambiente de esperança” à comunidade cabo-verdiana residente na Guiné-Bissau, para que se integre “cada vez melhor” na sociedade guineense.

O ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades deve visitar, no final deste mês, a Guiné-Bissau para preparar a visita do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que, segundo ele, está prevista para “breve”.

Anunciou que neste fim-de-semana Cabo Verde pode receber a visita da ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, portadora de uma “mensagem especial” do chefe de Estado bissau-guineense e que vai ser uma oportunidade para se acertar sobre qual será a “melhor oportunidade” para a visita de Ulisses Correia e Silva.

Guiné-Bissau é um país da África Ocidental que faz fronteira com o Senegal ao norte, Guiné ao sul e a leste, e com o Oceano Atlântico a oeste. O território guineense abrange 36.125 quilómetros quadrados de área, com uma população estimada de 1,6 milhão de pessoas.

O Produto Interno Bruto (PIB) ‘per capita’ do país é um dos mais baixos do mundo. É membro da União Africana, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Organização para a Cooperação Islâmica, União Latina, Comunidade de Países de Língua Portuguesa, Francofonia e da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul. ANG/Inforpress

 

 


Caso Catchura
/ Ordem dos Médicos lamenta detenção dos associados Lassana Intchasso e Arlindo Quadé

Bissau, 04 Fev 21 (ANG) - A Ordem dos Médicos da Guiné-Bissau lamentou esta quinta-feira a forma como foram presos os seus associados, Lassana Intchasso e Arlindo Quade, segundo diz “sem observância de formalidades com perigo de fuga, encobrimento da investigação em curso e repetição do acto”.

Malogrado Catchurá

A reação da Ordem dos Médicos foi tornada pública através de um comunicado à imprensa à que a ANG teve hoje acesso .

“A Ordem dos Médicos está a seguir o desenrolar do caso da morte de Bernardo Mário Catchura através de uma Comissão do Ministério da Saúde Pública instituída para o efeito, de forma a apurar as circunstâncias em que se ocorreu a perda humana do referido malogrado”, referiu o documento.

No comunicado, a Ordem expressa a sua solidariedade com os profissionais de saúde e em particular com Lassana Intchasso e Arlindo Quadé, tendo encorajado os técnicos de saúde à continuarem a exercer as suas actividades na base de ética e deontologia profissional.

“Neste momento difícil da pandemia de Covid-19 e com condições precárias de trabalho, estamos sempre disponíveis para continuar a servir o povo da Guiné-Bissau”, diz  a Ordem no comunbicado que ainda refere que a organização da classe médica guinneense endereçou as suas condolências à família do malogrado Cactchura. ANG/AALS/ÂC//SG

 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

 Prevenção contra coronavirus

No plano individual deve-se  manter o distanciamento físico, usar  uma máscara,  lavar as mãos  regularmente e tossir fora do alcance  dos outros. Façam  tudo isso!

A nossa mensagem às populações e aos governos é clara. Façam tudo isso!"

                                        ( Tedros Adhanom Ghebreyesus - DG da OMS)

             Região Africana/OMS Alerta para aumento de casos de cancro

Bissau,  04 Fev 21(ANG) – A directora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África, Matshidiso Moeti, alertou hoje para o aumento do número de casos de cancro, que duplicou na Região Africana.

O Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, que é assinalado hoje sob o tema “Eu sou e eu vou”, marca, de acordo com a OMS, o fim de uma campanha de três anos que tem procurado reduzir o medo em torno do cancro, melhorar a compreensão da doença e mudar comportamentos e atitudes em relação à mesma.

“Nos últimos 20 anos, o número de novos casos de cancro mais do que duplicou na Região Africana, passando de 338 000 casos notificados em 2002 para quase 846 000 casos em 2020 sendo as formas mais comuns o cancro da mama, do colo do útero, da próstata, do intestino, do cólon, do recto e do fígado”, realçou Matshidiso Moeti, sublinhado que os factores de risco associados ao cancro incluem a idade avançada e história familiar, o consumo de tabaco e álcool, entre outros.

A responsável, que revelou que a Região Africana tem o fardo mais elevado de cancro do colo do útero entre as regiões da OMS, realçou ainda que a adopção, em 2020, pela Assembleia Mundial da Saúde, da Estratégia Mundial para acelerar a eliminação do cancro do colo do útero foi de “grande relevância”.

“Na maioria dos países africanos, as comunidades têm acesso limitado aos serviços de rastreio, detecção precoce, diagnóstico e tratamento do cancro. Apenas cerca de 30% das crianças africanas diagnosticadas com cancro sobrevivem, em comparação com 80% das crianças em economias de rendimento elevado”, referiu, sublinhando que os desafios no acesso a cuidados oncológicos são ainda mais agravados em tempos de crise, como na actual pandemia da covid-19.

Segundo Matshidiso Moeti, a interferência da indústria, nomeadamente através da promoção e comercialização de produtos cancerígenos, constitui um desafio cada vez maior.

Assinalou que a introdução da vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV) deve ser reforçada para a prevenção do cancro do colo do útero.

Até à data, observou, 17 países africanos alargaram a vacinação contra o HPV a todo o território nacional, incluindo o Ruanda e o Zimbabué, que estão ambos a alcançar uma elevada cobertura vacinal a nível nacional graças ao compromisso assumido pelos seus governos e parceiros.

“No futuro, o crescente fardo do cancro exercerá pressões adicionais sobre os sistemas de Saúde com recursos limitados e sobre os doentes e suas famílias que deverão suportar custos catastróficos para acederem aos serviços”, disse, afirmando que a prestação de serviços para o cancro, incluindo os cuidados paliativos, deverá ser integrada em pacotes de prestações e regimes de segurança social.

Para reforçar os serviços de oncologia, a OMS recomenda o desenvolvimento das capacidades dos profissionais de saúde a nível distrital, juntamente com a implementação de um sistema de vigilância abrangente e o investimento em inovações digitais que melhorem o acesso a cuidados oncológicos.

Finalmente, recorda que todos têm um papel a desempenhar na redução do estigma em torno do cancro, na melhoria da compreensão desta doença e na sensibilização das pessoas para a importância do rastreio e cuidados precoces.ANG/Inforpress

Atribuição de Carteira Profissional/SINJOTECS preocupado com “desinteresse” do Conselho Nacional de Comunicação Social

Bissau, 04 Fev 21 (ANG) – O Secretário Geral de Sindicato dos Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social (SINJOTECS), disse hoje estar preocupado com o desinteresse do Conselho Nacional de Comunicação Social (CNCS) no processo de criação e de funcionamento da Comissão de Atribuição de Carteira Profissional aos Jornalistas.

Numa entrevista exclusiva à ANG, o Secretário Geral do SINJOTECS, mostrou-se confiante no processo final de adoção do referido documento, e disse ser pertinente partilhar os seus conteúdos para melhor concepção e cumprimento dos seus ditâmes no seio dos jornalistas, logo após a sua promulgação pelo Presidente República.

"Só terá acesso a Carteira Profissional, os jornalistas que reúnem condições exigidas na Lei de atribuição de Carteira profissional, que destaca o nível mínimo décimo segundo ano de escolaridade, com um histórico profissional de referência e uma conduta ético-moral aceitável" disse Diamantino Lopes.

Segundo Lopes, o problema não reside na atribuição da Carteira, mas sim na manutenção desta pelo Jornalista, que vai ser rigorosamente obrigado a prestar um nível de profissionalismo que respeitará todas as normas exigidas pela comissão que vai gerir a atribuição, fiscalização e cassação da Carteira Profissional.

Por outro lado, o Secretário Geral de SINJOTECS disse que o Sinjotecs está a observar de perto o processo de concurso interno nos órgãos públicos de comunicação social, e inclusive participou na elaboração do Termo de Referência e vai continuar a fiscalização do cumprimento deste documento que define o perfil dos concorrentes, a cronograma e as regras do concurso.

Questionado sobre o projeto de Estatuto Remuneratório dos Jornalistas e Técnicos de Orgãos Públicos, elaborado pelo sindicato de Base do mesmo, este responsável lamentou a falta de comunicação, mas disse concordar com esta proposta à que teve acesso através de terceiros.

Salientou  que o SINJOTECS já submeteu quase o mesmo documento ao Governo, desde 2018, mas que não teve uma resposta até então, e que espera que desta vez seja efetivamente aprovado.

O Secretário Geral de SINJOTECS anunciou para breve a entrega oficial do lote de terreno para a construção conjunta de futuras instalações de CNCS, SINJOTECS e da Ordem  dos Jornalistas. ANG/CP//SG

Covid-19/China envia 10 milhões de doses da vacina a países em desenvolvimento

 

Bissau, 04 Fev 21 (ANG) – A China anunciou quarta-feira um plano para fornecer 10 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus aos países em desenvolvimento, através da iniciativa Covax.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, afirmou que a China está a responder a um pedido da Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto os países em desenvolvimento procuram suprir a escassez de vacinas.

Wang considerou que a iniciativa constitui uma “importante decisão política” da China, para garantir a distribuição equitativa de vacinas e promover a cooperação internacional nos esforços contra a pandemia.

A Covax, programa coordenado pela OMS e pela Aliança Global para as Vacinas (GAVI, na sigla em inglês), visa garantir que os países de baixo e médio rendimento tenham vacinas contra o coronavírus suficientes, já que as nações ricas absorveram a totalidade dos primeiras milhões de doses produzidas.

“Esperamos que os países da comunidade internacional com capacidade entrem em acção, apoiem a Covax por meio de acções práticas, apoiem o trabalho da Organização Mundial da Saúde, ajudem os países em desenvolvimento na obtenção de vacinas em tempo útil e contribuam para a sociedade internacional vencer a pandemia o mais cedo possível”, afirmou Wang, em conferência de imprensa.

A China já exportou grandes quantidades de vacinas desenvolvidas internamente para os países em desenvolvimento e a OMS está em processo de aprovação de vacinas chinesas para uso de emergência.

Isto é visto como uma tentativa de aumentar a reputação da China, face a preocupações sobre a sua crescente influência militar e económica além-fronteiras.

A China também quer evitar críticas sobre a forma como lidou com os estágios iniciais do surto de covid-19, inicialmente detectado na cidade de Wuhan, no centro do país, no final de 2019.

Uma equipa de especialistas da OMS está actualmente em Wuhan para recolher dados e pistas que possam servir para encontrar as origens do vírus.

O Governo chinês promoveu teorias de que o surto pode ter começado com a importação de frutos do mar congelados contaminados com o vírus, uma ideia totalmente rejeitada por cientistas e agências internacionais.

Embora as vacinas chinesas sejam consideradas uma alternativa mais barata e possivelmente mais abundante, farmacêuticas internacionais também estão a fornecer vacinas através da Covax.

A norte-americana Pfizer comprometeu-se, no mês passado, a disponibilizar até 40 milhões de doses da sua vacina este ano. ANG/Inforpress/Lusa

 


Covid-19
/Colectivos de técnicos envolvidos no combate a pandemia inicia  greve de cinco dias

Bissau, 04 Fev. 21 (ANG) – O porta voz do colectivo dos técnicos de saúde envolvidos no combate a pandemia da Covid-19 anunciou hoje  que vão iniciar  a partir de amanha, 5 de Fevereiro, uma paralisação de   todos os trabalhos no país, até que sejam atendidas as suas exigências.

Undiga Mendes falava  em conferencia de imprensa na qual revelou as suas   indignações face a falta de pagamento dos subsídios de serviço a que diz terem direito.

Disse que tentaram um encontro de trabalho desde de Janeiro  com a Alta Comissária para Covid-19 mas que não surtiu nenhum efeito, pelo que na última sexta-feira deram entrada uma nota de aviso de  paralisação das suas actividades.

"Em algumas regiões os técnicos foram pagos até o mês do Maio do ano passado, com excepção dos técnicos de Bissau que foram pagos até o mês de Agosto 2020. De resto, até hoje, não pagaram nada”,  explicou aquele responsável.

Mendes disse que, só vão voltar ao trabalho quando forem pagos seus subsídios na totalidade. ANG/MI/ÂC//SG         

 

Covid-19/Rússia e China expandem seu domínio pelo mundo com produção de vacinas

Bissau, 04 Fev 21(ANG)  - Os governos protagonizam agora, depois da batalha das máscaras, a guerra pelas vacinas contra a Covid-19.

Moscovo eu e Pequim aproveitam o atraso na produção de imunizantes pelos labor
atórios americanos e europeus, a situação de urgência em vários países em desenvolvimento, além da chegada de novas variantes, para expandir sua influência pelo planeta por meio de suas vacinas contra o novo coronavírus.

 A vacina russa Sputnik V saiu na frente na corrida para a produção de um imunizante contra a Covid-19. Ao ser anunciada, em agosto de 2020, foi alvo de fortes críticas por parte dos países ocidentais, que alegaram precipitação e falta de transparência da parte de Moscou. Na época, a Rússia não revelou informações científicas sobre seus ensaios clínicos. Alguns meses depois, em dezembro, a Pfizer/BioNTech lançou seu produto como “a primeira vacina contra o coronavírus”, sabendo que a Sputnik V já estava sendo inoculada na Rússia.

Em novembro de 2020, o Centro de Pesquisas Gamaleya de Moscou, apontou que a vacina russa tinha uma eficácia de 91,4 por cento 28 dias após a primeira dose e 95 por cento após 42 dias – um efeito similar ao produto da Pfizer/BioNTech.

No entanto, nem países europeus ou os Estados Unidos confiaram na informação, dando preferência aos imunizantes fabricados por laboratórios ocidentais.

O aparecimento de novas variantes do coronavírus – que disparou o número de contaminações e mortes em diversos países –, aliado ao atraso na produção e nas entregas das doses pelos gigantes farmacêuticos, vem mudando o discurso sobre a Sputnik V. Na terça-feira (2), a revista científica The Lancet publicou um estudo realizado por pesquisadores independentes que confirma a eficácia anunciada Centro de Pesquisas Gamaleya.

O artigo destaca que  o imunizante russo é, de facto, um dos produtos com maior efeito contra as formas sintomáticas da doença.

A constatação deve abrir caminho para que as agências reguladoras de medicamentos dos países desenvolvidos deem seu aval positivo ao fármaco russo. Antecipando-se a uma homologação pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) requisitada por Moscou, a chanceler alemã, Angela Merkel, declarou: “Toda vacina aprovada por esse órgão será bem-vinda na Alemanha”. A líder também ofereceu ajuda do país para uma eventual produção conjunta da Sputnik V.

Nesta quarta-feira (3), o governo espanhol se disse igualmente “aberto” e “entusiasta” com a ideia de utilizar a vacina russa. “A única condição”, segundo a ministra espanhola da Saúde, Carolina Darias, é a aprovação do fármaco pela EMA.

O mesmo posicionamento foi expressado pelo governo francês. Paris está disposta a distribuir o produto na França se “ele corresponder às normas científicas e às exigências europeias”, declarou nesta quarta-feira (3) o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian.

A Rússia exibe, assim, um sucesso no campo científico, mas também no âmbito econômico: o imunizante poderia gerar uma receita de € 25 bilhões ao país. Não por acaso, o Kremlin anunciou nesta quarta-feira que tem o objetivo de aumentar a produção da Sputnik V no exterior “para responder à demanda cada vez maior dos países”.

O fármaco já foi homologado por cerca de 15 nações, incluindo ex-repúblicas soviéticas, como Belarus e Armênia, pelos aliados Venezuela e Irã, além de Argentina, Bolívia, Argélia, Tunísia e Paquistão.

 

Na União Europeia, por enquanto, a Hungria – que recebeu 40 mil doses na terça-feira(2) – autorizou o produto sem esperar o aval da EMA..

Mais do que exportar, Moscou também tem interesse em assinar parcerias para a produção da Sputnik V. Atualmente, o Cazaquistão, a Índia, a Coreia do Sul e o Brasil fabricam o imunizante, mas nem todos o estão utilizando. A Argentina, que aposta alto na Sputnik para proteger a população, já assinalou seu interesse em produzi-la.

O presidente Vladimir Putin vê o avanço científico russo como um sucesso pessoal. Na televisão pública do país, o líder afirmou que o produto desenvolvido na Rússia “funciona com precisão, formando anticorpos e uma imunidade celular estável”. Segundo ele, uma de suas filhas teria, inclusive, sido vacinada com a Sputnik V.

Apontada como  o primeiro berço da pendemia de Covid-19, a China foi o primeiro país a enfrentar a doença, a registrar o primeiro óbito e a impor o primeiro lockdown. Foi também a nação que ditou as regras da “diplomacia das máscaras” em meados de 2020, já que domina boa parte da produção mundial do equipamento.

Para Pascal Boniface, diretor do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas da França (IRIS) e autor do livro “Geopolítica da Covid-19” (editora Eyrolles), a pandemia resultou em “rotas da seda sanitárias”. “Os países não avaliam a ‘cor política’ das nações que desenvolvem as vacinas, mas a eficácia e a disponibilidade do imunizante. Como a China o produziu em massa, ela protagoniza um grande avanço”, observa.

Segundo o pesquisador, embora a crise sanitária tenha origem no território chinês,  atualmente é Pequim que recolhe os maiores benefícios.

 “O mundo está em crise e a China ainda está em um período de crescimento econômico. Efetivamente, eles expandiram sua influência por meio de ajuda sanitária e, agora, o fazem com o fornecimento de vacinas”, analisa.

Boniface também destaca que Pequim ofereceu ao Egito e ao Marrocos a possibilidade de implantação de usinas de produção de vacinas. No Oriente Médio, vários países já encomendaram o imunizante da Sinopharm: Iraque, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan – inimigo declarado da Rússia – também já expressou publicamente sua preferência pelo fármaco chinês. “Há aqueles que confiam na vacina russa, porque eles produziram 'vacinas soviéticas'. Há aqueles que refletem sobre essa questão em termos ideológicos, preferindo o Oeste ao Leste. Eu penso que os chineses conhecem o vírus há mais tempo, então, estou esperando a minha vez. Se eu puder escolher, vou pedir a vacina chinesa”, declarou.

China ou Rússia, a demonstração de força dos dois países mostra, para o diretor do IRIS, uma nova perda de influência do Ocidente no mundo.

“A ausência dos Estados Unidos nesta crise sanitária foi cruelmente sentida, mas esse é também o jogo das evoluções tecnológicas e econômicas. Os ocidentais perderam o monopólio do poder que tiveram durante quase cinco séculos.

No plano das vacinas, como em outros, é preciso ceder o lugar. Aliás, como podemos ver, a Rússia e a China se convidaram, por conta própria, a se sentar na ‘mesa dos grandes’”, conclui o especialista.ANG/RFI

COVID-19/TAXA DE LETALIDADE EM ÁFRICA "MUITO PREOCUPANTE" ACIMA DA MÉDIA MUNDIAL

Bissau, 04 Fev 21 (ANG) - O director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) , John Nkengasong, disse quarta-feira que a taxa de letalidade do continente "está a tornar-se muito preocupante", já ultrapassando a taxa registada a nível mundial.

Em declarações aos jornalistas , John Nkengasong disse que a taxa de letalidade do continente está nos 2,6%, ao passo que a taxa registada a nível mundial está nos 2,2%.

De acordo com a AP, há 20 países africanos, incluindo a África do Sul, Sudão e República Democrática do Congo, têm taxas maiores que a média global, devido ao aparecimento de uma segunda vaga que está a ser mais mortífera que a vaga inicial de infecções no ano passado.

O número de mortes confirmadas devido à pandemia está a aproximar-se perto dos 100 mil, com mais de 3,6 milhões de casos no total.

Repetindo uma mensagem frequentemente salientada, Nkengasong disse que "seria uma tragédia se estas mortes começassem a ser normalizadas".

Sobre as vacinas, o director do África CDC diz que já houve 16 países que fizeram pedidos para um total de 114 milhões de doses, das 670 milhões que a União Africana diz ter garantido de várias fontes.

"Esperamos que dentro de duas ou três semanas esses países já tenham as vacinas", concluiu o responsável, sem os nomear.

África registou nas últimas 24 horas mais 703 mortes por covid-19 para um total de 93.071 óbitos, e 14.644 novos casos de infecção, segundo os mais recentes dados oficiais da pandemia no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infectados nos 55 Estados-membros da organização é de 3.609.519 e o de recuperados nas últimas 24 horas é de 39.879, para um total de 3.114.033 desde o início da pandemia.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.ANG/Angop

 

 

Caso Catchura/Dois médicos detidos pela Policia Judiciária serão hoje apresentados ao Ministério Público

Bissau, 04 fev 21 (ANG) – Os dois médicos detidos pela Policia judiciaria, na sequência da morte do jurista Bernardo Catchura serão esta quinta-feira apresentados ao Ministério Público.

A informação foi avançada a Agência de Notícias da Guiné (ANG) pelo gabinete de comunicação da PJ guineense.

Segundo a Lusa que cita fonte judicial, a Polícia Judiciária (PJ) guineense deteve quarta-feira "para mais averiguações" dois médicos que atenderam o antigo presidente do Movimento dos Cidadãos Inconformados (MCCI), Bernardo Catchura, que faleceu na passada sexta-feira.

De acordo com a fonte, a PJ da Guiné-Bissau deu ordens de prisão aos médicos Arlindo Quadé, do hospital nacional Simão Mendes, e Lassana Ntchassó, dono de uma clínica privada onde Bernardo Catchura acabou por morrer, aos 39 anos.

A fonte judicial indicou à Lusa que a PJ concluiu "de forma preliminar" que Catchura, um conhecido ativista social, advogado e músico, morreu devido "a uma suposta negligência médica".

Da acareação feita aos dois médicos, a PJ apurou que Bernardo Catchura saiu do Hospital Militar de Bissau, onde lhe foi diagnosticado que estava com uma oclusão intestinal, com uma guia de urgência médica a sugerir que fosse imediatamente submetido a uma intervenção cirúrgica.

O médico no serviço de urgência no dia em que o ativista chegou ao Simão Mendes, Arlindo Quadé, explicou, em conferência de imprensa na segunda-feira, que ao constatar que havia alguns doentes à espera de serem atendidos, Bernardo Catchura preferiu ir para uma clínica.

Acabou por falecer na clínica de Lassana Ntchassó.

Fonte da PJ assinalou que os dois médicos deverão ser entregues ao Ministério Público para a efetivação ou não da sua prisão.


Arlindo Quadé
 e Lassana Ntchassó foram conduzidos da sede da PJ, no centro de Bissau, para as celas da mesma corporação situadas no bairro de Reno. ANG//Lusa

 

 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

 Prevenção contra coronavirus

No plano individual deve-se  manter o distanciamento físico, usar  uma máscara,  lavar as mãos  regularmente e tossir fora do alcance  dos outros. Façam  tudo isso!

A nossa mensagem às populações e aos governos é clara. Façam tudo isso!"

                                        ( Tedros Adhanom Ghebreyesus - DG da OMS)

 

Marinha mercante/Capitão dos Portos  diz desconhecer a proibição de circulação à  quatro vedetas do PAIGC

Bissau, 03 fev 21 (ANG) – O Capitão dos Portos da Guiné-Bissau disse que não tem nenhum documento oficial e nem orientação por parte do governo e nem de outras entidades judiciais, nomeadamente dos tribunais e Ministério Público no sentido de proibição à circulação de quatro vedetas do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Siga Batista que falava esta quarta-feira em entrevista exclusiva à ANG acrescentou que a sua instituição, até este momento, não tem nenhum documento que mostra que essas videtas estão retidas e nem  informações de que não estão a trabalhar.

“Não posso confirmar e nem posso desmentir essa informação mas oficialmente desconhecemos dessa informação. E quando desconhecemos, nós como autoridades marítimas, digamos que esta situação não existe porque se existia, quer o tribunal ou outras entidades que as impedem a circulação, seriamos os primeiros a serem informados, e a nós é que caberia  tomar diligências de as proibir circular”, sustentou Batista.

Aquele responsável afirmou ainda que o proprietário das vedetas também não apareceu na sua instituição para informar sobre o ocorrido, sublinhando que ninguém intervém no mar mesmo que alguma entidade governamental pretende proibir algo deve ser  através da sua instituição.

“Estamos a falar do mundo de especulação e não queremos continuar a promover esta especulação. Mas se é verdade talvez o PAIGC  pode confirmar isso e explicar a razão disso, e também quem as proibiu pode explicar melhor, mas nós cá não sabemos. Temos essa informação como outras pessoas a têm através da internet, mas eu como entidade máximo que executa todas as medidas quer do governo ou outras entidades, não tenho essa informação”, frisou.

O portal online Capital NEWS na sua edição de 02 de Fevereiro, anunciou que, o Ministério do Interior terá proibido a circulação marítima de quatro vedetas rápidas do Partido Africano da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), segundo o que disse apurar  junto da fonte próxima do assunto.

Adiantou que, decisão terá sido tomada para evitar a eventual fuga do ex-chefe do governo, Aristides Gomes, que se encontra ainda refugiado nas instalações da ONU, em Bissau.

 “A ordem (de parar videtas) que está a ser minuciosamente executada pelo Comando Geral da Guarda Nacional (GN) através da sua Brigada Costeira em Bissau, não tem justificativos administrativos e nem legais”, referiu a fonte.

 
Falando das suas actividades, Siga Batista pediu ao Estado a criação de condições para melhor vigilância no  mar , que segundo ele, alberga  toda a riqueza do país e é duas vezes maior do que a terra firme.

De acordo com aquele responsável a sua instituição não tem vedetas, e Siga diz que, se houver uma situação no mar, vão ficar como um simples espectadores.

Batista apela aos transportadores marítimos a cumprirem as regras adoptadas para salvar vidas no mar, nomeadamente o transporte de metade das lotações, quer para passageiros como para cargas e aquisição e utilização de coletes salva-vidas durante a viagem.

Salientou que não vai abdicar dessas medidas porque são as que a quatro anos estão a dar fruto, informando que existem recursos humanos com vontade para fazer os seus trabalhos mas que estão limitados devido falta de meios.

 “Não morreram muitas pessoas no ano passado em relação ao ano 2019 e o  mérito de tudo isso deve aos utentes do mar que aceitaram acatar as medidas assim como aos jornalistas que ajudaram muito na sensibilização. Se não fosse isso não íamos chegar à esse resultado”, frisou.

Apela às pessoas a se absterem de ir as praias enquanto não houver novas  orientações que anulam a decisão do  governo que proíbe a aglomeração de pessoas. ANG/DMG/ÂC//SG