Política/LGDH
condena detenções
arbitrárias do Deputado Bamba Banjai e ativista político Queba Sane
Bissau, 29 Fev 24 (ANG) - A
Liga Guineense dos Direitos Hummanos (LGDH) condenou na quarta-feita sem
reservas as detenções que diz serem “arbitrárias” do Deputado de Movimento para
Alternância Democrática (MADEM-G15) Bamba Banjai e do ativista político do
mesmo partido Queba Sane vulgo R
Kelly.
A informação consta no
Comunicado à Imprensa da LGDH publicado na sua página oficial no facebook, à
que ANG teve acesso hoje.
“Estas detenções à margem da
lei, efetuadas ontem, dia 27 de fevereiro de 2024, enquadram-se na estratégia
de intimidação e da privação arbitrária das liberdades fundamentais dos
cidadãos, adotada pelo regime vigente, com a finalidade de instalar medo
generalizado e, por conseguinte, consolidar o autoritarismo e absolutismo na
Guiné-Bissau”, lê-se no comunicado.
No documento, a LGDH afirma que a função
primária do Ministério de Interior é de zelar pela proteção dos direitos e
liberdades fundamentais dos cidadãos, mas que infelizmente é transformado
pelo Botche Candé (ministro de Interior) e José Carlos Macedo
Monteiro (secretário de Estado da Ordem Pública) num santuário da ditadura,
através da prática reiterada de atos ilegais.
A
LGDH recorda que o Ministério do Interior pediu a suspensão inconstitucional,
arbitrária e seletiva das liberdades de reunião e de manifestação, por via de
uma nota datada de 15 de janeiro de 2024, resultando em detenções arbitrárias
dos militantes e dirigentes dos partidos político, professores e estudantes na
sua maioria crianças, numa vã tentativa de aniquilar a oposição democrática que
constitui o alicerce de um Estado de direito democrático.
De
acordo com o Comunicado à Imprensa, a organização que defende os direitos
humanos, considera ainda de actos ilegais, de recusa sistemática de cumprimento
das ordens judiciais, incorrendo-se na prática dos crimes de desobediência e de
obstrução à atividade jurisdicional, previsto e punível no Código Penal em
vigor na Guiné-Bissau e as sistemáticas declarações de ameaças de
detenção de cidadãos e dirigentes políticos, reiteradamente proferidas pelo
José Carlos Macedo.
No documento, a LGDH mostra
que a proliferação de discursos de incitação ao ódio étnico e religioso,
estranhamente estimulados e reproduzidos constantemente pelo Secretário de
Estado da Ordem Pública, constitui um atentado contra a coesão e a unidade
nacional e os esforços de consolidação da paz.
“Perante estes fatos e
demais casos de extrema gravidade, que visam deliberadamente corroer as bases
sobre as quais assentam a democracia, o Estado de direito e a unidade nacional,
a Direção Nacional da LGDH delibera que o Ministério do Interior faça a
cessação imediata de detenções abusivas e ilegais, perseguições políticas e
comportamentos que se traduzem numa afronta à unidade nacional, à justiça e ao
Estado de direito”, refere.
A LGDH instou também o Ministério do Interior o levantamento da suspensão seletiva, arbitrária e inconstitucional das liberdades de reunião e de manifestação, por ferirem de morte a democracia e o Estado de direito.
No mesmo documento a LGDH
exortou aos atores nacionais, as organizações da sociedade civil, os partidos
políticos, os líderes tradicionais e religiosos, no sentido de abandonar as
suas zonas de conforto, para enfrentar com determinação, as tentativas de
desmantelamento progressivo da democracia, Estado de direito e dos tradicionais
valores de tolerância étnica e religiosa.
ANG/AALS/ÂC//SG
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