Caju/”Falta de autoridade de Estado estrangula comercialização da castanha ”, diz Presidente da ANAG
Bissau,19
Fev 24(ANG) – O Presidente da Associação Nacional dos Agricultores da Guiné(ANAG),
afirma que a falta de autoridade do Estado no sentido de fiscalização do
cumprimento das normas, tem sido o principal fator de estrangulamento das
sucessivas campanhas de comercialização da castanha de caju no país.
Jaime Gomes Boles falava hoje em entrevista à ANG, sobre as perspectivas da sua organização para a campanha de comercialização da castanha 2024, que se avizinha.
“A
campanha de comercialização deve ser fiscalizada e arbitrada, aliás foi por
causa disso que foi criada a Agência Nacional de Caju(ANCA-GB) mas que agora deixou de funcionar”, salientou.
Aquele
responsável sublinhou que o setor de caju se encontra atualmente “vandalizado”,
e que cada um faz o que lhe entender, e sustenta que todos querem se enriquecer
a custa de caju.
“Até
os ministros fazem a campanha de caju, o que não é permitida por lei. Quando é
assim torna-se difícil fiscalizar a implementação das normas, porque não se
pode fazer o papel de árbitro e jogador ao mesmo tempo”, disse.
Jaime
Boles disse que, quanto mais a campanha for desorganizada, os “ditos”,
empresários do setor terão mais possiblidades de explorar o pobre camponês.
O
Presidente da ANAG afirmou que, foi nessa perspectiva que foi estipulada a
estrutura de custo, que fixa o preço de base, de orientação e de referência que
todos os intervenientes do sector devem aplicar no terreno.
Perguntado
sobre o que falhou nos últimos anos com a comercialização da castanha de caju,
Jaime Boles respondeu que tem a ver com o desfuncionamento do país.
“A
título de exemplo, se as autoridades competentes definirem preços de referência
para a compra da castanha e este vier a não ser respeitado, porquê que não
pode haver sanções para os infratores”,
questionou.
Aquele
responsável salientou que, se as coisas foram postas nos seus respetivos lugares
a campanha de comercialização do presente ano pode ser melhor, mas diz que se
assim não for a próxima campanha será
pior em relação aos anos anteriores.
Abordado
sobre o que se pode esperar da ANAG para
a melhoria da campanha de comercialização da castanha de caju, disse que a
contribuição da ANAG passa pelo cumprimento de aplicação das regras constantes
nas estruturas orgânicas do setor, segundo as quais cada ator deve jogar o seu papel no sentido de aumentar
a qualidade e produtividade de pomares
de caju.
“O
Governo deve criar mecanismos para a renovação de pomares de caju, que já estão
velhos, combater as pragas, introduzir boas práticas de produção e conservação do
produto entre outras ações”, disse.
Afirmou
que todos os intervenientes do setor devem sentar-se a mesma mesa e definir
novas estratégias de caju, enquanto principal produto de exportação do país.
Por
isso, Jaime Boles recomenda que, no final de cada campanha, se faça o balanço para se saber o que foi bom, onde
houve falhas e como devem ser corrigidos os erros cometidos.ANG/ÂC//SG
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