Moçambique/Paramilitares capturam
supostos terroristas em Cabo Delgado
Bissau, 21 Fev 24 (ANG) - Um grupo de naparamas, paramilitares moçambicanos, capturou três supostos terroristas no distrito de Ancuabe, província moçambicana de Cabo Delgado, anunciaram hoje fontes da comunidade local.
A captura terá
acontecido quinta-feira, 15 de Fevereiro, na comunidade de Muaja, distrito de
Ancuabe, após uma tentativa de ataque à aldeia por parte de grupos terroristas.
"Graças aos
naparamas que a comunidade de Muaja escapou da violência dos terroristas.
Entraram e encontraram naparamas no terreno, perseguiram-nos e três dos sete
foram capturados e apresentados à comunidade", disse uma fonte da
comunidade a partir de Pemba, que presenciou a fúria dos populares.
Segundo a fonte, após
capturados, os supostos terroristas alegam que queriam atacar a comunidade para
levar alimentos, devido à fome, motivado por falta de logística.
"Disseram que
estavam com fome, queriam assustar a comunidade para pilhar seus bens",
relatou a fonte.
Os três foram depois
conduzidos à polícia.
Os naparamas são
paramilitares moçambicanos que surgiram na década de 80, durante a guerra
civil, aliando conhecimentos tradicionais e elementos místicos no combate aos
inimigos, atuando em comunidade.
A comunidade de Muaja,
no distrito de Ancuabe, na província de Cabo Delgado, dista pouco mais de 100
quilómetros da cidade de Pemba, localizada ao longo da estrada Nacional 14.
E faz limite com o
distrito de Montepuez, ligando aos distritos mais a sul da província.
Populares do distrito de
Chiúre, no sul de Cabo Delgado, denunciaram na segunda-feira um novo ataque de
grupos de insurgentes que provocou pelo menos quatro mortos e a destruição de
várias infraestruturas na comunidade de Magaia.
Nas últimas semanas têm
sido relatados casos de ataques de grupos insurgentes em várias aldeias e
estradas de Cabo Delgado, inclusive com abordagens a viaturas, rapto de
motoristas e exigência de dinheiro para a população circular em algumas vias.
O grupo extremista
Estado Islâmico (EI) reivindicou a 14 de Fevereiro a autoria de um ataque
terrorista em Macomia, em Cabo Delgado, e a morte de pelo menos 20 pessoas.
Tratou-se de um dos mais
violentos ataques em vários meses.
Através de canais de
propaganda, o grupo terrorista documentou o ataque a uma posição das forças
armadas moçambicanas, levando material bélico, e reivindicou ainda outro ataque
em Chiúre.
Contudo, o administrador
distrital de Macomia, Tomás Badae, confirmou no dia 12 que os grupos de
insurgentes que actuam em Cabo Delgado atacaram uma posição das forças de
defesa e segurança no distrito.
O ataque aconteceu entre
a noite de dia 09 e a madrugada de dia 10, entre as 23:00 e 03:00 (22:00 e
02:00 em Angola), no posto administrativo de Mucojo, a 45 quilómetros da sede
distrital de Macomia.
Em 13 de Fevereiro, foi
confirmado um ataque, também reivindicado pelo EI, no distrito de Chiúre, com a
destruição de várias infraestruturas e igrejas.
O alvo foi a sede do
posto administrativo de Mazeze, no interior do distrito de Chiúre, onde os
rebeldes atearam fogo ao hospital, à secretaria do posto administrativo e à
residência da chefe do posto administrativo, avançou o administrador distrital
de Chiúre.
"As infraestruturas
estão basicamente destruídas", disse Oliveira Amimo, acrescentando que os
rebeldes destruíram a capela pertencente à Igreja Católica.
A província de Cabo
Delgado enfrenta há seis anos alguns ataques reivindicados pelo EI, o que levou
a uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio do Rwanda e da Comunidade
para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos
projetos do gás. ANG/Angop
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