Venezuela/ Governo dá 72 horas para
pessoal da ONU abandonar o país
Bissau, 16 Fev 24 (ANG) – A Venezuela suspendeu hoje
as atividades de assessoria do alto comissário da ONU para os Direitos Humanos,
Volker Türk, alegando posições deste “claramente parciais e tendenciosas”, e
deu 72 horas aos seus funcionários para que abandonem o país.
“A Venezuela
anuncia a sua decisão de suspender as atividades do gabinete de assessoria
técnica do alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos na
Venezuela”, refere um comunicado do Ministério de Relações Exteriores
venezuelano.
A Venezuela,
adianta, vai “proceder a uma revisão na íntegra dos termos de cooperação
técnica descritos na Carta de Entendimento assinada com esse gabinete nos
próximos 30 dias” e por isso “solicita ao pessoal afeto ao gabinete que
abandone o país nas próximas 72 horas, até que retifiquem publicamente, perante
a comunidade internacional, a sua atitude colonialista, abusiva e violadora da
Carta das Nações Unidas”.
Segundo
Caracas, “esta decisão foi tomada devido ao papel impróprio que esta
instituição tem desempenhado, que, longe de mostrá-la como um órgão imparcial,
levou a converter-se num bufete privado de grupos golpistas e terroristas que
estão constantemente a conspirar contra o país”.
“Desde a
assinatura da Carta de Entendimento, o alto-comissário tem mantido uma posição
claramente parcial e tendenciosa, procurando constantemente gerar impunidade
para as pessoas envolvidas em várias tentativas de magnicídio, golpes de
Estado, conspirações e outros graves atentados contra a soberania e a
Constituição”.
O governo de
Caracas critica ainda que o gabinete “tem exacerbado os seus ataques contra a
Venezuela”, quando “o mundo assiste à barbárie genocida cometida contra o povo
palestiniano, num contexto de total impunidade, favorecido pela inação desta
burocracia internacional que, sem condenar estes acontecimentos nem solicitar
um cessar-fogo imediato, se mantém passiva e inerte perante o assassinato de
mais de 10.000 crianças palestinianas”.
“O gabinete
do alto-comissário é muito ativo na falsificação de factos e na
pré-qualificação de situações em relação à Venezuela, apenas para agredir a
soberania e a autodeterminação do país com mentiras, falsificações,
desinformação e manipulações”, adianta.
Esta atuação
“própria das fórmulas do colonialismo judicial”, adianta, é uma violação da
Carta das Nações Unidas e “incumpre flagrantemente as obrigações contidas na
Carta de Entendimento assinada com a Venezuela e na Resolução 48/141 da
Assembleia Geral da ONU, segundo a qual o alto-comissário tem o dever de
respeitar a soberania, a integridade territorial e a jurisdição interna dos
Estados”.
Em junho de 2023 o Procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) Karim Khan, e o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assinaram um acordo para abrir, em Caracas, um escritório de cooperação técnica daquele organismo para investigar as denúncias sobre alegados crimes contra a humanidade no país. ANG/Inforpress/Lusa
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