Nigéria/CEDEAO levanta sanções
contra Guiné e Mali
Bissau, 26
Fev 24 (ANG) - A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)
declarou no domingo o levantamento de sanções financeiras contra a
Guiné-Conakry e restrições ao Mali, após ter anunciado, no sábado, o
levantamento de grande parte das sanções ao Níger.
De acordo com um
comunicado publicado hoje, e citado pela AFP, a CEDEAO declara "levantar
as sanções financeiras e económicas direcionadas à República da Guiné" e
"levantar as restrições ao recrutamento de cidadãos à República do Mali
para postos no seio das instituições da CEDEAO".
O Burkina Faso, que faz
parte dos quatro Estados dirigidos por regimes militares desde 2020, também
submetido a sanções da Comunidade, não é mencionado no comunicado final da
organização regional.
A CEDEAO tinha
convocado, no sábado, uma cimeira extraordinária para discutir "a
política, a paz e a segurança na República do Níger", bem como "os
recentes desenvolvimentos na região".
O levantamento de
sanções contra a Guiné e o Mali não tinha sido precisado na alocução final do
presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Alieu Touray, no final de sábado.
Na Guiné, o bloco de
países da África Ocidental tinha interditado as transações financeiras com as
suas instituições-membros, um ano após a chegada ao poder do coronel Mamadi
Doumbouya, que retirou da governação o Presidente Alpha Conde, em Setembro de
2021.
Na segunda-feira, o
chefe da junta militar anunciou por decreto a dissolução do Governo em funções
desde Julho de 2022.
No Mali, que conheceu
dois golpes de Estado em 2020 e 2021, o bloco regional tinha imposto sanções
económicas e financeiras que levantou, em Julho de 2022, quando a junta no
poder anunciou um calendário de transição.
A CEDEAO "decidiu
levantar com efeito imediato" as sanções mais pesadas impostas ao Níger
desde a tomada do poder, em Niamey, de um regime militar que destituiu o
Presidente eleito Mohamed Bazoum em Julho, tinha anunciado Omar Alieu Touray no
sábado.
As fronteiras e o espaço
aéreo nigerino serão reabertos, as transacções financeiras entre os países da
CEDEAO e o Níger novamente autorizadas, e os bens do Estado nigerino
descongelados "por razões humanitárias", declarou o representante.
Os dirigentes militares
de Niamey estão também novamente autorizados a viajar, mas mantêm-se "as
sanções individuais e políticas", segundo Omar Alieu Touray.
Estas decisões marcam um
passo da CEDEAO em direção à retomada do diálogo com os três regimes militares,
enquanto o Níger, o Mali e o Burkina Faso - que se distanciaram de França e se
aproximaram da Rússia - anunciaram em Janeiro a sua intenção de abandonar a
CEDEAO.
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