Paquistão/128
milhões de eleitores chamados ao voto em legislativas sob alta tensão no país
Bissau,09 Fev 24(ANG) - Cerca
de 128 milhões de eleitores sobre uma população contabilizando 240 milhões de
habitantes do Paquistão foram chamados às urnas esta quinta-feira para escolher
entre 17 mil candidatos no âmbito de legislativas colocadas sob alta segurança.
Mais de 650 mil membros das
forças de segurança foram mobilizados para vigiar o escrutínio que foi marcado
por actos de violência e a suspensão da internet.
A violência foi uma
constante destas legislativas. Depois de já nesta quarta-feira, 28 pessoas
terem morrido junto de sedes de campanha no Baluchistão, em dois ataques
distintos reivindicados pelo grupo Estado islâmico, essa região do sudoeste do
país foi hoje novamente palco de um ataque à bomba, junto de uma mesa de voto,
as autoridades locais dando conta da morte de dois membros das forças da ordem.
Outro ataque, desta vez contra uma patrulha no noroeste do país custou a vida
de cinco membros das forças de segurança.
Para além destes actos de
violência, estas eleições ficam marcadas por limitações ao nível da
comunicação. O ministério do Interior anunciou, pouco depois da abertura das
mesas de voto, que os serviços de internet móvel estavam "temporariamente suspensos" em
todo o país por motivos de segurança. Ao confirmar que este corte é um dos
mais "rigorosos e extensos
jamais observados em qualquer país", a ONG de monitoria da
internet Netblocks denunciou uma "prática fundamentalmente antidemocrática".
É neste contexto já por si
volátil que foram emitidas de antemão suspeitas quanto à falta de equidade do
escrutínio. O popular Imran Khan, 71 anos, condenado a 3 longas penas de
prisão, foi impedido de se candidatar, este responsável politico apontando o
dedo ao exército que a seu ver condiciona esta eleição e está por detrás dos
seus problemas judiciais.
Esta situação poderia beneficiar
o também antigo primeiro-ministro Nawaz Sharif, 74 anos, que regressou ao país
em Outubro depois de quatro anos de exílio em Londres. Ele aparece como o
favorito destas eleições, tanto mais que ele beneficia do apoio das Forças
Armadas, muito embora observadores antevejam um cenário em que nenhum candidato
consiga obter uma maioria absoluta.
Neste sentido, a grande
incógnita destas eleições será a participação, dada a insegurança reinante e
também o clima de desilusão dos paquistaneses. De acordo com uma recente
sondagem 70% dos inquiridos "não
confiam na integridade destas eleições".
Quem vier a ganhar estas
eleições, terá grandes desafios pela frente. Com um problema de segurança que
se degradou desde o regresso dos talibã ao poder no vizinho Afeganistão em
Agosto de 2021, o Paquistão padece de uma economia em ruínas, uma dívida
externa importante e uma taxa de inflação de perto de 30%.ANG/RFI
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