Rússia/Mãe de Navalny lança apelo a Putin para que lhe devolva o corpo do filho
Bissau, 21 Fev 24 (ANG) - Liudmila Navalnaia,
mãe de Alexeï Navalny, apelou num vídeo , terça-feira, o Presidente
russo a entregar-lhe «imediatamente» o corpo do filho e acusou as
autoridades russas de pretender escondê-lo «para encobrir o seu
assassinato».
Há
cinco dias que não o vejo. Eles não me entregam o corpo e nem sequer me dizem
onde está (…) Eu lanço o apelo a si, Vladimir Putin. A solução para este problema
depende apenas de si. Deixe-me finalmente ver meu filho. Peço que o corpo
do Alexeï seja devolvido
imediatamente, para que eu possa enterrá-lo humanamente", disse a mãe do opositor cuja morte repentina foi anunciada
na sexta-feira pelos serviços da prisão do extremo norte da Rússia onde estava
a cumprir uma pena de 30 anos de detenção por "fraude" e "extremismo".
Na óptica da mãe do ativista como da
viúva, Iulia Navalnaia, as autoridades russas pretendem
fazer desaparecer do corpo de Navalny indícios comprovando o seu
assassinato.
Ontem, ao prometer prosseguir o trabalho do
marido, Iulia Navalnaia exortou a União Europeia a não
reconhecer o resultado das presidenciais do mês que vem na Rússia, um
escrutínio em que se antevê uma nova reeleição de Vladimir Putin que ela acusa
abertamente de ter mandado matar Alexeï Navalny.
Acusações "grosseiras e
infundadas" segundo
o Kremlin. De acordo com as
autoridades russas, Alexeï Navalny faleceu após sentir-se
mal e perder consciência.
Uma versão dos acontecimentos colocada em
questão a nível internacional, embora Moscovo denuncie "acusações
inaceitáveis".
Ainda ontem, a França reclamou um inquérito
independente sobre o sucedido e apelou à "libertação imediata e
incondicional de todos os presos políticos na Rússia".
No passado fim-de-semana, foram detidas e
condenadas a penas de prisão mais de 150 pessoas por terem participado em
homenagens a Navalny, em violação às restrições atualmente em vigor em
matéria de manifestação no país.
Noutro aspecto, soube-se hoje que a
justiça russa decidiu manter em detenção até finais de Março o
jornalista americano Evan Gershkovich, preso há um ano por alegada "espionagem". Os
serviços de segurança da Rússia indicaram igualmente hoje ter detido uma cidadã
russo-americana por alegadamente levantar fundos a favor da Ucrânia, o que é
considerado um ato de "traição".
Também nesta terça-feira, um alto
responsável russo regozijou-se da morte por confirmar
de Maxim Kuzminov, um piloto de helicóptero russo que tinha desertado
no ano passado por discordar com a guerra na Ucrânia. Este responsável não
confirmou nem desmentiu o envolvimento do seu país na morte do militar.
Segundo órgãos de comunicação social
espanhóis, Kuzminov terá sido morto a tiro e o seu corpo terá sido
encontrado numa localidade do sudeste da Espanha. As autoridades locais,
todavia, não confirmaram para já a sua identidade.ANG/RFI
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