Religião/LGDH considera destruição da “Baloba de Djokú” em Mindará “atentado à liberdade religiosa”
Bissau, 27 Fev 24 (ANG) – O Presidente da Liga Guineense
dos Direitos Humjanos (LGDH), considerou hoje de “atentado à liberdade
religiosa” a destruição, com fogo, da “Baloba de Djokú”, uma localidade de
prática religiosa animista da etnia Pepel, no bairro de Mindará, em Bissau.
Bubacar Turé falava num encontro com os moradores de Mindará , em
jeito de manifestação de repúdio ao ato, recentemente ocorrido, e enquanto entidade
executora de um projecto denominado “Observatório
da Paz”, que tem como objectivo prevenir o radicalismo e extremismo violento .
“De acordo com a nossa Constituição, a Guiné-Bissau é um
Estado laíco, onde todos os cidadãos têm o direito de exprimirem e manifestarem,
livremente a religião que querem. Ou seja, deve-se respeitar o princípio da
liberdade religiosa”, disse.
Turé salientou que foi nesse quadro que através dos
orgãos de comunicação social tomaram conhecimento do ocorrido que considerada
de “muito perigoso, de um ato extremista, radical e sectria” que pôe em causa a
liberdade religiosa e as leis da Guiné-Bissau.
Segundo o ativista, na qualidade de organização que defende esses valores
a Liga não podia ficar indiferente
ao que diz ser “ato de intolerância religiosa, que
afronta os princípios democráticos e os direitos humanos” .
Bubacar Turé disse que, à semelhança do que fizeram no
passado em relação aos ataques à outras religiões estão a fazer a mesma coisa
em relação ao ataque à profanação a Baloba de Djokú, que considera de símbolo
religioso dos animistas Pepeis.
Bubacar Turé disse que levou duas mensagens ás vitimas:
primeira de solidariedade, em que exige
as autoridades competentes, nomeadamente, à Polícia Judiciaria e ao Ministério
Público investigações céleres, transparentes para indentificar e traduzir a justiça os responsáveis .
Disse que, a segunda
é a de paz, pelo que aos moradores de Mindará a se manterem calmos e
não fazerem a justiça com as suas mãos.
Em nome dos moradores, Ismael Pedro da Silva, que
primeiro louvou a iniciativa da LGDH , disse que foi ele quem impedira a invasão
à uma igreja de nome “Mafi “, cujos crentes, os moradores alegam serem os autores do
incêndio da Baloba de Djokú
Questionado se viram quem deitou fogo a baloba, Ismael da
Silva disse que não, mas que reitera a ameaça de incendiar a Baloba feita por
crentes dessa igreja. “O primeiro e principal suspeito é o ameaçador”, sustentou,
acrescentando que encontraram
vestígios que os levam a afirmar que o
incêndio foi propositado.
Para a recuperação
da Baloba, diz Ismael, deve ser
desencadeado um processo longo
envolvento muitos rituais, e que deve ser, brevemente, uma vez que a Baloba conserva espíritos que ajudam, por exemplo, as
mulheres com difculdades de se engravidarem a terem filhos.
Baloba de Djokú foi incendiada na semana passada, o caso já é de conhecimento das
autoridades judiciais.
A ANG pude constatar, no bairro, que os moradores estão
revoltados, e que os mais radicais falam de retaliação assim que for possível. ANG/MSC//SG
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