Senegal/ Conselho Constitucional chumba adiamento de
presidenciais
Bissau, 16 Fev 24 9(ANG) - O
Conselho Constitucional anulou e considerou inconstitucional a decisão do
governo senegalês adiar para Dezembro as eleições presidenciais de 25 de
Fevereiro.
A instituição considerou
inconstitucional a lei aprovada no passado dia 5 de Fevereiro pela Assembleia
Nacional, que adiava as eleições de dez meses e mantinha o Presidente
senegalês, Macky Sall, no poder.
O adiamento das eleições presidenciais está
na origem de uma crise política importante e sem precedentes no Senegal. Esta
quinta-feira, o Conselho Constitucional considerou ser inconstitucional a lei
que adia as eleições presidenciais para 15 de Dezembro. Nesta mesma decisão, a
instituição anulou o decreto do Presidente Macky Sall que cancelou a convocação
do órgão eleitoral para 25 de Fevereiro.
O Conselho Constitucional justifica a
decisão lembrando o princípio de segurança jurídica, o artigo 103.º, que
indica que ninguém pode alterar o número e a duração do mandato do Presidente.
Ao adiar as eleições presidenciais para 15 de Dezembro, o Presidente ficaria no
poder além do seu mandato, que termina a 2 de Abril. Seria "impossível",
aponta o Conselho Constitucional.
Desta forma, a instituição cancelou o
decreto promulgado pelo chefe de Estado que alterava o calendário eleitoral, a
faltarem três semanas da data inicialmente prevista para a realização das
eleições presidenciais. O Conselho Constitucional sublinha "a impossibilidade de organizar
eleições presidenciais na data inicialmente prevista", a
25 de Fevereiro, pelo facto de o processo estar atrasado e "convida as autoridades
competentes a realizar o escrutínio o mais rapidamente possível".
No início do mês, o decreto do
Presidente Macky Sall provocou uma onda de protestos da oposição e da
sociedade civil, que descreviam "um
golpe constitucional". A decisão gerou protestos violentos nas
ruas que tiraram a vida a três pessoas e fizeram dezenas de detenções. Esta
sexta-feira, 16 de Fevereiro, foram convocadas novas manifestações e está
prevista uma marcha organizada por um coletivo da sociedade civil para este
sábado.
Perante a onda de protestos, o Presidente Macky Sall mostrou vontade de encontrar formas de “apaziguamento”. Os principais parceiros do Senegal, preocupados com o risco de violência, apelaram ao governo para que realizasse as eleições o mais rapidamente possível. ANG/RFI
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