segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Quénia/Kelvin Kiptum, recordista mundial de maratona, morre em acidente de viação

Bissau, 12 Fev 24 (ANG) - Kelvin Kiptum, jovem maratonista queniano de 24 anos, morreu hoje num acidente de viação que vitimou também mortalmente o seu treinador.


Kiptum era uma das maiores esperanças para a desafiante prova da maratona nos Jogos Olímpicos de Paris.

Um acidente entre as cidades de Kaptagat e Eldoret, no Quénia, de onde era orginário, matou Kelvin Kiptum, maratonista de 24 anos, e o seu treinador Gervais Hakizimana. Este violento acidente deixou ainda uma mulher gravemente ferida, passageira também do carro onde seguia Kiptum.

Os ocupantes terão perdido o controlo da viatura que acabou por embater numa árvore, segundo as autoridades. As duas vítimas mortais tiveram morte imediata no local.

Desde Outubro de 2023 que Kelvin Kiptum detinha o recorde mundial da maratona, uma prova que implica correr 42,195 quilómetros. Este feito foi conquistado em Chicago, com um tempo de 02:00:35, menos 34 segundos que o seu compatriota e estrela da modalidade Eliud Kipchoge.

Antes desta prova, Kelvin Kiptum tinha ganho as maratonas de Valencia e de Londres e era a grande esperança dos Jogos Olímpicos de Paris, as primeiras Olimpíadas em que participaria. Kiptum tinha anunciado recentemente que estava pronto a quebrar a mítica barreira das duas horas para a conclusão desta prova.

As homenagens têm-se sucedido, com Kipchoge a dizer estar "profundamente triste" com a morte desta estrela "em ascensão", e com o Presidente do Quénia, William Ruto a descrever Kelvin Kiptum como "um dos melhores desportistas do Mundo" que quebrou barreiras para marcar um novo recorde na maratona. ANG/RFI

 

Portugal/Bispos e líderes africanos repudiam bênção de casais homossexuais

Bissau,12 Fev 24 (ANG) – A bênção proposta pelo papa Francisco aos casais homossexuais mereceu o repúdio de bispos católicos e líderes africanos, com a maioria dos países lusófonos a reagir também negativamente.

Foi o caso dos bispos católicos moçambicanos, angolanos e de São Tomé e Príncipe. Se em Maputo a Conferência Episcopal de Moçambique anunciou ter decidido “não se dê bênção” às “uniões irregulares e uniões do mesmo sexo”, em Luanda os bispos de Angola e São Tomé manifestaram mesmo “perplexidade” com as bênçãos a “casais irregulares”, determinando que não sejam realizadas nestes países porque “criariam um enorme escândalo e confusão entre os fiéis”.

Em Cabo Verde, enquanto se aguarda por uma nota conjunta das duas dioceses do arquipélago, o bispo Ildo Fortes adiantou que ambas acompanham a posição do Papa Francisco, baseados no princípio da misericórdia. E procurou explicar, deixando ao mesmo tempo claro que não se trata de uma aprovação: “Até para sair do caminho errado onde possam estar, até para quem está no pecado, é preciso uma bênção, uma luz”, afirmou, lançando uma pergunta: “Se nós abençoamos os campos, os animais, porque é que não havemos de abençoar as pessoas?”.

A posição assumida pelo papa em 18 de dezembro último no "Fiducia Supplicans", o texto publicado pela Congregação para a Doutrina da Fé, que propõe a bênção da Igreja aos casais considerados "irregulares", incluindo os casais do mesmo sexo, mereceu dos bispos africanos um distanciamento expresso formal, autorizado por Francisco, em que explicaram que a “doutrina da Igreja sobre o casamento cristão e a homossexualidade” se mantém inalterada, e que não consideravam “apropriada” a bênção proposta por Roma.

"Dentro da família da Igreja de Deus em África, a declaração causou uma onda de choque, semeou equívocos e inquietação nas mentes de muitos fiéis leigos, pessoas consagradas e até mesmo pastores, e suscitou fortes reações", fez saber o Simpósio das Conferências Episcopais Nacionais Africanas em janeiro.

Tais bênçãos - segundo o mesmo texto, assinado pelo cardeal congolês Fridolin Ambongo, arcebispo de Kinshasa, em nome do simpósio - não podem ser realizadas porque "no contexto [africano], isso causaria confusão e estaria em contradição direta com o ‘ethos’ cultural das comunidades africanas".

Segundo Ambongo, a declaração do simpósio constituiu "resumo consolidado" das posições adotadas por cada uma das conferências episcopais africanas, e recebeu o "acordo" do papa, assim como do responsável pelo gabinete de doutrina do Vaticano, o cardeal Victor Manuel Fernández.

Com efeito, duas semanas depois do simpósio, o papa Francisco reconheceu a excecionalidade africana, alegada pelos seus prelados, admitindo em entrevista com o diário italiano La Stampa que África é “especial” no que diz respeito às bênçãos extra litúrgicas propostas para casais do mesmo sexo.

"A homossexualidade é algo 'feio' do ponto de vista cultural" para os africanos, disse o sumo pontífice, que admitiu uma resistência particular em África à bênção de casais do mesmo sexo, por questões culturais, mas disse confiar que, “pouco a pouco”, todos se apercebam da importância da inclusão e não resulte num cisma.

O exemplo mais vivo da fealdade referida por Francisco veio do Burundi, cujo Presidente, Evariste Ndayishimiye, sugeriu a erradicação dessa “maldição” por “apedrejamento” dos seus praticantes.

"Se querem atrair uma maldição para o país, aceitem a homossexualidade", disse Ndayishimiye aos jornalistas duas semanas depois da publicação do "Fiducia Supplicans".

"Penso mesmo que estas pessoas, se as encontrarmos no Burundi, é melhor levá-las a um estádio e apedrejá-las. E isso não pode ser um pecado", disse Ndayishimiye, descrevendo a homossexualidade como importada do Ocidente.

Esta semana, ainda que sem qualquer referência geográfica, cultural ou pessoal, o papa insistiu no tema, depois de várias tentativas para distinguir as bençãos sacramentais da benção extra-litúrgica.

"Ninguém se escandaliza se eu der a minha bênção a um homem de negócios que talvez explore as pessoas, e isso é um pecado muito grave. Mas escandalizam-se se eu as der a um homossexual", disse Francisco à revista católica italiana Credere. "Isto é hipocrisia", acrescentou.

ANG/Inforpress/Lusa

 

Portugal/Amílcar Cabral e Zeca Afonso juntos no filme "Bissau Vila Morena"

Bissau, 12 Fev 24 (ANG) - O documentário "Bissau Vila Morena", realizado por Manuel Loureiro, mostra como o Teatro do Oprimido, na Guiné-Bissau, agarrou no tema de Zeca Afonso, Grândola Vila Morena, e o adaptou ao ritmo Tina.

Bissau Vila Morena é o documentário que nos mostra como uma canção pode unir dois povos. A curta-metragem, que tem como referência duas grandes figuras comprometidas com a luta pela liberdade, Amílcar Cabral e Zeca Afonso, já iniciou o circuito dos festivais de cinema e arrebatou o galardão máximo no Portugal Indie Film Festival.

A película, produzida pela Associação Ser Mudança, tem a força de um documento poético sobre a coesão entre as diferentes etnias guineenses e também nos pode remeter para a possível consonância entre o 25 de Abril português e o 24 de Setembro guineense. 

A origem de Bissau Vila Morena, o resgate da cultura e identidade guineenses, os próximos projetos documentais, um sobre mutilação genital feminina e outro sobre a história da música da Guiné-Bissau, são alguns dos temas da entrevista com o realizador Manuel Loureiro e com o presidente da Associação Ser Mudança, Roger Mor.ANG/RFI


África/ Conferência dos Ministros das Finanças debate financiamento da transição para economia verde

Bissau, 12 Fev 24 (ANG) - A cidade de Victoria Falls, Zimbabué, acolhe de 28 de Fevereiro a 5 de Março, a Conferência dos Ministros Africanos das Finanças, Planeamento e Desenvolvimento Económico, que este ano debate a questão da transição para economia verde em África.

Tendo como tema “Financiar a transição para economia verde em África: imperativos, possibilidades e meios de ação", o evento é organizado pela Comissão Económica das Nações Unidas para a África (CEA).

A anteceder a conferência dos ministros, o Escritório Sub-Regional da CEA para a África Ocidental realiza, no dia 13 de Fevereiro, em formato virtual, um diálogo interativo de alto nível, com o tema “Financiamento da transição para economias verdes inclusivas: imperativos, desafios e oportunidades para os países da África Ocidental”.

O objetivo, de acordo com a organização, é de estimular a reflexão e identificar os desafios, imperativos e oportunidades, incluindo financeiros, dos países da África Ocidental, para uma transição para economias verdes.

A economia verde atualmente é vista como um novo paradigma do crescimento económico que considere atitudes amigáveis ao ecossistema da Terra e que contribua para alívio da pobreza. ANG/Inforpress

 

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024


Política/
Conselho de Ministros protela Projeto de Decreto relativo ao Estatuto Geral do Emigrante

Bissau, 09 Fev 24 (ANG) - O  Conselho de Ministros protelou na quinta-feira o Projeto de Decreto relativo ao Estatuto Geral do Emigrante e Estratégia Nacional do envolvimento da diáspora no processo de desenvolvimento nacional.

A informação consta no Comunicado do Conselho de Ministros à que Agência de Notícias da Guiné teve acesso hoje.

No capítulo das nomeações, o Conselho de Ministros deu anuência a que, por Despacho do Primeiro-ministro, se efetue a movimentação do pessoal dirigente da Administração Pública conforme se indica: para o Ministério da Educação Nacional Ensino Superior e Investigação Ciêntífica Bernardo Pinto é nomeado Secretário Geral, Mamadu Banjai Inspetor Geral e  Moisês da Silva Diretor dos Recursos Humanos.

Ainda no mencionado Ministério,  Ali Djau é o novo Diretor Geral da Educação Inclusiva, Maria Augusta Gomes Embaló Diretora de Assuntos Sociais e Cantina Escolar, Mame Leonilde Nascimento Lopes Diretora Geral de Alfabetização e Educação Não Formal, Herculano Arlindo Mendes Reitor da Universidade Amílcar Cabral (UAC), Alcides Gomes Reitor da Faculdade de Direito de Bissau (FDB) e Quecói Sani Diretor Geral da Escola Nacional de Administração (ENA).

De acordo com o mencionado documento, igualmente para o Ministério da Educação Nacional Amadu Cabá Djaló Diretor Geral de Ensino Superior, Alberto Francisco Gomes Diretor Geral da Agência Nacional de Formação Técnico-Profissional (ANAFOR), Paulo Có Diretor Geral do Ensino Básico e Secundário, Jorge de Nascimento Nonato Otinta Diretor Geral de Ciência e Investigação Ciêntífica e Nelson António Pereira Diretor Geral da Editora Escolar.

No Ministério de Comércio e Indústria Lucas Na Sanhá é nomeado Inspetor Geral, Isabel Gomes Pereira Diretora Geral de Indústria e Abdulai Mané Diretor Geral de Comércio Interno.

Para o Ministério da Comunicação Social Mama Saliu Sané é nomeado legalmente como Diretor Geral. Já para o Ministério da Cultura, Juventude e Desportos Ussumane Sadjo é o novo Presidente do Instituto da Juventude.

No Ministério dos Recursos Naturais Luís Insumbonhe é o nomeado Diretor Geral da Empresa Nacional de Furos de Água (ENAFUR) e Celedónio Plácido Vieira Diretor Geral de Empresa Guineense de Petróleo e Hidrocarbonetos  (PETROGUIN). Já para o Ministério do Turismo e Artesanato Diamantino Hortiz Quadé é o novo Diretor Geral de Artesanato.

No Ministério da Energia Emílio Ano Mendes é nomeado Inspetor Geral, Alfredo Malú Presidente do Conselho de Administração da Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB) e Domingas Nhunca Silá Vogal da mesma instituição. ANG/AALS

 

Cooperação/Portugal reforça com mais 20 ME cooperação com a Guiné-Bissau

Bissau,09 Fev 24(ANG) - Portugal decidiu reforçar com mais 20 milhões de euros o Programa Estratégico de Cooperação com a Guiné-Bissau, que passa de 40 para 60 milhões, anunciou quinta-feira o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.

Francisco André iniciou quinta-feira uma visita de dois dias ao país para avaliar, com as autoridades guineenses, a execução do programa que está em curso desde 2021 até 2025.

No primeiro encontro que teve, em Bissau, com o Presidente da República guineense, Umaro Sissoco Embaló, o secretário de Estado anunciou que o Governo português decidiu aumentar o financiamento a este programa de 40 para 60 milhões de euros.

O governante português considerou que se trata de "um programa fundamental para as relações entre os dois países" e que o reforço se deve à "execução bastante elevada" que se verifica por parte da Guiné-Bissau.

"Os dados da execução até ao final de 2023 indicam uma execução muito acima da média, uma execução muito positiva. As autoridades da Guiné-Bissau têm conseguido executar este programa estratégico de cooperação, ultrapassando em muito os objetivos a que nos tínhamos proposto", afirmou o secretário de Estado.

Francisco André disse que "os níveis de cooperação entre a Guiné-Bissau e Portugal são muito bons" que há "uma relação excelente" entre os dois países e que a Guiné-Bissau "é um excelente parceiro de cooperação".

Daí, a decisão de a dotação financeira ser aumentada em 20 milhões de euros até ao final do ano de 2025.

Segundo explicou, o programa abrange setores como a cultura, educação, saúde, o reforço do Estado de Direito, ou o apoio às atividades económicas.

Na avaliação que as autoridades dos dois países fazem, o programa "tem tido resultados bastante positivos, sobretudo nas áreas da educação e da saúde", apontou.ANG/Lusa

 

  Filipinas/Criança resgatada  quase 60 horas após deslizamento de terras

Bissau, 09 fev 24 (ANG) - Uma criança foi resgatada hoje, quase 60 horas depois de um deslizamento de terras ter matado pelo menos 11 pessoas numa área mineira no sul das Filipinas, deixando mais de uma centena de pessoas desaparecidas.

A menina foi encontrada por socorristas que escavavam com as mãos e pás em busca de sobreviventes na aldeia de Masara, no sul da ilha de Mindanau, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) o diretor da agência de gestão de catástrofes da província de Davau de Oro, Edward Macapili.

"Dá esperança às equipas de salvamento. A capacidade de resistência de uma criança é geralmente inferior à dos adultos e, no entanto, a criança sobreviveu", notou Macapili.

O deslizamento de terras, provocado por fortes chuvas, ocorreu na terça-feira à noite, destruindo casas e deixando soterrados três autocarros e um veículo que ia buscar trabalhadores a uma mina de ouro.

As equipas de salvamento continuam a trabalhar hoje, uma dia de chuva, para encontrar outros possíveis sobreviventes na lama.

Os deslizamentos de terras são comuns em grande parte do arquipélago do Sudeste Asiático, devido ao terreno montanhoso, às fortes chuvas e à desflorestação causada por exploração mineira, agricultura de corte e queima e abate ilegal de árvores.

As fortes chuvas registadas nas últimas semanas em algumas zonas de Mindanau, a segunda maior ilha das Filipinas, provocaram dezenas de deslizamentos de terras e inundações, obrigando milhares de pessoas a refugiarem-se em abrigos de emergência.ANG/Lusa

 

Faixa de Gaza/China apela ao Irão para preservar segurança no mar Vermelho

Bissau, 09 fev 24 (ANG) – O vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Ma Zhaoxu, disse hoje ao homólogo iraniano, Ali Bagheri, que a China espera que "todas as partes" trabalhem em conjunto para preservar a segurança das vias navegáveis do mar Vermelho.

"A situação tensa no mar Vermelho surgiu em resultado do conflito de Gaza. A China apela a todas as partes envolvidas para que salvaguardem conjuntamente a segurança das vias navegáveis do mar Vermelho, de acordo com a lei, e respeitem a soberania e a integridade territorial dos países ao longo do mar Vermelho", sublinhou Ma num encontro em Pequim, de acordo com um comunicado da diplomacia chinesa.

Bagheri afirmou que o Irão atribui "grande importância" à manutenção da segurança da navegação nas águas do Mar Vermelho, mas observou que devem ser criadas "condições de estabilidade", o que incluiria "encontrar soluções para o conflito em Gaza".

"O Irão está pronto a reforçar a comunicação e a coordenação com a China para promover conjuntamente a paz e a estabilidade regional e mundial", afirmou Bagheri, ainda de acordo com a nota.

Sobre o conflito israelo-palestiniano, Ma disse que Pequim quer "trabalhar com os países islâmicos, incluindo o Irão, para promover uma solução abrangente, justa e duradoura para esta questão".

Bageheri respondeu que o cessar-fogo e o fim da guerra em Gaza devem ser alcançados "o mais rapidamente possível", acrescentando que o seu país se opõe à "imposição de uma solução" ao povo palestiniano.

Os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, começaram a atacar, em meados de novembro, os navios que navegam no mar Vermelho, que transporta cerca de 15% do comércio mundial, no âmbito das suas operações contra a guerra de Israel na Faixa de Gaza.

Estas operações obrigaram várias companhias de navegação a alterar rotas, com os consequentes efeitos económicos globais, levando os Estados Unidos a liderar uma coligação internacional para intervir e evitar consequências para o comércio mundial.

Nos últimos anos, Pequim, que estreitou laços com Teerão, manifestou repetidamente oposição às sanções dos EUA contra o Irão e o apoio ao reinício das conversações para implementar o acordo nuclear iraniano, que foi abandonado por Washington em 2018.ANG/Lusa

 

Guerra na Ucrania/Putin exclui invadir Polónia e considera impossível derrota na Ucrânia

Bissau, 09 fev 24 (ANG) – O presidente russo, Vladimir Putin, afastou a possibilidade de invadir a Polónia ou a Letónia, durante uma entrevista ao apresentador norte-americano Tucker Carlson, divulgada na quinta-feira, uma vez que a Federação Russa “não tem interesses” nesses Estados.

“Não temos interesses na Polónia, na Letónia ou algures. Porque é que faríamos isso? Simplesmente não temos qualquer interesse [nisso]. (…) Está fora de questão”, respondeu Putin à questão “Imagina um cenário em que o senhor envia tropas russas para a Polónia?”.

Sobre a Ucrânia, Putin afastou totalmente a possibilidade de derrota russa no Estado vizinho que invadiu, considerando-a “impossível, por definição”.

Como disse: “Há vociferações para infligir uma derrota estratégica à Rússia no campo de batalha. Na minha opinião, é impossível, por definição. Isso nunca acontecerá”.

A propósito de esta guerra, assegurou que existe um número indeterminado de “mercenários dos EUA”, que disse constituirem o segundo grupo mais numeroso destes combatentes, depois dos polacos e à frente dos georgianos.

Putin disse também que o envio de soldados regulares dos EUA para combaterem na Ucrânia “colocaria a Humanidade à beira de um conflito global muito sério”, em resposta ao apelo do líder dos democratas no Senado norte-americano, Chuck Schumer, para reforçar a ajuda ao país invadido.

“Vocês têm problemas nas fronteiras com a imigração, problemas com a dívida de mais de 33 mil milhões de dólares… Não têm nada melhor para fazer? (…) Não seria melhor negociar com a Rússia para chegar a um acordo?”, prosseguiu.

Ainda sobre a Ucrânia, Putin disse que está pronto para negociar, mas que o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, “assinou um decreto que proíbe a negociação com a Rússia [porque] obedece a instruções dos países ocidentais”.

Por outro lado, sobre os EUA, Putin afastou a ideia de que a relação bilateral dependa de uma mudança na Presidência norte-americana, contrapondo que tem mais a ver com “a ideia de dominação” que os EUA têm do mundo.

Como disse: “Não se trata de quem é o líder ou da personalidade de uma pessoa em concreto, mas das elites. É a ideia de dominação a todo o custo baseada nas forças dominantes da sociedade norte-americana”.

Reconheceu que teve uma boa relação com George Bush Jr, “e também [teve] essa relação pessoal com [Donald] Trump”.

Ao refletir a seguir sobre os EUA, apontou: “É um país complexo. Conservador, por um lado, mas em rápida mudança, por outro... Não é fácil compreendê-lo”.

Em particular, sobre o sistema eleitoral, questionou: “Quem toma as decisões nas eleições? Pode entender-se que cada Estado tenha as suas leis? Que se regule por sua conta?”

Putin pronunciou-se ainda sobre Elon Musk, que considerou uma pessoa e um empresário “imparável” e advogou um “acordo internacional” para regular a inteligência artificial (IA).

Sobre este assunto, Putin opinou que a investigação genética é uma ameaça para a Humanidade, até ao ponto em que “agora é possível criar um super-humano”, e depois comentou que Musk “já implantou um ‘chip’ no cérebro humano nos EUA”.

A propósito, comentou: “Creio que Elon Musk é imparável. Fará o que considere necessário. Não obstante, têm de encontrar uma base comum com ele. Encontrar formas de o persuadir. Creio que é uma pessoa inteligente. A sério. Mas precisam de chegar a um acordo com ele, porque esse processo precisa de ser formalizado e sujeito a certas regras”.

Putin disse ainda que se pode fazer “uma previsão aproximada do que se vai passar” com o desenvolvimento da genética e da IA, recordando o caso das armas nucleares, que progrediram até que os Estados entenderam que o seu uso negligente poderia levar +a extinção e acordaram travá-las.

“É impossível parar a investigação na genética, tal como era impossível parar o uso da pólvora no passado, mas quanto antes nos dermos conta de que a ameaça vem do desenvolvimento incontrolado da IA, da genética ou de qualquer outro campo, será a altura de alcançar um acordo internacional sobre a regulação dessas coisas”, acrescentou.

Tucker Carlson é um polémico conservador e ex-apresentador da Fox News, próximo do ex-presidente Donald Trump, a quem apoia nas próximas eleições presidenciais norte-americanas. A entrevista foi transmitida no espaço próprio que Carlson tem agora na internet.ANG/Lusa

 

Paquistão/128 milhões de eleitores chamados ao voto em legislativas sob alta tensão no país

Bissau,09 Fev 24(ANG) - Cerca de 128 milhões de eleitores sobre uma população contabilizando 240 milhões de habitantes do Paquistão foram chamados às urnas esta quinta-feira para escolher entre 17 mil candidatos no âmbito de legislativas colocadas sob alta segurança.

Mais de 650 mil membros das forças de segurança foram mobilizados para vigiar o escrutínio que foi marcado por actos de violência e a suspensão da internet.

A violência foi uma constante destas legislativas. Depois de já nesta quarta-feira, 28 pessoas terem morrido junto de sedes de campanha no Baluchistão, em dois ataques distintos reivindicados pelo grupo Estado islâmico, essa região do sudoeste do país foi hoje novamente palco de um ataque à bomba, junto de uma mesa de voto, as autoridades locais dando conta da morte de dois membros das forças da ordem. Outro ataque, desta vez contra uma patrulha no noroeste do país custou a vida de cinco membros das forças de segurança.

Para além destes actos de violência, estas eleições ficam marcadas por limitações ao nível da comunicação. O ministério do Interior anunciou, pouco depois da abertura das mesas de voto, que os serviços de internet móvel estavam "temporariamente suspensos" em todo o país por motivos de segurança. Ao confirmar que este corte é um dos mais "rigorosos e extensos jamais observados em qualquer país", a ONG de monitoria da internet Netblocks denunciou uma "prática fundamentalmente antidemocrática".

É neste contexto já por si volátil que foram emitidas de antemão suspeitas quanto à falta de equidade do escrutínio. O popular Imran Khan, 71 anos, condenado a 3 longas penas de prisão, foi impedido de se candidatar, este responsável politico apontando o dedo ao exército que a seu ver condiciona esta eleição e está por detrás dos seus problemas judiciais.

Esta situação poderia beneficiar o também antigo primeiro-ministro Nawaz Sharif, 74 anos, que regressou ao país em Outubro depois de quatro anos de exílio em Londres. Ele aparece como o favorito destas eleições, tanto mais que ele beneficia do apoio das Forças Armadas, muito embora observadores antevejam um cenário em que nenhum candidato consiga obter uma maioria absoluta.

Neste sentido, a grande incógnita destas eleições será a participação, dada a insegurança reinante e também o clima de desilusão dos paquistaneses. De acordo com uma recente sondagem 70% dos inquiridos "não confiam na integridade destas eleições".

Quem vier a ganhar estas eleições, terá grandes desafios pela frente. Com um problema de segurança que se degradou desde o regresso dos talibã ao poder no vizinho Afeganistão em Agosto de 2021, o Paquistão padece de uma economia em ruínas, uma dívida externa importante e uma taxa de inflação de perto de 30%.ANG/RFI

 

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Política/Sociedade civil exorta classe politica a trabalhar para estabilizar o país em vez de estar a proferir “discursos radicais”

Bissau, 08 Fev 24 (ANG) – O Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz Democracia e Desenvolvimento(MNSCPDD) pede, em comunicado, a classe política para trocar “discursos radicais” por ações de estabilização do país.

“As atenções deviam ser viradas para resolução dos problemas da fome generalizada ,fraca resposta no sector da saúde, educação ,da infraestruturas , retorno a normalidade constitucional como forma de se libertar do imbróglio juridico vertido na dissolução da Assembleia Nacional Popular(ANP),ao invés de brindar as populações com declarações radicais  de certos lideres políticos”,refere a nota  à que a ANG teve hoje acesso.

Essas declarações, segundo o comunicado que não indica à que discursos se refere, deixam muito a desejar num contexto que requer uma verdadeira conjugação de sinergias para a conciliação dos guineenses.

 A organização da sociedade civil guineense defende que as prioridades políticas essenciais de momento deveriam  recair sobre a necessidade de funcionamento  da Comissão Permanente da ANP,a observância ao quadro legal da lei de manifestação, e abastecimento em produtos da primeira necessidade em todo o território nacional com preços acessíveis. 

Os preparativos da campanha de comercialização e exportação da castanha de caju,a organização da campanha agrícola e a organização das eleições legislativas antecipadas, são outras  prioridades sugeridas à classe política guineense pelo MNSCPDD, em comunicado datado de 08 de Fevereiro e assinado pelo seu Presidente Fodé Caramba Sanha. ANG/MSC//SG



Literatura/Cidade marroquina de Marraquexe acolhe 2º  Festival do Livro Africano

Bissau,08 Fev 24(ANG) – A cidade marroquina de Marraquexe acolhe entre os dias 8 e 11 do corrente mês , o 2º  Festival do Livro Africano(FLAM), anunciou os organizadores do evento  numa conferência de imprensa realizada em Casablanca.

Fundada por Mahi Binebine (escritora e artista), Fatimata Wane-Sagna (jornalista), Hanane Essaydi (universitária) et Younès Ajarraï (interpretador cultural), o FLAM pertencente a Associação WE ART AFRICA//NS, é um Festival de autores, escritores, pensadores e intelectuais africanos na diáspora e descendentes.

Os organizadores informam que o Festival de Livro Africano de Marraquexe é um evento de celebração da literatura e cultura africana e destina-se a todos os públicos de todas as idades, durante quatro dias.

“O FLAM é um grande festa literária marcada pela presença de mais de 50 escritores africanos, afro-descendentes, residentes na diáspora africana”, declarou à imprensa o presidente do Festival Mahi Binebine.

O festival tem como lema “A minha própria África “, para o incentivo e para a conhecerem melhor e dissipar estereótipos negativos e ao mesmo tempo incentivar a leitura e escrita.

A programação deste ano segundo os organizadores do FLAM/2024, inclui organizações de cafés literários, entrevistas, sessões de autógrafos, um livro, mas também contará com um programa juvenil composto  por actividades educativas e intervenções “fora dos muros “, em ambiente universitário e escolar.

As noites do Festival serão animadas por apresentações musicais, letras e poesias.

O FLAM vai contar com presenças de diversas figuras da literatura africana como José Eduardo Agualusa de Angola, Leila Bahsain de Marrocos Souleimane Bachir do Senegal, Sophie Bessis da Tunísia, Touhfat Mouhtare dos Camarões e Mia Couto do Moçambique, entre outros.ANG/ÂC//SG

Diplomacia/Novo embaixador de Portugal pede aos guineenses que evitem obtenção de  vistos por via de esquemas

Bissau,08 Fev 24(ANG) - O novo embaixador de Portugal na Guiné-Bissau, Miguel Cruz Silvestre, pediu quarta-feira aos guineenses que evitem esquemas na obtenção de vistos e sigam os canais oficiais.

Miguel Cruz Silvestre entregou, quarta-feira, as suas cartas credenciais ao Presidente  Umaro Sissoco Embaló.

Questionado pelos jornalistas sobre a dificuldade e demora na obtenção de vistos para Portugal, alertou para algumas situações que complicam o processo.

Uma delas é a "tendência para açambarcamento dos agendamentos dos serviços que dão acesso aos vistos" por alegadas redes que cobram depois a quem precisa de uma vaga para pedir o documento.

"Queria pedir aos guineenses que evitem esquemas e sigam os canais próprios. Nós estamos empenhados em criar mecanismos que permitam um acesso inclusivo e equitativo de todos aqueles que solicitam", disse o embaixador.

Miguel Cruz Silvestre adiantou que o número de vistos emitidos em Bissau tem crescido "na ordem dos 50% cada ano", e acrescentou que em 2021 foram emitidos cerca de 6.000 vistos, em 2022 mais de nove mil e em 2023 quase 14 mil.

O embaixador referiu que os serviços têm limitações relacionadas com procedimentos que é necessário observar e com os recursos humanos existentes, pelo que insistiu no pedido de "apoio de todos para não recorrerem a esquemas" e para seguirem "os canais próprios", por ser "a maneira de poder controlar e tornar os processos mais ágeis e mais expeditos".

O diplomata disse ainda que Portugal "está plenamente empenhado" na concretização do acordo sobre a mobilidade no seio da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) e lembrou que foi dos primeiros países que adaptou a estrutura legislativa e regulamentar para poder acolher esta nova realidade.

"Esse esforço que foi feito foi repercutido também através das secções consulares e dos consulados gerais de Portugal no mundo. Aqui na Guiné-Bissau temos feito também esse esforço", afirmou.

Miguel Cruz Silvestre disse ainda que "a embaixada está disponível para encontrar soluções positivas para os problemas existentes".ANG/Lusa

 

Administração territorial/Bissau acolhe ateliê de validação Interna do Projeto de Acordo – Quadro de Cooperação Transfronteiriça entre a Guiné-Bissau e Guiné-Conacri

Bissau, 08 Fev 24 (ANG) – Bissau acolhe desde quarta-feira, o ateliê de validação do Acordo Quadro de Cooperação Transfronteiriça entre o Governo da Guiné-Bissau e da Guiné-Conacri.

Ao presidir a abertura do evento,  o ministro de Administração Territórial e Poder Local disse que  o acordo de cooperação Transfronteiriça vai permitir a integração das comunidades que vivem em ambos os lados da fronteira comum, lutar contra a descarga dos resíduos tóxicos, a pesca ilegal, exploração fraudulenta dos recursos transfronteiriças, promover a paz e estabilidade, facilitar a migração e a mobilidade transfronteiriça.

"Tendo em conta a importância deste instrumento para estabilização e desenvolvimento do país, espero que os técnicos indigitados por vários departamentos estatais para fazerem parte desta comissão, analisem de  forma muito cautelosa  e ponto por ponto, este projeto de acordo de cooperação Transfronteiriça entre os dois países, para evitar ou mitigar, no futuro, interpretações que poderão pôr em causa os bons laços de cooperação, de amizade existente entre nossos dois países”, disse o governante.

Referiu que o documento de 11 páginas e 19 artigos tem entre outros objetivos coordenar, harmonizar esforços na procura de soluções, em matéria de defesa e segurança, desenvolvimento da zona transfronteiriça, prevenção e gestão de conflitos.

Disse que, é da livre vontade e interesse da Guiné-Bissau e a Guiné Conacri  trabalhar, de forma conjunta, para estabilização fronteiriça entre os dois Estados, permitindo a circulação normal de cidadãos com maior segurança possivel.

Segundo a Secretária Nacional das Fronteiras da Guiné-Bissau, Balbina de Pina, trata-se de um documento  elaborado pela União Africana e submetido a cada governo para que os  artigos constantes  estejam em conformidade com leis do país.

Disse que, por isso, após a validação  o documento serã submetido a assinatura dos dois países.

Balbina de Pina sublinhou  que as duas linhas fronteiriças nunca são estáveis e que,com esse acordo de cooperação, cessam  os conflitos que sempre se registam nas fronteiras dos  dois países.ANG/MI/ÂC//SG

    

Política/Aliança “Kumba Lanta” e Madem-G15 desenvolvem consultas políticas para efeitos de coligação eleitoral

Bissau,08 Fev 24(ANG) - A Aliança “Kumba Lanta”, que junta o Partido da Renovação Social (PRS) e Aliança de Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), esteve reunida ,quarta-feira, em Bissau, com o coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM G-15), para analisar a situação sócio-política do país.

No encontro estiveram presentes o presidente do PRS, Fernando Dias, presidente da APU-PDGB, Nuno Gomes Nabian, e o coordenador do MADEM G-15, Braima Camará.

A informação foi tornada pública pelo presidente da APU-PDGB, Nuno Gomes Nabian, na sua página oficial no Facebook.

"Em análise esteve em cima da mesa, questões relativas à criação de uma ampla e convergente aliança política para fazer face aos desafios atuais e lutar juntos em plena sintonia e harmonia pela democracia e liberdade sem descurar o progresso e bem estar do nosso povo, que vive há décadas em constante instabilidade política", disse.

"Brevemente teremos a oportunidade de,, solenemente anunciar ao país e ao mundo, os resultados das consultas políticas em curso para o bem da Guiné-Bissau", concluiu a nota público na rede social.

Recentemente, o PRS e a APU-PDGB assinaram um acordo político com o qual as duas formações prometem concorrer às próximas eleições no país.

No último domingo, a Comissão Política do MADEM G-15 mandatou o seu coordenador para negociar, assinar e denunciar os Acordos de Coligações ou Alianças com Partidos Políticos Nacionais pré e pós-eleitorais, a luz dos estatutos do partido.

Os três partidos fazem parte do atual Governo de iniciativa presidencial no poder no país.ANG/ÂC//SG

 


Economia
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  Fonte:BCEAO

China Popular/Governo condena ataques no Paquistão e apela a eleições seguras

Bissau, 08 Fev 24 (ANG)- A China condenou hoje os últimos atentados que abalaram o Paquistão na véspera das eleições legislativas do país e fez votos para que o escrutínio decorra "em segurança".


"Condenamos firmemente os últimos ataques no Paquistão e transmitimos as nossas condolências às famílias das vítimas", declarou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

 Wang acrescentou que as eleições no Paquistão são "um assunto interno", mas sublinhou que Pequim, que tem uma amizade

"forte" com Islamabad, quer que as eleições decorram "em segurança".

O Paquistão elege hoje um novo governo, após quase dois anos de instabilidade, num ato eleitoral caracterizado pela polarização e pelo aumento da violência armada em grande parte do país.

A campanha eleitoral tem sido marcada por ataques contra candidatos e funcionários da Comissão Eleitoral, especialmente em duas províncias com uma grande presença de movimentos insurrectos armados.

Islamabad e Beijing mantêm uma relação estratégica de longa data com importantes laços económicos, especialmente devido à construção do Corredor Económico China-Paquistão (CPEC), um projecto de infra-estruturas de grande escala com o qual a China procura obter acesso ao Mar Arábico.

Este corredor entre os dois países faz parte da Iniciativa Faixa e Rota, o grande plano de infraestruturas da China que visa criar novas vias comerciais na Eurásia e outras regiões. ANG/Angop