Brasil/G20 no Rio de Janeiro para
debater conflitos e reformas globais
Bissau, 19 Fev 24 (ANG) - Chefes da diplomacia das 20 maiores economias mundiais reúnem-se, a partir de quarta-feira, na cidade brasileira do Rio de Janeiro para resolverem "questões urgentes" como os conflitos internacionais e reformas das instituições de governança global.
Fonte do Governo
brasileiro antecipou à Lusa que, à excepção de dois ou três países (como China
e Itália, que virão com vice-ministros), todos os outros deverão estar
representados pelos ministros dos Negócios Estrangeiros.
A mesma fonte
adiantou que a indicação que o Governo brasileiro tem da parte russa é de que o
chefe da diplomacia da Rússia, Sergey Lavrov, marcará presença na quarta-feira
e quinta-feira no Rio de Janeiro.
Em comunicado, o
Governo brasileiro enfatizou que a reunião dos ministros dos Negócios
Estrangeiros do G20 ocorre num "momento de grande instabilidade
geopolítica, com crises se desdobrando em diversas regiões do mundo".
"Entre os
temas mais urgentes a serem discutidos estão a situação no Médio Oriente e a
ofensiva russa na Ucrânia, que continuam a gerar preocupações globais em
relação à crise humanitária instalada e aos desdobramentos geopolíticos e
económicos dos conflitos", frisou a diplomacia brasileira.
Nos últimos
dias, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, provocou um atrito diplomático
com Israel ao comparar os ataques à Faixa de Gaza com o Holocausto quando
"Hitler resolveu matar os judeus".
Por outro lado,
a expectável presença de Lavrov no Rio de Janeiro acontece também depois da
morte, na semana passada, do opositor russo Alexei Navalny.
Contrariando os
líderes ocidentais que se apressaram a acusar o Kremlin, a diplomacia
brasileira não teceu qualquer nota de pesar e, no domingo, em Addis Abeba, Lula
da Silva afirmou que "se a morte está sob suspeita, você tem que primeiro
fazer uma investigação para saber do que o cidadão morreu".
Outro dos pontos
principais, que tem sido uma das bandeiras do Governo brasileiro e que deverá
estar em cima da mesa nas reuniões é a "necessidade de reformas nas
instituições de governança global" como nas Nações Unidas, Organização
Mundial de Comércio e bancos multilaterais.
As prioridades
da presidência brasileira para o seu mandato à frente do G20 são o combate à
fome, à pobreza e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da
governança global, nomeadamente do Conselho de Segurança das Nações Unidas,
algo que tem vindo a ser defendido por Lula da Silva desde que tomou posse como
Presidente do Brasil, denunciando o défice de representatividade e legitimidade
das principais organizações internacionais.
O Brasil, que
exerce a presidência do G20 desde o primeiro dia de Dezembro de 2023, convidou
Portugal, Angola, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e
Singapura para observadores da organização.
Os membros do
G20 são as 19 principais economias do mundo: Estados Unidos da América, China,
Alemanha, Rússia, Reino Unido, França, Japão, Itália, índia, Brasil, África do
Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Indonésia,
México, Turquia, mais a União Europeia e a União Africana.
O grupo, criado
em 1999, após as sucessivas crises financeiras da década de 1990, tem como
objetivo favorecer a negociação internacional, numa base de diálogo ampliado e
tendo em conta o peso económico crescente de alguns países, que, juntos,
representam 90% do PIB mundial, 80% do comércio mundial (incluindo o comércio
intra-UE) e dois terços da população mundial.
Trata-se de um grupo com significativa influência sobre a gestão do sistema
financeiro e na economia global.
O G20 estuda,
analisa e promove a discussão entre os países mais ricos e os emergentes sobre
questões políticas relacionadas com a promoção da estabilidade financeira
internacional, e encaminha as questões que estão além das responsabilidades de
uma organização. ANG/Angop
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