Senegal/Macky Sall garante que o seu mandato presidencial terminará em Abril
Bissau, 23 Fev 24 (ANG) – O Presidente do Senegal, Macky Sall, na sequência dos clamores internos e das preocupações manifestadas pela comunidade internacional clarificou que não iria procurar ultrapassar o termo do seu mandato.
Num discurso muito esperado pelos
senegaleses, Macky Sall descartou numa conferência de imprensa dada aos
meios de comunicação social senegaleses, a possibilidade de vir a extrapolar o
seu mandato presidencial.
Durante a entrevista, o presidente
senegalês não fixou uma data oficial para as
presidenciais, que haviam sido adias por si, garantiu que o seu
mandato terminaria a 2 de Abril, como previsto, embora tenha
indicado que seria pouco provável que o nome do seu sucessor venha a ser
conhecido antes dessa data.
“Disseram
que eu pretendia manter-me à cabeça do país e digo aqui clara e nitidamente
que, a 2 de Abril, termina a minha missão na liderança do Senegal. E conto após
o dia 2 de Abril, deixar a função de presidente da República. Agora, é claro
que o país não pode ficar sem presidente da república. O diálogo que vem deverá
certamente decidir e propor se um consenso pode ser obtido sobre as etapas
seguintes, ouvirei o que o diálogo dirá e, após o diálogo, certamente o
Conselho Constitucional poderá também ser levado a clarificar a sua posição.
Quanto a mim, mais uma vez, nunca esteve em
questão ultrapassar o termo do meu mandato constitucional. E penso que daqui há
dois dias no máximo, o que calha na segunda-feira dia 26, deveremos entre
segunda e terça-feira, terminar, até porque não há na realidade, tantos
assuntos assim a tratar… tal data para as eleições e, sobre o que terá de ser
feito, depois de 2 de Abril.“
Por outro lado, afim de permitir um clima de eleições "pacíficas", o
Presidente Macky Sall diz-se igualmente "pronto" a libertar a
principal figura da oposição, Ousmane Sonko, encarcerado desde fins de Julho de
2023 e, que deverá ser convidado, tal como outros políticos que tinham
sido excluídos pelo Conselho Constitucional, a participar desse diálogo
previsto pela presidência.
"Caso haja consenso, publicarei de imediato um decreto para
fixar a data (das eleições)", lançou ainda Macky Sall, acrescentando
que, de contrário, remeteria a questão ao Conselho Constitucional.
Soube-se entretanto a meio do dia desta sexta-feira, através de um
despacho da AFP, que a grande maioria dos candidatos presidenciais qualificados
no Senegal, bem como um importante grupo de cidadãos, rejeitaram esta
sexta-feira o diálogo proposto pelo chefe de Estado para definir a data das
eleições e tentar sair de uma crise profunda.
"Opomo-nos a qualquer diálogo sobre esta questão e exigimos que seja fixada uma data antes de 2 de abril", disse à imprensa, Boubacar Camara, membro de um grupo de 16 candidatos, que deverá ser o primeiro a ser recebido pelo Presidente Macky Sall na segunda-feira. ANG/RFI
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